domingo, 30 de outubro de 2011

O melhor do entretenimento está aqui! - Rio Harley Days

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Feministas ucranianas do Grupo Femen usam a nudez para protestar

30/10/2011 - 11h20

CHICO FELITTI
FOLHA DE SÃO PAULO

Inna Shevchenko, fundadora do grupo Femen, conta o que há na cabeça por trás dos corpos que chamam a atenção do mundo para a Ucrânia.

 "O pior de tudo é voltar para casa. Toda vez que fico pelada para protestar, sou levada para a delegacia. Mas prefiro enfrentar os policiais, que, como você pode ver em vídeos, me pegam à força e me batem, a encarar minha mãe.
Ela chora muito. Grita que eu sou louca. Ela não entende, viveu a vida toda na União Soviética, nunca pôde dizer o que pensava. Na semana passada, ela brigou comigo, disse que eu só queria chamar a atenção.

 Sergey Dolzhenko/Efe
Grupo de ativistas ucranianas do Femen usa a nudez para lutar contra o turismo sexual no país
E é isso mesmo que eu quero: chamar a atenção. Só que não para mim. Uso o corpo para mostrar o que está errado. Há tanto de errado na Ucrânia. A começar por nosso país ser destino de turismo sexual. Não é o tal do corpo ucraniano que eles buscam? Pois nós o mostramos de graça.
Por um ano e meio, protestamos sem tirar a roupa. Mas você me conhece porque passamos a protestar de peito de fora. O mundo nos conhece como uma organização de tetas.
Também fazíamos fotos lindas com roupa, mas ninguém olhava. Se não estivéssemos usando nosso estilo de protestar, não teríamos atenção. Isso não é por causa dos corpos nus. As pessoas olham para o paradoxo de mulheres lindas que não estão em revistas, e sim na rua com cartazes.
Mulher pelada não serve só para anunciar carro e cerveja. Serve para propaganda política. Conheci a líder do grupo, Anna Hutsol, há três anos e juntas começamos o Femen.
Gostei da ideia, queria fazer algo radical. Na época, estudava jornalismo na Universidade Nacional da Ucrânia e também trabalhava como jornalista no governo municipal. Depois de uma performance que fiz semi-nua perto de um ministério, fui presa. Voltei ao escritório no dia seguinte e a chefe me recebeu com fotos minhas do protesto, com os peitos à mostra. Perdi o emprego.
Decidi me dedicar só ao grupo. GUERREIRA Femen é o poder de jovens mulheres da Ucrânia. Queremos mudar a situação de um jeito radical. E nossa técnica é usar nosso erotismo, nossa beleza.
Mulheres são lindas, têm corpos lindos. E servem para mais coisas do que clipes de rap. Percebemos que aqui só isso traria atenção ao nosso problema. Nosso governo não se importa com a opinião do povo. Mas temos nossos corpos e vamos usá-los sem medo. Fazemos fotos provocantes. Então nos importamos com nossa aparência porque nos importamos com quão atraentes serão as fotos. Somos nós que ficamos peladas, mas é a política ucraniana que fica com vergonha do nosso nu.
Nós que tiramos a roupa somos "as guerreiras". Somos 20. Mas há muitas outras por trás, na organização da logística. No total somos mais de cem mulheres.
Agora passamos a aceitar homens também. Eles ainda não tiram a roupa, acho que nem vão. Meu trabalho é convidar os ativistas, treiná-los e organizar as performances.
As reuniões são feitas em bares ou no McDonald's. Sou a única das guerreiras que fala inglês, o que limita nosso contato com a imprensa de outros países. Mas o trabalho tem uma linguagem bem universal, não?

 Agora, está mais fácil aderir ao Femen. Todos sabem da nossa existência, e meninas do país todo vêm se juntar a nós. Mas, há um ano, eu tinha que convencer desconhecidas na rua a aderir à nossa causa.

 PROFESSORA OU PROSTITUTA
Ser uma garota na Ucrânia é muito difícil. Ninguém ensina às mulheres daqui que elas têm direitos e possibilidades. Ninguém ensina às mulheres ucranianas que elas podem estar na política ou nos negócios. A obsessão nacional das jovens daqui é se casar com um estrangeiro, com um europeu. Há só duas possibilidades de trabalho: ser professora e ganhar 200 dólares por mês, como minha mãe, ou ser puta e ganhar cem dólares por noite. Esse é um país de homens e para homens. Ninguém aqui faz nada pelas mulheres. Não temos chance de usar nossos recursos, nossa mente, nosso poder. Nosso governo tem interesse no mercado da prostituição e do turismo sexual. Quando você pega um mapa gratuito, com emblema do governo, lá estão endereços de casas de massagem e bares-bordéis. Pela lei, prostituição é ilegal. Mas eu falo com você de um café no centro de Kiev. Há três estabelecimentos vizinhos que são bordéis. Todo o mundo sabe. Ninguém faz nada. As jovens são como carne para os tigres, que são os turistas.

O FUTURO
Disseram que deveríamos criar um partido para as próximas eleições. Não faremos isso. Nunca quisemos ser uma organização feminista clássica. Mas nos chamam de feministas e tudo bem. Estamos criando um novo feminismo, mais interessante para os dias de hoje. O feminismo clássico morreu fora de livros e de conferências. Nós somos contra a copa Euro 2012 na Ucrânia. O senso comum diz que seria bom para nosso país, criaria infraestrutura. Não acreditamos nisso. Os turistas virão atrás de sexo. Há discussão dentro do governo para legalizar a prostituição até lá. Não queremos que a Ucrânia vire um bordel institucionalizado. Funciona na Suécia, mas não aqui. Queremos viajar pela Europa fazendo um grupo da Femen em cada capital. Agora levantamos dinheiro para essa turnê. Em dois ou três anos, Femen será um estilo de vida para mulheres europeias. Essa será uma nova cultura feminina."

Que país é este?

“Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?”


(07/07/2011 Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País)

Entrevista de emprego: como falar do salário?

Confira 6 dicas para lidar com esse assunto durante o processo de seleção

Talita Abrantes, de Exame
19/09/2011 - 21:53:49



São Paulo – Os especialistas recomendam: na hora de avaliar uma proposta de emprego, o salário não pode ser o único critério. Isso não significa, contudo, que o pacote de remuneração não seja um fator importante para essa decisão. Mas como abordar o assunto com o recrutador?



Há quem vá direto ao ponto e já no primeiro contato telefônico pergunte sobre questões monetárias. Se você se insere neste grupo, sinal vermelho. De cara, você pode queimar sua reputação ou, pior, perder uma boa oportunidade. "Isso indica que seu principal interesse é o salário e não a empresa ou o trabalho em si”, diz Eliane Figueiredo, da Projeto RH.



O ideal, segundo os especialistas, é ter cautela. “A entrevista de emprego é o momento da para a empresa conhecer o candidato”, lembra Marshal Raffa, diretor-executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos. Em outras palavras, nada de colocar o recrutador na parede ou já partir para uma negociação salarial.



O assunto, contudo, não é um tabu. “Em um mercado aquecido, ninguém quer trocar seis por meia dúzia. Todos querem alguma vantagem”, diz Eliane. Por isso, vale sim conversar sobre o pacote de remuneração na entrevista. Como se vê, a questão não é o tópico, mas sim a maneira como você irá tratá-lo.



1. Seja paciente


Tocar no assunto logo no primeiro contato telefônico ou começar a entrevista já por esse viés é sinal de gafe na certa. O ideal, segundo os especialistas é deixar para o recrutador a responsabilidade de entrar na questão salarial. Geralmente, o headhunter já fala sobre valores ao expor detalhes sobre a vaga.



2. Jogue a pergunta de volta


Se, no entanto, ele perguntar sobre qual é a sua pretensão salarial, a dica de Raffa é jogar a questão de volta para a empresa. “Pergunte sobre qual a faixa salarial que a empresa está pretendendo oferecer”, diz.



3. Contextualize


Agora, para não deixar o recrutador sem resposta, uma boa estratégia é oferecer informações sobre o seu contexto atual. Enumere o pacote de benefícios atual e a sua condição na empresa – se tem chances de crescimento na carreira, por exemplo.



4. Crie parâmetros


Se você acabou de retornar de um MBA no exterior ou está se candidatando a uma vaga superior a que você estava na empresa anterior, a dica é deixar isso claro para que o recrutador entenda que, por estar mais qualificado, você pretende receber uma remuneração superior.


Cuidado ao abrir sua meta. “Você pode passar para o entrevistador que aquele é um objetivo fixo. Se a oferta da empresa for maior, isso indica que você pode não estar realmente apto para a oportunidade”, diz Raffa. Se a proposta for menor que o valor apresentado por você, diminuem-se as chances de negociação com a empresa.



5. Não seja megalomaníaco


Cuidado com a falta de bom senso. Antes de ir para uma entrevista de emprego, atualize-se sobre a faixa salarial de sua área de atuação e cargo. Não adianta nutrir expectativas hiperbólicas em relação a esse assunto. Se você ganha 5 mil reais hoje não espere, por exemplo, em uma única movimentação de carreira receber um aumento para 20 mil reais, por exemplo.



6 Não seja obcecado


Não foque apenas no salário. Olhe para a proposta de emprego como um todo. Itens como benefícios, plano de carreira e até a cultura da empresa devem entrar no seu balanço final.