segunda-feira, 18 de abril de 2011

De olho na Copa, MIT pretende exportar engenheiros para o Brasil

Folha de São Paulo
16 de abril de 2011

Até agora, 110 estudantes de graduação participam do projeto

LUCIANA COELHO
EM BOSTON

De olho nas grandes obras de infraestrutura que serão necessárias no Brasil sobretudo por conta da Copa e da Olimpíada, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) está exportando ao país engenheiros e urbanistas.
O movimento ocorre dentro de um programa que visa estreitar o laço com profissionais, estudantes, universidades e empresas locais.
Até agora, 110 estudantes de graduação da universidade -a segunda melhor do mundo no ranking da Times Higher Education- participam do projeto, criado em 2010 e afiliado ao MIT Brasil.
O instituto não revela valores, limitando-se a dizer que "está na casa dos milhões", bancados sobretudo pelo Santander e por Lawrence Fish, dono de um grupo de investimentos.
"Estamos crescendo mais rápido que todos os outros programas", disse à Folha o brasilianista Ben Schneider, codiretor do MIT Brasil (há trabalhos similares com China, Índia, Japão, México, Alemanha, França, Espanha, Itália, Israel e um programa para a África, embora os focos sejam distintos).
O objetivo é não só enviar estudantes para estagiar em empresas brasileiras mas também atrair brasileiros para o instituto. "O programa foi criado para trabalhar com o Brasil, e não apenas para estudá-lo."
A ideia do MIT Brasil é de Richard Locke, diretor do Departamento de Ciência Política do MIT e professor de ciência política e gerenciamento. Após viver no Brasil, Locke desenvolveu o projeto e tornou-se seu codiretor.
Com a ascensão do país no cenário (e no noticiário) internacional, e com a Copa do Mundo e a Olimpíada em vista, o interesse pelo intercâmbio aumentou.

FOCO
O foco também está mudando. Os primeiros interessados em estágio estavam em áreas como finanças, engenharia eletrônica e computação. Hoje, é a infraestrutura a maior atração.
Schneider diz que ambiente, empreendedorismo e energia também são focos, mas assinala que o programa não quer definir objetivos de médio prazo em áreas fixas e sim flutuar por demanda.
Nesta semana, o MIT realizou um evento de dois dias para promover os laços com o país, atraindo cerca de 300 pessoas para palestras sobre o Brasil e para ouvir gente como os ex-ministros Marina Silva e Sérgio Rezende.