segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Blog do Espindola: Dilma vê 'guerra psicológica' na economia

Blog do Espindola: Dilma vê 'guerra psicológica' na economia

domingo, 29 de dezembro de 2013

Estilo ou Substância

A guinada colossal do modo de vida do papa Francisco em relação a Bento XVI corresponderá a uma mudança da Igreja, da estrutura do Vaticano e suas relações com o mundo secular?

28 de dezembro de 2013 | 16h 00


  • Paolo Flores d'Arcais

O papa Francisco foi eleito pela revista Time o Homem do Ano "pela rapidez com que conquistou a imaginação de milhões de pessoas que haviam abandonado toda esperança em relação à Igreja". Ratzinger também recebeu um reconhecimento análogo: não da Time, mas da revista Esquire, em 2007, como accessorizer of the year, ou seja, o homem que usava os acessórios mais elegantes do planeta. Esquire é uma publicação masculina mensal cuja apresentação é um programa em si: "Guia para homens que procuram uma vida mais cheia, rica, informada e compensadora. Estilo, etiqueta, dinheiro, cultura e culinária". A escolha deveu-se aos mocassins vermelhos extremamente macios de Ratzinger, feitos sob medida por um dos sapateiros mais famosos e caros do mundo (com os quais, aliás, ele presenteou o papa), o italiano Adriano Stefanelli de Novara, que atende também Silvio Berlusconi. Os dois reconhecimentos revelam claramente a diferença abissal de estilo dos dois papas.
Se 'a Cúria é a lepra do papado', por que Bergoglio vai santificar o papa que a moldou? - Tiago Queiroz/Estadão
Tiago Queiroz/Estadão
Se 'a Cúria é a lepra do papado', por que Bergoglio vai santificar o papa que a moldou?
Aliás, Bento XVI já fora notado e admirado por usar o camauro, um tipo de gorro muito utilizado pelos papas da Renascença, de veludo vermelho debruado com arminho branco ou plumas de cisne; o saturno, chamado chapéu romano, vermelho com bordados dourados; e a mozzetta, uma pelerine de veludo vermelho às vezes debruada com arminho.
Francisco, ao contrário, caracterizou-se imediatamente por recusar a cruz de ouro, substituída por uma de ferro; renunciar ao apartamento em São Pedro (ele vive no alojamento de Santa Maria, uma espécie de pousada vaticana, com outras dezenas de pessoas); usar um velho Renault 4 bem rodado (300 mil quilômetros), presente de um pároco da Província de Verona, com o qual ele se desloca no Vaticano; e, recentemente, por ter comemorado o aniversário com três sem-teto. Enfim, por levar uma vida que toma a sério o voto de pobreza que fazem, em tese, todos os sacerdotes ao se ordenarem.
Portanto, a pergunta que paira no ar é: a essa guinada colossal do estilo de vida do pontífice corresponderá uma guinada do governo da Igreja, das estruturas da Cúria, da renovação pastoral e doutrinal, das relações com o mundo secular? É o que se indagam os católicos, cada vez mais divididos entre os que gostariam de continuar a cruzada de Ratzinger contra o iluminismo e as liberdades civis em expansão no Ocidente (aborto, eutanásia, casamento homossexual) e os que esperam de fato a conversão da Igreja à pobreza e ao espírito do Evangelho. É o que se indagam os cristãos de outras confissões, eles também divididos entre o populismo dos milagres dos pregadores evangélicos da televisão (que experimentam um verdadeiro boom na América Latina) e as esperanças ecumênicas dos protestantes europeus e dos greco-ortodoxos do mundo eslavo e oriental. É o que se indagam os não crentes, entre os quais é enorme a esperança (quase certamente excessiva) no que se refere à vontade de Francisco de abrir um autêntico diálogo. Mas certamente também os expoentes das outras grandes religiões, os muçulmanos em primeiro lugar, interessados principalmente em ampliar o espaço e o peso da própria fé e o reconhecimento de seus costumes (familiares e sexuais) nas legislações e na prática jurídica das sociedades secularizadas.
Em suma, estilo ou substância? A pergunta é em parte enganadora. O estilo de um papa já é substância, tem efeitos práticos. Por outro lado, em entrevista ao jornal La Stampa, de Turim, publicada no dia 15, o papa Bergoglio, consciente disso, ressalta, pragmático: "Um cardeal idoso me disse, meses atrás: ‘O sr. já começou a reforma da Cúria com a missa diária em Santa Marta... A reforma se inicia sempre com iniciativas espirituais e pastorais, mais que com mudanças estruturais’".
Numa longa entrevista à revista Civilização Católica, dos jesuítas, depois de um apelo à doutrina da Igreja a respeito dos "valores não negociáveis", como os definia Ratzinger (em outras palavras, o sexo e a bioética), Francisco afirma que "os ensinamentos, tanto dogmáticos quanto morais, não são todos equivalentes. Uma pastoral missionária não é obcecada pela transmissão desarticulada de uma multidão de doutrinas que devam ser impostas com insistência".
Mas enquanto permanecem essenciais, na atitude cristã, a caridade e o perdão, e, aliás, a ternura (talvez a palavra que o papa mais usou até hoje), é inevitável que sua crítica enérgica à "obsessão" dogmática seja entendida como uma tentativa de despi-la de legitimidade por aqueles que fizeram dos "valores não negociáveis" uma bandeira e uma cruzada. Por exemplo, setores consideráveis da conferência episcopal dos Estados Unidos.
De fato, as consequências práticas foram imediatas. No dia 10 de setembro, a Câmara do Estado de Illinois aprovou a lei que consente o casamento entre homossexuais, por 61 votos, apenas 1 a mais que a maioria exigida. Graças também à intervenção do influente presidente da Câmara, o católico Michael Madigan, anteriormente contrário, que justificou da seguinte maneira a mudança do seu voto: "Quem sou eu para julgar que pessoas que descobriram ser gays e vivem um relacionamento rico de harmonia deveriam permanecer na ilegalidade?". Ele reproduziu exatamente as palavras de Francisco aos jornalistas, retomadas e "canonizadas" pelo papa na entrevista ao Civilização Católica. Graças às palavras do papa, Madison foi decisivo em convencer pelo menos outros cinco colegas, inclusive a republicana Linda Chapa LaVia, que declara: "Como católica que segue Jesus e o papa, para mim está claro que a essência da doutrina católica é o amor, a compaixão e justiça para todos, indistintamente".
Não que o papa Francisco goste necessariamente desses "efeitos colaterais" de suas palavras. Em 2010, quando era arcebispo de Buenos Aires, deu pleno apoio à "manifestação contra a possível aprovação de uma lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo" organizada pelos leigos católicos. Ressaltou que a "benevolência" em relação a quem queria introduzi-la não poderia permitir que se esquecesse o fato de que "a aprovação do projeto de lei implicaria um real e grave retrocesso antropológico", pois "a essência do ser humano tende à união do homem e da mulher como realização recíproca, como atenção e assistência, como caminho natural para a procriação". Em suma, e em termos mais diretos: o casamento homossexual (e a homossexualidade enquanto tal) é contrário à natureza.
Numa entrevista ao agnóstico Eugenio Scalfari, fundador do jornal La Repubblica, Francisco afirmou que "a Igreja não tratará de política ... A Igreja nunca irá além da tarefa de exprimir e difundir seus valores, pelo menos enquanto eu permanecer aqui". Acaso significará que, como bispo de Roma, ele não procurará mais influir na legislação civil, contrariamente ao que fez quando foi bispo de Buenos Aires? Ou a famosa "ambiguidade" jesuítica, que enchia de indignação cristã o afável Blaise Pascal, permitirá que ele contradiga com fatos as promessas contidas em suas palavras ?
Se as palavras do papa Francisco soam claras, os fatos, nem tanto. Se ele parece aplicar perfeitamente o que diz Mateus 5,37 - "Seja o seu sim, sim, e o seu não, não, porque o que passa disso vem do Maligno" -, não pode esquecer Lucas 6,43-44: "Não há árvore boa que dê fruto ruim, nem árvore doente que dê fruto bom; cada árvore se conhece pelo fruto". Portanto seu pontificado não será julgado pelas palavras, ainda que cristalinas do ponto de vista evangélico, mas pelos atos (e pelas omissões).
Francisco reiterou a Scalfari que "o ideal de uma Igreja missionária e pobre continua mais que válido. Essa, aliás, é a Igreja que pregaram Jesus e seus discípulos". Portanto os católicos, e em primeiro lugar os sacerdotes, terão de ser "pobres entre os pobres", enquanto "o chamado liberalismo selvagem continua tornando os fortes mais fortes, os fracos mais fracos e os excluídos, mais excluídos", sendo assim incompatível com o cristianismo. Conceitos solenemente reafirmados na exortação apostólica Evangelii Gaudium.
Por que então as autoridades financeiras do Vaticano, nomeadas recentemente pelo novo papa, se recusaram a fornecer à receita italiana os nomes de alguns milhares de cidadãos que, com certeza, utilizaram a fronteira da Rua Leão IV e as contas correntes do Instituto para as Obras da Religião (IOR)para sonegar cifras colossais em impostos? Em suma, as novas nomeações, aparentemente, não prenunciam uma operação de transparência que lance alguma luz sobre os verdadeiros crimes de natureza financeira e fiscal (inclusive lavagem de dinheiro) perpetrados durante anos sob a proteção do IOR. Prenunciam apenas um comportamento mais correto no futuro, que evite embaraçosas sanções internacionais e, enquanto isso, permita redistribuir de maneira mais equilibrada o poder financeiro vaticano entre a ala americana dos Cavaleiros de Colombo (Carl Anderson, Peter Brian Wells e a professora Mary Ann Glendon) e a ala europeia próxima aos Cavaleiros de Malta (cardeal Jean-Louis Tauran, o atual presidente do IOR, Ernst von Freyberg, o bispo espanhol Juan Ignacio Arrieta Ochoa de Chinchetru, membro da Opus Dei).
O papa prometeu medidas rigorosas na questão da pedofilia, mas a única verdadeira guinada seria a obrigação dos bispos de denunciar todo caso suspeito às respectivas autoridades civis, entregando o assunto a César, ou seja, à polícia e aos magistrados, e não a Deus, isto é, à severidade ou à caridade dos episcopados. Mas uma decisão nesse caso específico ainda está demorando.
No "não fazer política" estará incluída a confirmação da beatificação dos 552 mártires espanhóis justiçados pela República da Espanha durante a guerra civil desencadeada por Francisco Franco? Mártires que, na videomensagem transmitida por ocasião da cerimônia de beatificação coletiva de Tarragona, Francisco apontou como exemplo "para os que querem ser concretamente cristãos, cristãos pelas obras, não pelas palavras; e não ser cristãos medíocres, cristãos com um verniz de cristianismo, mas sem substância... cristãos até a morte". A citação suscitou indignação da monja beneditina Teresa Forcades, teóloga muito conhecida, e de todos os católicos espanhóis democratas. E, se "a Cúria é a lepra do papado" (como disse na entrevista a Scalfari), por que Francisco insiste na santificação de Karol Wojtyla, que moldou essa "lepra" a sua imagem e semelhança em um pontificado de mais de um quarto de século?
Em suma, o papa Francisco, Jorge María Bergoglio, é ainda um enigma. Vamos esperar. Cada árvore se conhece pelo fruto. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
PAOLO FLORES D’ARCAIS, FILÓSOFO E JORNALISTA ITALIANO, É EDITOR DA REVISTA MICROMEGA E AUTOR, ENTRE OUTROS LIVROS, DE ETICA SENZA FEDE (EINAUDI) 

Dilma vê 'guerra psicológica' na economia


A presidente Dilma (de branco) dentro do barco Amazônia Azul na volta de um passeio na Bahia durante o recesso de fim de ano























29/12/2013 - 20h34

FERNANDA ODILLA

DE BRASÍLIA
Ouvir o texto


No último pronunciamento em rede nacional do ano, a presidente Dilma Rousseff afirmou na noite deste domingo que a área econômica de seu governo é vítima de "guerra psicológica" por parte de setores do empresariado, ainda que admita haver o que "retocar" e "corrigir" na economia.
A fala, de 12 minutos, ignorou o principal fato político do ano, as manifestações de rua de junho que derrubaram abruptamente a popularidade do governo. Citou superficialmente que "ouviu reclamos" da sociedade e que está "implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos".
Dilma usou um roteiro de campanha eleitoral em seu discurso, enaltecendo programas federais e instando a audiência a pensar "no que aconteceu de positivo nos últimos anos na vida do Brasil".
Mas boa parte do discurso, o 17º do seu mandato, foi dedicada a promover uma visão otimista da economia, principal área a sofrer críticas em sua gestão –2013 viu a inflação novamente fechar acima do centro da meta do Banco Central, o PIB está projetado pelo governo para magros 2,3% e a política fiscal é bombardeada até por aliados.

Apesar de ter deixado claro que o pessimismo não pode contaminar a economia e que está atuando "nos gastos" e no combate inflacionário, Dilma ponderou que "não existe um sistema econômico perfeito" nem um "país com uma economia perfeita".
"Em toda economia haverá algo por fazer, algo a retocar, algo a corrigir", disse ela, que previu um 2014 melhor para o bolso dos brasileiros.
Citando "redução de impostos" e "diminuição da conta de luz", a presidente disse que tem recebido "duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população". "Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor", afirmou, em outro momento.
Também fez seu ataque mais duro, sem nominar o pedaço do empresariado ao qual se referia. "Se alguns setores, seja porque motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas", disse.
Também sem citar o mensalão, cujos protagonistas da antiga cúpula do PT no governo Lula foram presos em 2014, Dilma afirmou que não abriu mão em apoiar o combate à corrupção.
Como de praxe neste tipo de balanço, Dilma listou o que considera sucesso em sua gestão, e que estará em sua propaganda na campanha à reeleição em 2014: Mais Médicos, Ciência sem Fronteiras, Pronatec (programa de formação profissional), Minha Casa, Minha Vida e o Brasil sem Miséria.
"Nos últimos anos somos um dos raros países do mundo em que o nível de vida da população não recuou ou se espatifou em meio a uma grave crise. Chegamos até aqui melhorando de vida, pouco a pouco, mas sempre de maneira firme e segura", disse.
O pronunciamento deste domingo foi o sétimo do ano e o 17º desde 2011. Ela já superou os números do antecessor, que fez 11 no primeiro mandato (2003-2006) e 10 no segundo (2007-2010).
Danilo Verpa/Folhapress
A presidente Dilma (de branco) dentro do barco Amazônia Azul na volta de um passeio na Bahia durante o recesso de fim de ano

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Tema de Fim de Ano SulAmérica Paradiso



Feliz Ano de 2014.
Não com muito dinheiro, apenas com o suficiente para ser feliz; mas com uma riqueza infinita de alegrias, saúde e sabedoria. Principalmente muita sabedoria para garantir não só a própria felicidade, mas também a felicidade de todos, dos animais, das plantas, das gerações por vir. Para garantir a sobrevivência da Terra.
Que Deus abençoe a todos!


Antonio Otavio Espindola

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

PGM 636 - Um dia, tudo será memória... - 29/10/2013

ONZE ITENS DE BILL GATES

Bill Gates foi convidado por uma escola secundária para uma palestra. Chegou de helicóptero, tirou o papel do bolso onde havia escrito onze itens. Leu tudo em menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero. O que estava escrito é muito interessante, leiam:
1. A vida não é fácil — acostume-se com isso.

2. O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

3. Você não ganhará R$20.000 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

4. Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

5. Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

6. Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

7. Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

8. Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, está despedido… RUA!!! Faça certo da primeira vez!

9. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

10. Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

11. Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles."

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

ALERTA MUNDIAL: PODEMOS ESTAR DIANTE DE UMA PANDEMIA, E A CIÊNCIA NÃO PODERÁ FAZER NADA.

Especialistas do mundo inteiro vêm advertindo a humanidade sobre uma nova ameaça: a ciência moderna está de mãos atadas diante do surgimento das chamadas superbactérias, resistentes a todos os antibióticos mais avançados. 
 
Cientistas conseguiram isolar três grupos distintos de bactérias que se incluem nesta categoria. Apenas nos Estados Unidos, 2 milhões de pessoas são infectadas todos os anos por bactérias resistentes aos novos super antibióticos e anualmente, 23 mil pessoas morrem por não conseguir combater a infecção.
 
Em 1928, ao descobrir a penicilina, Alexander Fleming já advertia sobre a possível curta duração do efeito benéfico dos antibióticos. As bactérias que anteriormente não resistiam aos efeitos da penicilina, hoje são totalmente indiferente a sua ação. Em menos de 10 anos, as cepas bacterianas imunes a um antibiótico cresceram de 0.5% para aterrorizantes 50%.
 
O FDA, órgão responsável pela regulamentação e fiscalização de alimentos e remédios nosEstados Unidos aprova cada vez menos novos antibióticos, já que a resistências das bactérias aumenta constantemente, tornando os medicamentos cada vez menos eficazes. A culpa de tudo isto, em grande parte, se deve ao uso indiscriminado dos medicamentos, não apenas no tratamento de pessoas como também em animais. A indústria agrícola os utiliza, não como mecanismo de cura, mas para engordar e fazer crescer o gado. 
 
Em resumo, a situação é catastrófica. O surgimento de uma superbactéria pode desencadear uma pandemia a nível mundial, como ocorreu com a gripe em 1918, quando mais de 50 milhões de pessoas morreram no mundo inteiro. Diferentes governos já advertem que a ameaça bacteriana e mais iminente e terrível do que as ações de grupos terroristas. 

Quanto tempo você acha que levariam para remover um viaduto de 1400 toneladas no Brasil?

Bem, no Brasil  aposto que ficaria pronta depois do prazo de 90 dias e depois contratariam uma segunda empresa sem licitação, já que aquela seria um obra de emergência.
Pois bem, em Bedfordshire, um dos condados da Inglaterra, uma ponte dessas foi removida em apenas…                              façam suas apostas!

Lá na Inglaterra em 15h30min.
E aqui?

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

PARABÉNS A TODOS OS ENGENHEIROS PELO SEU DIA!

O Engenheiro

 


 A luz, o sol, o ar livre
envolvem o sonho do engenheiro.
O engenheiro sonha coisas claras:
Superfícies, tênis, um copo de água.

O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.

(Em certas tardes nós subíamos
ao edifício. A cidade diária,
como um jornal que todos liam,
ganhava um pulmão de cimento e vidro).

A água, o vento, a claridade,
de um lado o rio, no alto as nuvens,
situavam na natureza o edifício
crescendo de suas forças simples.
 
João Cabral de Melo Neto

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Dono de hotel onde Dirceu trabalharia mora em área pobre do Panamá

03 de Dezembro de 2013•21h36 • atualizado às 21h43

Apontado como um dos proprietários do hotel Saint Peter, em Brasília, onde o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pediu para trabalhar e foi aceito, com um salário de R$ 20 mil, José Eugenio Silva Ritter, mora em uma área pobre do Panamá e trabalha como auxiliar em um escritório de advocacia. As informações são do Jornal Nacional

Segundo o jornal, um dos sócios do hotel, Paulo Masci de Abreu - irmão do presidente nacional do PTN José Masci de Abreu -, é apenas um sócio minoritário do Saint Peter. Ele  tem uma cota no valor de R$ 1, de acordo com o contrato social da empresa. Outras cotas, no valor de R$ 499 mil, pertencem à uma empresa estrangeira, chamada Truston International Inc, que fica no Panamá.
Ritter é o presidente da Truston. Seu nome aparece abreviado junto a outros dois: Marta de Saavedra, apontada como tesoureira, e Dianeth Ospino, secretária.
Além da Truston, Ritter aparece ligado a mais de 1 mil empresas em um site criado por um ativista anticorrupção. O procurador da Truston no Brasil é Raul de Abreu, filho de Paulo Masci, de acordo com o contrato do hotel Saint Peter. 
Localizado, Ritter afirmou que trabalha em um escritório de advocacia chamado Morgan & Morgan, há mais de 30 anos. Ele afirmou que  é sócio de muitas empresas em diversos países. 
A Morgan & Morgan fica em um prédio  no centro financeiro da Cidade do Panamá. A empresa auxilia a fundação e administração de empresas internacionais com sede no Panamá. 
A advogada de Paulo Masci, afirmou ao Jornal Nacional que a sócia majoritária da Truston é a nora dele, a empresária Lara Severino Vargas, e que ela vendeu a Paulo, na segunda-feira, o controle acionário do hotel Saint Peter.
Segundo a advogada, Paulo Masci é dono de 60% do prédio onde funciona o Saint Peter. O restante pertence ao empresário Paulo Naya, de acordo com ela. 



LARANJA


Empresa dona de hotel que ofereceu emprego a Dirceu tem laranja entre dirigentes

  • Truston International, sócia majoritária do Hotel Saint Peter, é presidida por funcionário de um escritório de advocacia no Panamá, informa ‘Jornal Nacional’
O Globo
Publicado: 3/12/13 - 21h09
Atualizado: 3/12/13 - 22h48
Hotel Saint Peter fica no setor hoteleiro sul, em Brasília Jorge William / O Globo
BRASÍLIA - A Truston International, empresa panamenha dona do Hotel Saint Peter — que ofereceu um emprego com salário de R$ 20 mil para o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu — é presidida por um laranja. Segundo o “Jornal Nacional”, da TV Globo (veja a reportagem), José Eugenio Silva Ritter mora na num bairro pobre da Cidade do Panamá, trabalha há 30 anos como auxiliar de escritório numa empresa de advocacia e, no papel, é dono de mais mil empresas. Dirceu, condenado no processo do mensalão, está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Com o trabalho no hotel, ele poderá sair durante o dia da cadeia.
No contrato social encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar o trabalho de Dirceu, foi informado que, das 500 mil cotas do hotel, 499.999 pertencem à Truston Internactional. O administrador de fato do empreendimento, Paulo Masci de Abreu, é dono de uma única cota. O mesmo documento diz que a sede da Truston fica na Cidade do Panamá.
Veja também
Por telefone, Paulo Masci de Abreu disse ao “Jornal Nacional” que Ritter é um empresário estrangeiro apresentado a ele por um advogado. Afirmou também que ele presta contas a Ritter regularmente. Informou ainda que o conheceu numa reunião em Miami, quando formalizou a parceria para administrar o hotel. A reportagem localizou Ritter na Cidade do Panamá. Sem saber que era filmado, ele reconheceu que é dono no papel de várias empresas, mas disse não se lembrar da Truston International. Aconselhou a reportagem a procurar a Morgan y Morgan, o escritório de advocacia onde trabalha, e que não falaria mais nada, uma vez que poderia até mesmo perder seu emprego.
Segundo o “Jornal Nacional”, a Morgan y Morgan tem sua sede no centro financeiro da Cidade do Panamá, e ajuda na fundação e administração de empresas internacionais com sede no Panamá. Ainda de acordo com o “Jornal Nacional”, a legislação panamenha permite que as ações de uma companhia sejam transferidas de um empresário a outro, sem informar as autoridades, dificultando a identificação dos verdadeiros donos.
A Morgan y Morgan foi procurada pela reportagem, mas não quis falar sobre o assunto. A advogada de Paulo Masci de Abreu, Rosane Ribeiro, disse que a sócia majoritária da Truston International é a nora dele, a empresária Lara Severino Vargas. Disse também que, na segunda-feira, vendeu a Paulo de Abreu o controle acionário do hotel. Afirmou ainda que ele é dono de 60% do prédio onde funciona o Saint Peter. Os outros 40% são de Paulo Naya, filho do ex-deputado Sérgio Naya, que construiu o hotel.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/empresa-dona-de-hotel-que-ofereceu-emprego-dirceu-tem-laranja-entre-dirigentes-10960598#ixzz2mceUztkX

FUNDAÇÃO MATA ATLÂNTICA DOARÁ 280 MIL MUDAS DE ÁRVORES

Proprietários de terra têm a oportunidade de recuperar a floresta em suas propriedades com o edital do nosso Programa Clickarvore!

Inscreva sua proposta até 13/12. O edital investirá mais de 564 mil reais para a doação de 282.430 mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. http://bit.ly/1blcw2w

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cidades: Mariana (MG, Brasil)

http://www.youtube.com/v/8J4YGclqLB4?autohide=1&version=3&attribution_tag=h1gcdXtgh7S_SbjmyQySWQ&autohide=1&showinfo=1&feature=share&autoplay=1

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MOBILIZAÇÕES INDIGENAS ESCANCARAM PROBLEMAS AMBIENTAIS E SOCIAIS NO BRASIL

por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil

Fotos: Fernanda B. Müller

Em todo o país, indígenas das mais diversas etnias estão mobilizados em defesa dos seus direitos estabelecidos na Constituição Federal; em Santa Catarina, Guaranis pedem homologação de suas terras.

Nos últimos dois anos, o país pôde presenciar a ira de ambientalistas ao verem a legislação florestal brasileira sendo transformada em um conjunto de regras em benefício do setor do agronegócio e outros grandes empreendimentos. Agora, a mesma lógica está sendo aplicada aos povos indígenas que assistem indignados aos ataques sobre seus direitos.

A origem de ambos os conflitos é a mesma, a falsa alegação de que o agronegócio é responsável pela alimentação do povo brasileiro e que sofre com as restrições sobre a sua expansão devido à contestação de terras por indígenas e para a manutenção dos ecossistemas.

Esse argumento é facilmente desconstruído por números que atestam: a agricultura familiar é responsável por 77% dos postos de trabalho e por 70% da produção de alimentos no Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Segundo dados do Sistema de Monitoramento do Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) de agosto, a grande maioria do desmatamento registrado na Amazônia ocorreu em áreas privadas (58%). O fatia do desmatamento registrado em Terras Indígenas é muito pequena (1%).


Mesmo assim, tanto a presidência da república quanto o congresso apoiam a continuidade de um modelo de desenvolvimento que tem acirrado os conflitos pela terra. Outros setores, como a bancada evangélica no Congresso Nacional, também atuam juntos aos ruralistas no desmonte às leis socioambientais.



Nesse cenário, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) convocou durante toda esta semana a ‘Mobilização Nacional Indígena’, em defesa da Constituição Federal e dos direitos garantidos nela. A mobilização vai até o dia cinco de outubro, quando a Constituição completa 25 anos.

Nesta quarta-feira, a Esplanada dos Ministérios em Brasília foi ocupada por quase 1.500 indígenas, de mais de cem etnias. Ao tentarem entrar no Congresso, os indígenas foram recebidos pela polícia com spray de pimenta. Um indígena Tupiniquim foi ferido no braço com um corte bastante profundo. O clima ficou bastante tenso, informou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

O carro do porta-voz do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) – presidente da Comissão Mista (Câmara e Senado) do PLP 227 –, ficou parado no meio da manifestação, e indígenas envolveram o automóvel com papel higiênico, além de pendurarem notas e moedas no para-brisa.

Na manhã de quinta-feira, indígenas encenaram o enterro de ruralistas em frente ao Palácio do Planalto. Eles declaravam que o ritual é “para matar”.


Após o ato, Sônia Guajajara, liderança da APIB declarou que as manifestações apenas serão encerrradas quando houver o arquivamento de todas as medidas anti-indigenas propostas.


Ela também falou da violência com que as manifestações vêm sendo combatidas:


“Somos contra essa cultura de violência, desrespeito e truculência da polícia…quem precisa de segurança somos nós. Quem está declarando guerra são eles, não nós”.


Revolta

As manifestações cada vez mais frequentes dos indígenas, além da total estagnação da demarcação de terras indígenas no governo Dilma, tratam de uma sucessão de projetos de leis (no âmbito do legislativo federal) e de medidas governamentais (no executivo) que afrontam diretamente os direitos garantidos pela Constituição de 1988.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00 visa submeter ao congresso as demarcações de terras indígenas e a criação de Unidades de Conservação. Os índios exigem a manutenção do modelo atual, em que as demarcações são homologadas pelo governo federal. Diante dos protestos, a instalação da comissão especial criada para analisar a proposta acabou sendo suspensa pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, na terça-feira (1º).

O presidente em exercício da Câmara, André Vargas, declarou que vai trabalhar pelo arquivamento da proposta. “Todos aqui somos aliados e vamos tentar impedir que ela chegue ao Plenário”, disse Vargas.

Sônia Guajajara, da APIB alerta que o PLP 227 é “ainda mais grave do que a PEC 215″. A medida pretende criar lei complementar ao artigo 231 apontando as exceções ao direito de uso exclusivo dos indígenas das terras tradicionais, em caso de relevante interesse público da União. Um parecer jurídico do (Cimi) afirma que o PLP 227 é inconstitucional.

A PEC 38/99, tramitando no Senado, altera os artigos 52, 225 e 231 da Constituição para prever a Competência privativa do Senado Federal para aprovar processo sobre demarcação de terras indígenas.

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 227 trata da regulamentação ao artigo 6º da Constituição Federal, voltado às exceções ao direito de uso exclusivo dos indígenas às suas terras.

Todos esses tem como alvo os direitos sociais e a terra dos povos indígenas e estão diretamente ligados ao avanço do agronegócio, empreiteiras, mineradoras, indústria do turismo e capital imobiliário.

Além disso, no âmbito executivo, a Portaria 303 da Advocacia Geral da União (AGU) pretende estender condicionantes decididas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Judicial contra a Terra Indígena Raposa Serra do Sol para as demais terras indígenas.

A portaria determina, entre outras medidas, que as terras indígenas podem ser ocupadas por unidades, postos e demais intervenções militares, malhas viárias, empreendimentos hidrelétricos e minerais de cunho estratégico, sem consulta aos povos.


A consulta aos povos indígenas faz parte da Conveção 169 da Organização Internacional do Trabalho, que o Brasil subscreveu, porém vem desrespeitando, como no caso de Belo Monte.

As PECs, PLs e demais instrumentos focam não somente nos povos indígenas, mas ameaçam também populações tradicionais em geral, povos quilombolas e as unidades de conservação.

A ação, disse a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) em entrevista à BBC Brasil, pode retardar ou até impedir novas demarcações. “Este é, de fato, o momento mais delicado desde a promulgação da Carta”, afirma Assirati, que assumiu a chefia do órgão oficial indigenista em junho.

Durante uma reunião com o presidente em exercício da Câmara, Andre Vargas, e diversos deputados, o cacique Raoni, que ganhou notoriedade na década de 1980 por sua luta pela preservação da Amazônia, defendeu que a Funai não se omita e continue responsável pelas demarcações de terras.

Após algumas reuniões fechadas durante a semana, com a presença de apenas algumas lideranças indígenas, nesta quinta-feira, às 11 horas, um grupo de deputados irá ao encontro dos índios que estão acampados no gramado em frente ao Congresso Nacional.

Demarcação da Terra Indígena Itaty

Em Santa Catarina, a equipe CarbonoBrasil acompanhou a manifestação dos indígenas da Aldeia Itaty, no Morro dos Cavalos, região da Grande Florianópolis. Com a participação de vários parentes Guarani vindos de vários municípios catarinenses, os indígenas fecharam a BR 101 por mais de uma hora nesta quarta-feira.

Seguindo o mote nacional, eles reivindicam a extinção das iniciativas no legislativo e executivo nacional que ferem seus direitos e também pedem à presidente Dilma que assine a homologação das terras – última etapa do processo.


A Terra Indígena Morro dos Cavalos fica localizada no município de Palhoça, litoral de Santa Catarina, ou seja, uma área de intensos conflitos e interesses imobiliários. Com a oficialização da área, será concretizada a desintrusão, ou a retirada dos não indígenas dos 1.988 hectares de posse dos índios Guarani Mbyá e Nhandevá.

Após uma reza e um ritual de abertura da mobilização no Morro dos Cavalos, a cacique Eunice Antunes enfatizou o direito originário dos indígenas. (Veja a entrevista que Eunice concedeu à Rádio Campeche) .

“Antes de 1500 todo este território era nosso, e fomos perdendo espaço em nome do capitalismo. Cada vez mais foram entrando em nossas terras e hoje estamos lutando por um pedacinho delas”, lamentou a cacique.

“Hoje qualquer coisa que acontece é o culpa do índio que está atrapalhando o progresso do Brasil, sendo que na verdade é uma luta pela sobrevivência. Não estamos lutando para guardar dinheiro, enriquecer, mas sim em nome de um povo”, completou.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Quinto relatório do IPCC mostra intensificação das mudanças climáticas

27/9/2013 - 02h23


por Karina Toledo, para a Agência Fapesp
IPCCFapesp Quinto relatório do IPCC mostra intensificação das mudanças climáticas
Documento divulgado nesta sexta (27/09) afirma que a temperatura do planeta pode subir quase 5 °C durante este século, o que poderá elevar o nível dos oceanos em até 82 centímetros. Foto do Oceano Ártico: Nasa
Agência Fapesp – Caso as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo às atuais taxas ao longo dos próximos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8 graus Celsius neste século – o que poderá resultar em uma elevação de até 82 centímetros no nível do mar e causar danos importantes na maior parte das regiões costeiras do globo.
O alerta foi feito pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgaram no dia 27 de setembro, em Estocolmo, na Suécia, a primeira parte de seu quinto relatório de avaliação (AR5). Com base na revisão de milhares de pesquisas realizadas nos últimos cinco anos, o documento apresenta as bases científicas da mudança climática global.
De acordo com Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e um dos seis brasileiros que participaram da elaboração desse relatório, foram simulados quatro diferentes cenários de concentrações de gases de efeito estufa, possíveis de acontecer até o ano de 2100 – os chamados “Representative Concentration Pathways (RCPs)”.
“Para fazer a previsão do aumento da temperatura são necessários dois ingredientes básicos: um modelo climático e um cenário de emissões. No quarto relatório (divulgado em 2007) também foram simulados quatro cenários, mas se levou em conta apenas a quantidade de gases de efeito estufa emitida. Neste quinto relatório, nós usamos um sistema mais completo, que leva em conta os impactos dessas emissões, ou seja, o quanto haverá de alteração no balanço de radiação do sistema terrestre”, explicou Artaxo, que está em Londres para a Fapesp Week London, onde participou de um painel sobre mudança climática.
O balanço de radiação corresponde à razão entre a quantidade de energia solar que entra e que sai de nosso planeta, indicando o quanto ficou armazenada no sistema terrestre de acordo com as concentrações de gases de efeito estufa, partículas de aerossóis emitidas e outros agentes climáticos.
O cenário mais otimista prevê que o sistema terrestre armazenará 2,6 watts por metro quadrado (W/m2) adicionais. Nesse caso, o aumento da temperatura terrestre poderia variar entre 0,3 °C e 1,7 °C de 2010 até 2100 e o nível do mar poderia subir entre 26 e 55 centímetros ao longo deste século.
“Para que esse cenário acontecesse, seria preciso estabilizar as concentrações de gases do efeito estufa nos próximos 10 anos e atuar para sua remoção da atmosfera. Ainda assim, os modelos indicam um aumento adicional de quase 2 °C na temperatura – além do 0,9 °C que nosso planeta já aqueceu desde o ano 1750”, avaliou Artaxo.
O segundo cenário (RCP4.5) prevê um armazenamento de 4,5 W/m2. Nesse caso, o aumento da temperatura terrestre seria entre 1,1 °C e 2,6 °C e o nível do mar subiria entre 32 e 63 centímetros. No terceiro cenário, de 6,0 W/m2, o aumento da temperatura varia de 1,4 °C até 3,1 °C e o nível do mar subiria entre 33 e 63 centímetros.
Já o pior cenário, no qual as emissões continuam a crescer em ritmo acelerado, prevê um armazenamento adicional de 8,5 W/m2. Em tal situação, segundo o IPCC, a superfície da Terra poderia aquecer entre 2,6 °C e 4,8 °C ao longo deste século, fazendo com que o nível dos oceanos aumente entre 45 e 82 centímetros.
“O nível dos oceanos já subiu em média 20 centímetros entre 1900 e 2012. Se subir outros 60 centímetros, com as marés, o resultado será uma forte erosão nas áreas costeiras de todo o mundo. Rios como o Amazonas, por exemplo, sofrerão forte refluxo de água salgada, o que afeta todo o ecossistema local”, disse Artaxo.
Segundo o relatório AR5 do IPCC, em todos os cenários, é muito provável (90% de probabilidade) que a taxa de elevação dos oceanos durante o século 21 exceda a observada entre 1971 e 2010. A expansão térmica resultante do aumento da temperatura e o derretimento das geleiras seriam as principais causas.
O aquecimento dos oceanos, diz o relatório, continuará ocorrendo durante séculos, mesmo se as emissões de gases-estufa diminuírem ou permanecerem constantes. A região do Ártico é a que vai aquecer mais fortemente, de acordo com o IPCC.
Segundo Artaxo, o aquecimento das águas marinhas tem ainda outras consequências relevantes, que não eram propriamente consideradas nos modelos climáticos anteriores. Conforme o oceano esquenta, ele perde a capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Se a emissão atual for mantida, portanto, poderá haver uma aceleração nas concentrações desse gás na atmosfera.
“No relatório anterior, os capítulos dedicados ao papel dos oceanos nas mudanças climáticas careciam de dados experimentais. Mas nos últimos anos houve um enorme avanço na ciência do clima. Neste quinto relatório, por causa de medições feitas por satélites e de observações feitas com redes de boias – como as do Projeto Pirata que a FAPESP financia no Atlântico Sul –, a confiança sobre o impacto dos oceanos no clima melhorou muito”, afirmou Artaxo.
Acidificação dos oceanos
Em todos os cenários previstos no quinto relatório do IPCC, as concentrações de CO2 serão maiores em 2100 em comparação aos níveis atuais, como resultado do aumento cumulativo das emissões ocorrido durante os séculos 20 e 21. Parte do CO2 emitido pela atividade humana continuará a ser absorvida pelos oceanos e, portanto, é “virtualmente certo” (99% de probabilidade) que a acidificação dos mares vai aumentar. No melhor dos cenários – o RCP2,6 –, a queda no pH será entre 0,06 e 0,07. Na pior das hipóteses – o RCP8,5 –, entre 0,30 e 0,32.
“A água do mar é alcalina, com pH em torno de 8,12. Mas quando absorve CO2 ocorre a formação de compostos ácidos. Esses ácidos dissolvem a carcaça de parte dos microrganismos marinhos, que é feita geralmente de carbonato de cálcio. A maioria da biota marinha sofrerá alterações profundas, o que afeta também toda a cadeia alimentar”, afirmou Artaxo.
Ao analisar as mudanças já ocorridas até o momento, os cientistas do IPCC afirmam que as três últimas décadas foram as mais quentes em comparação com todas as anteriores desde 1850. A primeira década do século 21 foi a mais quente de todas. O período entre 1983 e 2012 foi “muito provavelmente” (90% de probabilidade) o mais quente dos últimos 800 anos. Há ainda cerca de 60% de probabilidade de que tenha sido o mais quente dos últimos 1.400 anos.
No entanto, o IPCC reconhece ter havido uma queda na taxa de aquecimento do planeta nos últimos 15 anos – passando de 0,12 °C por década (quando considerado o período entre 1951 e 2012) para 0,05°C (quando considerado apenas o período entre 1998 e 2012).
De acordo com Artaxo, o fenômeno se deve a dois fatores principais: a maior absorção de calor em águas profundas (mais de 700 metros) e a maior frequência de fenômenos La Niña, que alteram a taxa de transferência de calor da atmosfera aos oceanos. “O processo é bem claro e documentado em revistas científicas de prestígio. Ainda assim, o planeta continua aquecendo de forma significativa”, disse.
Há 90% de certeza de que o número de dias e noites frios diminuíram, enquanto os dias e noites quentes aumentaram na escala global. E cerca de 60% de certeza de que as ondas de calor também aumentaram. O relatório diz haver fortes evidências de degelo, principalmente na região do Ártico. Há 90% de certeza de que a taxa de redução da camada de gelo tenha sido entre 3,5% e 4,1% por década entre 1979 e 2012.
As concentrações de CO2 na atmosfera já aumentaram mais de 20% desde 1958, quando medições sistemáticas começaram a ser feitas, e cerca de 40% desde 1750. De acordo com o IPCC, o aumento é resultado da atividade humana, principalmente da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento, havendo uma pequena participação da indústria cimenteira.
Para os cientistas há uma “confiança muito alta” (nove chances em dez) de que as taxas médias de CO2, metano e óxido nitroso do último século sejam as mais altas dos últimos 22 mil anos. Já mudanças na irradiação solar e a atividade vulcânica contribuíram com uma pequena fração da alteração climática. É “extremamente provável” (95% de certeza) de que a influência humana sobre o clima causou mais da metade do aumento da temperatura observado entre 1951 e 2010.
“Os efeitos da mudança climática já estão sendo sentidos, não é algo para o futuro. O aumento de ondas de calor, da frequência de furacões, das inundações e tempestades severas, das variações bruscas entre dias quentes e frios provavelmente está relacionado ao fato de que o sistema climático está sendo alterado”, disse Artaxo.
Impacto persistente
Na avaliação do IPCC, muitos aspectos da mudança climática vão persistir durante muitos séculos mesmo se as emissões de gases-estufa cessarem. É “muito provável” (90% de certeza) que mais de 20% do CO2 emitido permanecerá na atmosfera por mais de mil anos após as emissões cessarem, afirma o relatório.
“O que estamos alterando não é o clima da próxima década ou até o fim deste século. Existem várias publicações com simulações que mostram concentrações altas de CO2 até o ano 3000, pois os processos de remoção do CO2 atmosférico são muito lentos”, contou Artaxo.
Para o professor da USP, os impactos são significativos e fortes, mas não são catastróficos. “É certo que muitas regiões costeiras vão sofrer forte erosão e milhões de pessoas terão de ser removidas de onde vivem hoje. Mas claro que não é o fim do mundo. A questão é: como vamos nos adaptar, quem vai controlar a governabilidade desse sistema global e de onde sairão recursos para que países em desenvolvimento possam construir barreiras de contenção contra as águas do mar, como as que já estão sendo ampliadas na Holanda. Quanto mais cedo isso for planejado, menores serão os impactos socioeconômicos”, avaliou.
Os impactos e as formas de adaptação à nova realidade climática serão o tema da segunda parte do quinto relatório do IPCC, previsto para ser divulgado em janeiro de 2014. O documento contou com a colaboração de sete cientistas brasileiros. Outros 13 brasileiros participaram da elaboração da terceira parte do AR5, que discute formas de mitigar a mudança climática e deve sair em março.
De maneira geral, cresceu o número de cientistas vindos de países em desenvolvimento, particularmente do Brasil, dentro do IPCC. “O Brasil é um dos países líderes em pesquisas sobre mudança climática atualmente. Além disso, o IPCC percebeu que, se o foco ficasse apenas nos países desenvolvidos, informações importantes sobre o que está acontecendo nos trópicos poderiam deixar de ser incluídas. E é onde fica a Amazônia, um ecossistema-chave para o planeta”, disse Artaxo.
No dia 9 de setembro, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) divulgou o sumário executivo de seu primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1). O documento, feito nos mesmos moldes do relatório do IPCC, indica que no Brasil o aumento de temperatura até 2100 será entre 1 ° e 6 °C, em comparação à registrada no fim do século 20. Como consequência, deverá diminuir significativamente a ocorrência de chuvas em grande parte das regiões central, Norte e Nordeste do país. Nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, haverá um aumento do número de precipitações.
“A humanidade nunca enfrentou um problema cuja relevância chegasse perto das mudanças climáticas, que vai afetar absolutamente todos os seres vivos do planeta. Não temos um sistema de governança global para implementar medidas de redução de emissões e verificação. Por isso, vai demorar ainda pelo menos algumas décadas para que o problema comece a ser resolvido”, opinou Artaxo.
Para o pesquisador, a medida mais urgente é a redução das emissões de gases de efeito estufa – compromisso que tem de ser assumido por todas as nações. “A consciência de que todos habitamos o mesmo barco é muito forte hoje, mas ainda não há mecanismos de governabilidade global para fazer esse barco andar na direção certa. Isso terá que ser construído pela nossa geração”, concluiu.
* Publicado originalmente no site Agência Fapesp.
(Agência Fapesp) 

IPCC alerta que é clara a influência humana no clima e pede ações

27/9/2013 - 11h38


por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
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Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas aponta que é extremamente provável, 95%, que as emissões antropogênicas sejam o principal fator responsável pelo aquecimento global.
Depois de quatro anos de elaboração,com o trabalho direto de 259 autores de 39 países, que contaram com a ajuda de mais de 50 mil comentários para avaliar 9200 estudos sobre as mudanças climáticas, foi apresentado nesta sexta-feira (27) o “Sumário para os Formuladores de Políticas” do Grupo de Trabalho I (GT I – saiba mais) do Painel intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
A primeira informação que esse documento destaca é que entre os membros do IPCC – milhares de cientistas de mais de uma centena de países e diversas disciplinas diferentes – existe a confiança de 95% de que as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) resultantes das atividades humanas foram responsáveis por mais de metade da elevação média da temperatura registrada entre 1951 e 2010 (mapa ao lado).
“As emissões continuadas de gases do efeito estufa causarão ainda mais aquecimento e transformações em todos oscomponentes do sistema climático. Limitar as mudanças climáticas exigirá uma redução substancial e sustentada dessas emissões”, afirmou Thomas Stocker, co-presidente do GT I.
“A temperatura da superfície global para o fim do século XXI é projetada para provavelmente ultrapassar os 1,5⁰C de aquecimento em relação ao período entre 1850 a 1900 em todos os cenários, menos o mais conservador, e ficar acima de 2⁰C nos dois piores cenários”, completou.
O sumário afirma que essa elevação na temperatura, causada pela maior concentração de GEEs na atmosfera em 800 mil anos, resultará em uma série de transformações em nosso planeta e na forma como acontecem os fenômenos climáticos (veja tabela no fim do texto).
oceanonivel IPCC alerta que é clara a influência humana no clima e pede açõesOceanos e degelo
É considerado altamente provável que até o fim do século o nível dos oceanos suba entre 26 cm a 82 cm, causando impactos para cerca de 70% das regiões costeiras do planeta . A elevação entre 1900 e 2012 foi de 19 cm.
“Com os oceanos se aquecendo, as geleiras e mantos de gelo reduzirão, significando que o nível global do mar continuará a subir, mas a uma taxa mais veloz do que a que vimos nos últimos 40 anos”, afirmou Qin Dahe, co-presidente do GT I.
A crescente acidificação também é um problema que tende a se agravar, sendo que, desde o início da Era Industrial, o pH da superfície dos oceanos subiu 0,1, com um aumento de 26% na concentração de íons de hidrogênio.
A acidificação é a principal responsável pelo processo de “branqueamento” dos recifes de coral. Sem os corais, todo o ecossistema marinho está em perigo.
Segundo o IPCC, nas últimas duas décadas, a Groelândia e a Antártica perderam massa de gelo, e praticamente todas as geleiras do planeta passaram pelo mesmo processo.
A taxa de derretimento nas geleiras teria sido entre 91 a 361 gigatoneladas ao ano no período entre 1971 a 2009.
Na Groenlândia, é muito provável que a perda de gelo tenha acelerado recentemente, passando de 34 gigatoneladas ao ano entre 1992 a 2001, para 215 gigatoneladas anuais entre 2002 e 2011.
Credibilidade
“Observações das mudanças no sistema climático são baseadas em linhas múltiplas de evidências. Nossa avaliação da ciência descobriu que a atmosfera e os oceanos estão mais quentes, que a quantidade de neve e gelo diminuiu, que o nível dos oceanos subiu e que a concentração dos gases do efeito estufa cresceu”, afirmou Dahe.
Durante a reunião desta semana em Estocolmo, na Suécia, onde representantes de mais de uma centena de países participaram da discussão final para a elaboração deste sumário, muito foi falado da desaceleração do aquecimento global nos últimos 15 anos.
O texto final concorda que há um “hiato” na elevação das temperaturas, mas que de nenhuma forma isso compromete a tendência de “robusto aquecimento multi-decadal” já verificado e que deve prosseguir no futuro.
“A temperatura da superfície da Terra em cada uma das últimas três décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer década anterior desde 1850 no hemisfério Norte”, afirma o sumário.
Variabilidade naturais podem ser a resposta para a desacelaração temporária, entre elas a La Niña.
Necessidade de Agir
O IPCC espera que, com essas novas informações, as Conferências das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COPs) e outros fóruns de negociações possam avançar mais rapidamente em direção a um acordo climático ambicioso.
“Este Sumário para os Formuladores de Políticas fornece um panorama importante da base científica das mudanças climáticas. É uma fundação sólida para considerações dos impactos das mudanças climáticas nos sistemas humanos e naturais e sobre as maneiras para lidarmos com esse desafio”, declarou Rajendra Pachauri, presidente do IPCC.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o sumário é um alarme para os governos, que não têm se mostrado suficientemente preocupados com as mudanças climáticas. “As informações estão aí. Agora precisamos agir.”
Christiana Figueres, presidente da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), reforçou a mensagem. “Para retirarmos a humanidade da zona de perigo, os governos precisam adotar ações imediatas e estabelecer um acordo climático em 2015 que ajude a acelerar a resposta global às mudanças climáticas.”
O documento também destaca, infelizmente, que precisamos nos preparar para medidas de adaptação, já que muitas das transformações do clima já são inevitáveis.
“Como um resultado de nosso passado, presente e futuro esperado de emissões de CO2, estamos destinados a enfrentar as mudanças climáticas e seus efeitos por muitos séculos, mesmo se as emissões pararem”, alertou Stocker.
O “Sumário para os Formuladores de Políticas” é um resumo do relatório “Mudanças Climáticas 2013 – As bases físicas científicas”, que será divulgado em fevereiro de 2014.
O grande documento síntese de todos os relatórios dos Grupos de Trabalho do IPCC será a Quinta Avaliação (IPCC Fifth Assessment Report – AR5), que deve ser apresentada durante a COP 20, no final do ano que vem em Lima, no Peru.
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* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)