terça-feira, 31 de agosto de 2010

Perigo no trajeto

Estudo
Pesquisa em Londrina reforça a necessidade de prevenção para evitar acidentes a caminho do trabalho
29/08/2010

O número de acidentes de trabalho que ocorrem fora do ambiente da empresa é expressivo em Londrina e a ausência de notificação aponta para um universo muito maior de casos. Pesquisa realizada pela enfermeira Renata Baldo revela que, do universo entrevistado por ela, um terço de pessoas que foram atendidas pelo Siate e encaminhadas para hospitais de Londrina foram vítimas de acidentes de trabalho, e mais da metade no trânsito, indo ou voltando do trabalho ou em horário de almoço. Nenhum desses acidentes, de acordo com a pesquisa, foi notificado ao Sistema Único de Saúde (SUS), o que a pesquisadora aponta como um problema a ser vencido. A pesquisa foi realizada entre julho e dezembro de 2008 e defendida em tese de mestrado em junho deste ano.
Renata Baldo afirma que a pesquisa mostra “que antes de ter resolvido o problema da prevenção dos acidentes ocorridos no interior dos locais de trabalho, os envolvidos com a Saúde do Trabalhador precisam assumir um novo desafio: o de abrir uma frente de luta pela prevenção de acidentes ocorridos no espaço da rua”.
Outro ponto relevante, segundo ela, é a identificação do acidente de trabalho de forma mais específica e sua notificação para o desenvolvimento de políticas públicas adequadas. “Já apresentamos os resultados [da pesquisa] no Conselho Municipal de Saúde, há duas semanas, e o promotor Paulo Tavares ficou de marcar uma reunião com o presidente da CMTU para passarmos essas informações”, disse.
O promotor de Garantias Constitucionais, Paulo Tavares, afirma que a pesquisa traz informações a mais para a questão da mobilidade urbana, já em discussão pelo Ministério Público, Acil, Ippul e empresas de ônibus. “Temos que atuar em várias frentes: aperfeiçoar [a campanha] o ‘Pé na Faixa’, fazer trabalhos educativos, melhorar o transporte coletivo para incentivar o trabalhador a usar mais os ônibus; ter mais ciclovias.”
Paulo Tavares diz que já entrou em contato com o diretor de Trânsito da CMTU, Wilson de Jesus e aguarda uma agenda para que a pesquisa seja apresentada. “A pesquisa mostra que as motos estão sendo cada vez mais usadas pelo trabalhador e precisamos pensar nestas ações, pois os acidentes de trabalho estão acontecendo nas ruas.”
Notificações
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22, que todo acidente do trabalho ou doença profissional deve ser comunicado pela empresa ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no caso de trabalhadores no mercado formal, sob pena de multa em caso de omissão. Essa notificação é feita por meio de emissão do Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), que é um formulário que deve ser preenchido pelos hospitais. De acordo com a pesquisa, dos 465 casos de acidentes de trabalho atendidos nas ruas pelo Siate, 300 eram pessoas que estavam no mercado formal. Destes, apenas 178 disseram que houve a emissão do CAT.
Hospitais devem estabelecer fluxo de notificação ao SUS
Um dos objetivos da pesquisa, segundo Renata Baldo, é contribuir para que sejam desenvolvidos trabalhos para que os hospitais façam a notificação dos acidentes ao Sistema Único de Saúde (SUS). “As doenças contagiosas, por exemplo, são todas notificadas. No caso de saúde do trabalhador isso também tem que acontecer. Para isso é importante estabelecer o fluxo de notificação [para onde deve ser encaminhada: vigilância epidemiológica, sanitária, centro de referência de saúde do trabalhador]”, diz.
Essa dificuldade não é realidade apenas de Londrina. De acordo com a pesquisa de Renata Baldo, em 2008, no Brasil foram feitas 750 mil notificações de acidentes de trabalho fora da empresa ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). No entanto, o número levantado pela pesquisa representa apenas um quinto das ocorrências; já ao SUS não foi feita nenhuma notificação.
Hospitais
O JL entrou em contato com os maiores hospitais de Londrina. O Hospital Evangélico (HE), por meio de assessoria, informou que todos os meses os acidentes de trânsito, de trabalho e de trabalho no trânsito são protocolados na Diretoria de Auditoria, Controle e Avaliação (Daca) e repassados ao SUS e INSS pela supervisora de convênios, Denise Moraes. Em 2010, até 25 de agosto, o HE registrou, 97 acidentes de trabalho no trânsito e 100 acidentes de trabalho.
O Hospital Universitário (HU), por meio da assessoria de imprensa, informou que em 2010 foram 46 notificações, entre janeiro e agosto e que, no entanto, nem sempre, os acidentados informam que estavam em trabalho ou no trajeto. A Santa Casa, também por meio da assessoria de imprensa, informou que o hospital está se mobilizando para fazer as notificações ao SUS.
Campanha reduziu ocorrências e custos com acidentados
Em 2008, período que a pesquisa foi realizada, a Santa Casa de Londrina estava atenta aos problemas de acidentes de trabalho ocorridos no trajeto. Segundo a analista de Recursos Humanos, Renata Gusmão, que na época era presidente da Cipa, 32% dos acidentes de trabalho no hospital ocorriam no trajeto. De nove acidentes/mês, três ocorriam fora do hospital. As ocorrências eram no trânsito, saindo do ônibus, de bicicleta, entre outras. Isso gerava em média 30 dias de afastamento do trabalho por mês e um custo com funcionário acidentado, de R$ 625, de acordo com Renata.
Piloto automático
Foi, então, desenvolvida uma campanha de conscientização, a “Vá e volte bem”. Durante uma semana foram distribuídos folhetos e realizadas palestras para ressaltar a importância de manter a atenção no trajeto. “Normalmente, como se trata de um caminho que a pessoa conhece bem, pois faz todos os dias, ela liga o piloto automático e daí acontecem os acidentes”, afirma Renata. “No período após a campanha reduzimos pela metade esse percentual”, conta Renata. Dos três acidentes/mês no trajeto passou para em média um por mês. O período de afastamento/mês caiu para 10 dias e os custos para R$ 256,00. No semestre de 2010 a média de acidentados no trajeto se manteve um/mês.
Franciele Ronchini, 22 anos, não é funcionária da Santa Casa, mas já se acidentou indo para o trabalho. Ela conta que em 21 de maio, estava na Avenida Arthur Thomas (zona oeste) quando um carro atravessou a preferencial. Foram vários dias sem trabalhar. Hoje, segundo ela, os cuidados redobraram. “Fico muito mais atenta a tudo que está acontecendo no trânsito”, conta.

Reportagem do Dia 29/08/2010

http://www.jornaldelondrina.com.br/edicaododia/index.phtml?data=2010-08-292023:00:00

Transnordestina agora só no final de 2012

17/08/2010 - Agência Estado


Perto de terminar o mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pôs a culpa na Justiça, no Ministério Público, nos ambientalistas e nas pessoas de olho gordo por deixar no papel boa parte do trecho da ferrovia Transnordestina, projetada para ligar Eliseu Martins, no Piauí, ao Porto de Suape, em Pernambuco. É um verdadeiro inferno concluir um projeto desta magnitude, reclamou hoje, num canteiro de obras em Salgueiro, a 518 quilômetros de Recife.

Foi a quarta viagem de Lula para participar de festa de início de obras da ferrovia. Ao lançar o projeto em Missão Velha (CE), em plena campanha pela reeleição, em junho de 2006, ele disse que a Transnordestina seria a redenção do Nordeste. Hoje diretores do consórcio de construção da ferrovia informaram ao presidente que apenas 30% das obras de terraplenagem foram concluídas. A obra não ficará pronta antes de dezembro de 2012.

No ano passado, ele chegou a afirmar que iniciaria as obras de todos os lotes ao longo dos 2.278 quilômetros de ferrovia. O maior atraso está no trecho final em Pernambuco, entre Belém de Maria e Escada (55 quilômetros) e de Escada a Suape (64 quilômetros). Nestes dois lotes, os contratos para início das obras não foram assinados. Durante a visita, o presidente conheceu uma máquina importada que produzirá os dormentes de concreto para dar suporte aos trilhos. A visita de inauguração da fábrica de dormentes, como o Planalto divulgou, estava programada para março último, mas foi cancelada porque a máquina não chegou a tempo.

A uma plateia formada por trabalhadores do canteiro em Salgueiro, o presidente se queixou de juízes, que teriam aceito pedidos de interrupção das obras por parte de quem reclamava indenização de terras. Não pensem que é fácil fazer as coisas, disse. Vocês não sabem que a inveja é uma doença, completou. Não tem nada pior do que olho gordo.

Mais tarde, ao visitar uma escola técnica em Salgueiro, Lula aproveitou para criticar os tucanos e até dom Pedro II. Sem poder inaugurar a obra dos seus sonhos, como ele mesmo chama a ferrovia, Lula disse que os governantes anteriores não priorizarem obras na região. O presidente afirmou que o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) não investiu em ensino profissionalizante. Já dom Pedro II foi atacado por não levar à frente a obra da transposição das águas do São Francisco. Por que dom Pedro II, o todo poderoso, não conseguiu fazer o canal e um torneiro mecânico conseguiu?, esbravejou Lula. As obras de transposição também estão com cronograma atrasado.

Saia-justa

Criticado pelo governo por não ter se empenhado nas obras da ferrovia Transnordestina, o executivo Benjamin Steinbruch, que comanda o consórcio do projeto, enfrentou saia-justa na viagem com o presidente Lula ao canteiro no semiárido pernambucano. Em cima de um trecho de trilho montado apenas para a produção de fotografias, Lula olhou para Steinbruch e perguntou: Você sabe quem me disse que pode fazer trilhos?. E emendou: O Roger Agnelli, da Vale. Ele disse que vai fazer trilhos na siderúrgica que está construindo em Marabá. Depois de ouvir o nome do rival no mundo dos negócios, Steinbruch, desconcertado, disse: Aí, é covardia.

Lula não esconde o desapontamento com Steinbruch, a quem acusa de ser um dos principais responsáveis pelo atraso das obras da ferrovia. O presidente foi num ponto fraco do executivo, observaram integrantes da comitiva. Há mais de uma década, Steinbruch vive às turras com Agnelli.

A rivalidade de Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional, e Agnelli, da Vale, é famosa no mercado do aço. A briga começou em 2000, com o descruzamento de ações da Vale e da CSN. Steinbruch, que comandava o grupo, foi substituído por Agnelli. Vaidosos, eles travaram brigas até nos tribunais. Há uma série de processos judiciais por causa de minas e negócios das duas empresas. Com a última crise financeira internacional, os dois deram uma trégua.

Criação da Academia Brasileira da Qualidade (ABQ)

Está em processo de formação a Academia Brasileira da Qualidade (ABQ). A ABQ é uma organização não-governamental e sem fins lucrativos, constituída inicialmente na forma de uma rede social virtual, tendo como membros participantes pessoas experientes e de reconhecida competência profissional adquirida ao longo dos anos - nas universidades, nas empresas e em outras organizações privadas ou públicas - em atividades relacionadas à engenharia da qualidade, à gestão da qualidade e à excelência na gestão.
A administração da ABQ é realizada por um Colegiado eleito entre os membros da Academia, denominados Acadêmicos, de acordo com seu Regimento Interno.
A condição de membro da Academia é obtida somente por meio de indicação de um ou mais dos Acadêmicos, com aprovação dos outros Acadêmicos, de acordo com seu Regimento Interno.
A ABQ tem por missão contribuir para o desenvolvimento do conhecimento teórico e prático da engenharia da qualidade, da gestão da qualidade e da excelência na gestão, acompanhando a sua aplicação para trazer benefícios para todas as pessoas e organizações no Brasil. A Academia utiliza, para tanto, a liderança e a capacidade profissional de seus Acadêmicos, de modo individual ou coletivo. No desenvolvimento de suas atividades, a Academia procura essencialmente contribuir para a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro, atuando também em colaboração com empresas, governos e outras organizações.
São Paulo, 20 de agosto de 2010.
Ariosto Farias Junior
Basilio V. Dagnino
Ettore Bresciani Filho
Evandro G. Lorentz
Fabio E. P. Braga
Francisco Paulo Uras
Iris Bento da Silva
João Mário Csillag
Marcio Migues
Vivaldo A. Russo

Ariosto Farias Junior
Instrutor, Examinador e Examinador Sênior do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), desde 1992 até 2009. Consultor em Gestão da Qualidade e Segurança da Informação. Membro do ABNT/CB 25. Líder da Delegação do Brasil em Comitês da ISO em diversas oportunidades.


Basilio V. Dagnino
http://lattes.cnpq.br/1048274532599555
ASQ Fellow. CQP & Fellow, CQI (Londres). Co-fundador do 1º curso de pósgraduação em Qualidade (UCP). Primeiro Gerente Técnico da FNQ (1991 a 1997). Juiz, examinador, instrutor e consultor de modelos de excelência do PNQ e outros prêmios.


Ettore Bresciani Filho
http://lattes.cnpq.br/9036318965526496
Engenheiro (ITA), Doutor (Escola Politécnica - USP). Professor Titular Aposentado (UNICAMP). Professor Responsável pelo Curso de Especialização em Engenharia da Qualidade (UNICAMP). Membro do CLE-UNICAMP. Membro da ASQ (desde 1974).


Evandro G. Lorentz
http://br.linkedin.com/in/elorentz
Engenheiro e Matemático (UFJF), Mestre (UFMG). ASQ Fellow, ASQ/CQE e CQA. Fundador e Primeiro Chair da International Member Unit (ASQ/IMU) brasileira. Consultor e Professor de Pós-Graduação em Cursos de
Especialização.


Fabio E. P. Braga
Engenheiro (Escola Politécnica – USP). Ex-vice-presidente de Engenharia e Qualidade da TRW do Brasil. Ex-Professor do Curso de Especialização em Engenharia da Qualidade (UNICAMP). Gerente de Relações Institucionais da SAE BRASIL. Membro da ASQ.


Francisco Paulo Uras
http://br.linkedin.com/pub/francisco-paulo-uras/23/b65/803
Engenheiro (Escola Politécnica - USP). ASQ Fellow, ASQ/CQE, CQA e CMQOE. Palestrante do PEC-FGV-SP. Membro do Comitê Critérios de Excelência e Instrutor dos Cursos da FNQ. Consultor para implantação do Modelo de Excelência da FNQ.


Iris Bento da Silva
http://lattes.cnpq.br/0648336163497567
Engenheiro (EESC-USP). Doutor (UNICAMP). Professor Doutor (UNICAMP), Professor do Curso de Especialização em Engenharia da Qualidade (UNICAMP), Professor da Pós-Graduação em Gestão (UNIMEP). Ex-Diretor Técnico do Sindiforja (ligado ao Sindipeças).


João Mário Csillag
http://lattes.cnpq.br/0051191602390447
Engenheiro (ITA), Mestre e Doutor em Administração de Empresas (EAESPFGV), Professor Titular e Ex-Chefe do Depto. de Produção, Logística e Operações Empresariais da EAESP-FGV. Juiz do PNQ. Autor do livro “Análise do Valor” - Editora Atlas.


Marcio Migues
Engenheiro, Pós-graduado, especialista em qualidade, atuou na Volkswagen e atual Diretor de Qualidade Mercosul na Renault. Presidente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA). Coordenou por 12 anos cursos de pós-graduação de qualidade e produtividade.


Vivaldo A. Russo
Engenheiro (UNICAMP). Presidente de Hydraulics Business da América do Sul da EATON. Professor do Curso de Especialização em Engenharia da Qualidade (UNICAMP). Membro e ex-Diretor da SAE BRASIL.

Shell e Basf são condenadas a pagar R$ 620 milhões por contaminação em SP

MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS
Atualizado às 19h35.
A Justiça do Trabalho de Paulínia (117 km de SP) condenou nesta quinta-feira as empresas multinacionais Shell e a Basf a pagar R$ 620 milhões de indenização por danos morais devido a um caso de contaminação de trabalhadores por substâncias tóxicas.
As empresas também terão que custear assistência médica aos ex-funcionários e indenizações individuais a eles. Cabe recurso à decisão.
A sentença é resultado de uma ação coletiva movida pelo Ministério Público do Trabalho e pela associação dos ex-trabalhadores da extinta fábrica de agrotóxicos no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia.
Os filhos de empregados contratados, autônomos e terceirizados que nasceram durante ou após a prestação de serviços também receberão assistência médica.
Os R$ 620 milhões de indenização terão de ser revertidos ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), ligado ao Ministério do Trabalho.
De acordo com a Justiça, os ex-funcionários que trabalharam na fábrica de agrotóxicos foram expostos e contaminados por substâncias químicas. O caso é apurado desde de 2001.
A Shell iniciou produção de agrotóxicos no local em 1977. Em 1994, a Shell vendeu a fábrica para a Cyanamid e, em 2000, a Basf comprou a mesma área e o passivo da Cyanamid. A fábrica foi desativada em 2002. Pelo menos mil funcionários passaram pelas empresas no período.
A Shell informou por meio de nota que, "confiando na Justiça e na defesa de seus direitos, irá recorrer às instâncias superiores".
A Basf informou, em nota, que "vai recorrer da decisão, pois não concorda com o absurdo da sentença proferida que se baseou na contaminação ambiental causada e assumida pela Shell".
A Justiça também determinou que as empresas têm cinco dias, a partir de hoje, para publicar um edital de convocação dos trabalhadores e descendentes abrangidos pela decisão nas duas maiores emissoras de TV do país, em duas oportunidades.
Cada ex-trabalhador e cada filho de ex-trabalhador nascido durante ou depois da prestação de serviços também deverá receber o montante de R$ 64.500.

Favelas do Rio de Janeiro deverão ser urbanizadas até 2020

Notícias em Foco
02/08/10

Prefeitura firmou acordo com o IAB-RJ para a realização de concursos e seleção de equipes capacitadas para a elaboração dos projetos urbanísticos e arquitetônicos.

A Prefeitura do Rio de Janeiro lançou o programa "Morar Carioca", que prevê a urbanização de todas as favelas da cidade até 2020, com o objetivo de promover a implantação de um sistema de controle e ordenamento da ocupação e uso do solo urbano. O programa faz parte do "Plano de Legado Urbano das Olimpíadas de 2016" e deve receber um investimento de R$ 2 bilhões até 2012, provenientes da Prefeitura da Cidade, do Governo Federal e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Caberá ao IAB-RJ Instituto de Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro promover concursos e selecionar em até dois anos equipes interessadas e capacitadas à elaboração dos projetos urbanísticos e arquitetônicos necessários ao programa, como a delimitação dos assentamentos, a produção dos diagnósticos das condições físicas, sociais e jurídicas desses locais, e a produção dos planos de intervenção e dos projetos básicos. O Instituto também deverá auxiliar a Secretaria Municipal de Habitação da cidade quanto á capacitação, promoção e publicação de estudos técnicos visando a garantir a qualidade dos produtos.

A ideia do projeto é urbanizar 571 favelas existentes na cidade. A Prefeitura ficará responsável pela implantação dos serviços básicos de conservação da infraestrutura e dos equipamentos sociais, como iluminação, pavimentação, drenagem e limpeza; implantação de um sistema de controle do surgimento e do crescimento irregular de favelas, sob fiscalização da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop); o mapeamento anual das favelas, através de fotos aéreas e satélites (antes era atualizado de quatro em quatro anos); ampliação da Legislação Urbanística, através do aumento do número de Postos de Orientação Urbanística e Social (POUSO) de 30 para 130; e reassentamento das famílias em áreas de risco pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.


Fonte: Mauricio Lima

CINCO DICAS DE ERGONOMIA

Lendo um antigo post sobre ergonomia, descobri o motivo de algumas de minhas queixas de dores pelo corpo. Presto pouca atenção no meu posicionamento e isso acaba me prejudicando. Como sei que este não é apenas um problema meu, resolvi replicar aqui as 5 dicas de ergonomia essenciais para não se ter problemas futuros.
1. Tenha espaço: sua área de trabalho deve ter espaço suficiente para você e para os seus documentos e outros objetos de trabalho. Nada de trabalhar com as pernas pressionadas contra o tampo, o apoio ou o fundo da mesa, nem de se contorcer ou dar voltas para entrar ou mudar de posição, e muito menos de malabarismos para “fazer caber” todos os seus instrumentos de trabalho sobre a mesa.
2. Teclado e mouse: se você ainda não sabe, aprenda a digitar como profissional, pois as técnicas herdadas da datilografia otimizam os movimentos. Posicione seu teclado em uma altura confortável -geralmente se recomenda que o seu cotovelo fique dobrado em ângulo reto, e o punho neutro (“reto”), portanto o teclado deve estar pouco abaixo da altura do cotovelo. Mesa com altura e posição reguláveis para o teclado é um luxo que você deve procurar ter, assim como teclados com posicionamento e distribuição de teclas que considerem a ergonomia. O mouse deve estar apoiado na mesma superfície do teclado, para reduzir a tração necessária para movimentar o braço até ele. Use as configurações do sistema operacional para obter conforto na movimentação do mouse. Se puder, experimente o uso de trackballs ou trackpads como substitutos do mouse.
3. Temperatura: Em escritórios onde trabalham várias pessoas e há ar condicionado, as discussões sobre a regulagem dele são constantes. O melhor é definir uma temperatura padrão. No Brasil, costuma-se adotar como temperatura ideal para ambientes refrigerados no verão o intervalo entre 24 e 26 graus, e no inverno (quando há aquecimento) 20 a 22 graus. Façam uma vaquinha, comprem um termômetro e resolvam a questão de forma definitiva!
4. Monitor: Posicione seu monitor entre 45cm e 70cm de distância em relação a seus olhos, nunca acima da linha de visão quando confortavelmente sentado com boa postura. Procure ter um suporte de monitor que permita reconfiguração fácil de ângulo e altura sempre que necessário, e lembre-se de fazer pausas, piscando intencionalmente e olhando para objetos a mais de 6m de distância, regularmente. Posicione o monitor de forma a remover a incidência de reflexos visíveis de janelas e lâmpadas, e regule o tamanho das letras e controles de forma a enxergá-los sem esforço.
5. Notebooks: A conveniência de usar o notebook sobre as mais variadas superfícies (incluindo o seu colo) pode e deve ser aproveitada sempre que necessário. Mas se você o usa como instrumento de trabalho diário, o melhor é colocá-lo sobre a mesa e tratá-lo como um computador qualquer, preferencialmente providenciando um teclado e mouse externos, para poder posicioná-los de forma independente da tela, preservando assim as alturas e distâncias corretas.
Fonte: Carreira e Sucesso - Autor: Vinícius Mont Serrat
Fonte: http://marcoskraide.com.br/5-dicas-de-ergonomia.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+Kraidicas+(Kraidicas)
__._,_.___

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

LOGÍSTICA

LLX Logística recebe benefício fiscal de R$ 70 milhões
Brasil Econômico 26/08/2010

A LLX Logística informou nesta quinta-feira (26) que a Receita Federal aprovou a habilitação da LLX Sudeste Operações Portuárias, subsidiária da companhia, no Regime Tributário de Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto).
Em conseqüência, o Superporto Sudeste poderá realizar as aquisições de máquinas e equipamentos, no mercado interno ou externo, com a suspensão dos tributos: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e, em alguns casos, do Imposto de Importação.
De acordo com a empresa, estes benefícios fiscais estão estimados em cerca de R$ 70 milhões e se aplicam à aquisição de equipamentos a serem utilizados nas suas operações de carga, descarga e movimentação de produtos.
"O Superporto Sudeste, cujas obras estão avançando em ritmo acelerado, comprará os seus equipamentos operacionais com os benefícios do Reporto e deverá carregar o seu primeiro navio de minério de ferro no início de 2012", comentou em nota Otávio Lazcano, diretor presidente da LLX.
"Com isso estará inaugurado um novo corredor para o escoamento do minério de ferro produzido pela MMX Sudeste e por outras mineradoras do Quadrilátero Ferrífero e que poderá ser expandido para uma capacidade de 100 milhões de toneladas por ano", concluiu.
(Retornar ao início)

Siemens tentará disputar novo trem para Santos
Valor Econômico 27/08/2010


Lançado no início do ano mais como uma hipótese, o plano de fazer um trem de passageiros entre Santos e São Paulo ganhou novas definições. Conversas do governo paulista com possíveis fornecedores indicam que a obra é viável, a despeito do complicado trecho de subida na Serra do Mar - o projeto quer utilizar como base parte de uma antiga linha desativada nos anos 70, na qual os trens eram puxados por cabos. Segundo fornecedores, trens comuns também podem cumprir a tarefa.
A divisão de transportes da Siemens é até agora a candidata mais envolvida no projeto. A empresa vem participando de estudos preliminares, e identificou o tipo de composição e equipamento adequado ao trecho. Trata-se de um trem destinado ao transporte regional - batizado Desiro ML -, adotado em sete países, entre eles Alemanha, Suíça, Bélgica e Inglaterra. De acordo com a empresa, o modelo pode vencer o trecho de subida da serra usando uma composição curta, de dois carros, o suficiente para acomodar 200 pessoas.
Segundo Juarez Barcellos, gerente de vendas da Siemens, o trem oferecido pela empresa conseguiria subir a 90 km/h o trecho da Serra do Mar, vencendo uma inclinação de 8% - ou seja, a cada 100 metros percorridos, o trem sobe 8 metros. A inclinação, segundo o executivo, é pouco usual em ferrovias. Vencida a serra, o trem desenvolveria uma velocidade de 160 km/h no planalto, até São Paulo.
O produto da Siemens faria o trajeto em 45 minutos, dentro do tempo estimado pelo governo paulista, que queria o trecho coberto em até 50 minutos. A previsão de tráfego é de algo entre 30 e 50 mil passageiros ao dia, o equivalente a cerca de 15% a 20% do volume de uma linha urbana da CPTM. A visão do governo é de que trata-se de uma demanda com grande potencial de crescimento, devido ao futuro impacto da exploração do pré-sal na ocupação urbana da baixada santista.
O executivo da Siemens diz que a empresa não tem uma estimativa de custo da obra, que está por conta do governo, mas observa que o seu produto reduz custos devido à pouca necessidade de alteração no traçado já existente no trecho de serra. Quanto aos trens, custariam pouco mais do que o preço de um equipamento convencional destinado ao Metrô ou à CPTM, algo perto de US$ 3 milhões por cada carro da composição. Também ainda não há projeção de quantos trens precisariam ser adquiridos para dar conta da demanda.
Em março o então governador José Serra assinou um decreto expandindo a área de atuação da Secretaria de Transportes Metropolitanos, que passou a abranger todo o Estado. A secretaria criou então um grupo de trabalho para estudar a implantação dos trens expressos para Sorocaba e para a baixada Santista. Também havia planos para levar linhas para São José dos Campos e Campinas, mas essas foram deixadas de lado com a definição do trem-bala.
De início o trem até Sorocaba foi considerado mais viável, devido à possibilidade de utilizar linhas já instaladas, hoje sob concessão da ALL Logística. O trem de Santos depende da superação da Serra do Mar e ainda terá de passar por linhas de uso misto para carga e passageiros. O trecho compartilhado pela CPTM e a MRS Logística, cruzando São Paulo, é alvo de projetos para separar as linhas e viabilizar um uso intenso tanto para carga como para transporte urbano.
A Secretaria de Transportes Metropolitanos não quis comentar o projeto do trem para Santos. Outras empresas do setor ferroviário com presença no Brasil - como Alstom, CAF e Bombardier - disseram ter interesse no projeto e produtos que podem atendê-lo, mas não confirmam ter tratado com o governo sobre maiores detalhes.
(Retornar ao início)

ENERGIA ELÉTRICA

Representante de Belo Monte diz que todos serão ouvidos
Portal Exame 26/08/2010

Carlos Nascimento, da Norte Energia, garante que `nunca antes um projeto foi tão estudado´
O presidente da Sociedade de Propósito Específico do Consórcio Norte Energia - que venceu a licitação para a construção da Hidrelétrica de Belo Monte -, Carlos Nascimento, garantiu hoje (26), durante a assinatura de concessão da usina, que ela será a única construída no Rio Xingu e que nenhuma compensação, tanto ambiental quanto para as comunidades locais, será deixada de fora.
"A população e as comunidades podem confiar nas palavras e ações da Norte Energia para evitar impactos. Ninguém deixará de ser ouvido e de participar do processo de escolha das formas de indenização", afirmou.
Segundo Nascimento, nunca um empreendimento foi tão estudado. Os possíveis impactos causados pela obra foram tema de teses sobre os reflexos físicos, bióticos (relativo à vida ou aos seres vivos) e socioeconômicos. Segundo ele, a expectativa é de que a usina gere 18 mil empregos diretos, 23 mil agregados e beneficie pelo menos 54 mil pessoas, incluindo familiares.
O ministro de Minas e Energia, Marcio Zimermann, lembrou que a obra da Usina de Santo Antônio formou cerca de 30 mil jovens da região para uma profissão. "Isso para uma usina leiloada em 2007 e que ainda não está em operação". A Hidrelétrica de Santo Antônio deve entrar em operação no prazo de 30 meses.
(Retornar ao início)

BELO MONTE
Estado de Minas 27/08/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje o contrato de concessão da hidrelétrica de Belo Monte, um projeto no coração da Amazônia que qualificou de “vitória do setor energético”, embora provoque a remoção de 50 mil pessoas, segundo os grupos que se opõem à construção. O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que a hidrelétrica, que será construída no município paraense de Altamira, perto de onde desemboca o Rio Xingu no Amazonas, “tem um importante papel no desenvolvimento” da região. As obras foram licitadas em leilão público a um consórcio liderado pela Companhia Hidreelétrica do São Francisco (Chesf) e no qual também participa a construtora Queiroz Galvão. Segundo os cálculos do governo, a represa terá um custo de R$ 20 bilhões e terá um potencial máximo de pouco mais de 11 mil megawatts nos períodos de cheia do Rio Xingu, um dos principais afluentes do Amazonas.
(Retornar ao início)

Compra de energia pode ser obrigatória
Folha de São Paulo 27/08/2010

Planalto discute obrigar consumidores a adquirir energia nuclear, sem leilão, a fim de tornar negócio rentável
Estudo para conceder à iniciativa privada operação de energia nuclear causa atritos dentro do governo
O governo federal estuda abrir à iniciativa privada a construção e a operação de usinas nucleares, algo que, constitucionalmente, é monopólio do Estado.
Para que o negócio seja rentável, o Planalto discute obrigar os consumidores a comprar a energia nuclear, sem necessidade de participação em leilões, como exige o atual modelo do setor elétrico, elaborado pela então ministra de Minas e Energia e hoje candidata à Presidência, Dilma Rousseff.
O custo de erguer uma usina do porte de Angra 3 (RJ) está entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões. O governo não possui fôlego para construir sozinho as quatro plantas nucleares previstas no Plano Decenal de Energia.
Representantes de empresas interessadas já discutem o assunto em gabinetes de Brasília, segundo a Folha apurou. É o caso da franco-belga Suez (dona de parte da hidrelétrica de Jirau), da alemã Siemens, da japonesa Toshiba, da norte-americana GE e da francesa Areva.
O arranjo em estudos prevê uma espécie de concessão, na qual o direito de propriedade das usinas continuará sendo do Estado.
A compra compulsória pelos consumidores é vista pelo governo como uma tentativa de garantir que as plantas nucleares previstas efetivamente saiam do papel.

PREÇO ALTO
O preço da energia dessas usinas (Angra 3, ainda em construção) é alto: cerca de R$ 150 o megawatt-hora -ante R$ 78 da hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo. Isso impede a oferta em leilões a um preço competitivo.
Por isso o plano de empurrar compulsoriamente a energia aos consumidores, como é feito hoje com Itaipu.
O estudo já começa a gerar atritos no próprio governo, porém. Um dos que defendem o monopólio é o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. Sob sua pasta está a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), agência reguladora da atividade nuclear no país.
"Há condições de o Estado construir essas usinas. O PIB brasileiro cresceu nos últimos anos. São R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões por usina, e só no pré-sal o Brasil vai investir mais de US$ 100 bilhões."
Segundo Rezende, a desregulamentação neste momento poderá atrapalhar a aquisição da tecnologia de construção de reatores, que o Brasil ainda não domina.

INDEFINIÇÃO
O modelo não dá às múltis o direito de participar das etapas de obtenção do combustível nuclear, parte que permaneceria totalmente estatal, por ser estratégica.
Não está definido, no entanto, se o capital privado poderá ser majoritário nas usinas. As multinacionais fazem lobby pelo controle da concessão, com mais de 51% de participação. Os ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil, no entanto, defendem participação privada minoritária, de até 49%.
Luiz Fernando Vianna, presidente da Apine (Associação dos Produtores Independentes de Energia), confirmou à Folha que o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, e o secretário de Planejamento Energético da pasta, Altino Ventura, abriram conversações sobre a quebra do monopólio.
Pelo menos três empresas associadas à Apine já declaram desejo de participar desse novo mercado -Suez, Endesa e Enel.
(Retornar ao início)
Emenda abre setor nuclear para empresas – Folha de São Paulo 27/08/2010

Intenção é aproveitar PEC já em tramitação e agilizar discussão sobre participação privada em usinas nucleares
Mudança na forma de comercialização da energia nuclear seria feita via projeto de lei ou medida provisória
Para agilizar a participação privada em usinas nucleares, o governo federal quer pegar carona em uma proposta de emenda constitucional que já tramita no Congresso.
Falta apenas decidir se o lobby será feito ainda neste ano, logo depois das eleições, ou em 2011, mais provável, se vitoriosa a candidata petista Dilma Rousseff.
A ideia da Casa Civil é aproveitar a PEC 122/2007, de autoria do deputado federal tucano Alfredo Kaefer (PR).
O texto, que abre o setor nuclear ao capital privado, já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Quanto à mudança na forma de comercialização de energia nuclear, hoje feita por leilão, o governo discute duas opções: projeto de lei ou medida provisória.
Técnicos defendem, no entanto, que o modelo possa ser alterado por meio de decretos ou resoluções da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A decisão do governo de privatizar e acelerar o desenvolvimento nuclear passa por dois entendimentos.
Primeiro, o país tem vantagens estratégicas nessa área, já que é um dos únicos três do mundo (além de Rússia e EUA) que detêm o ciclo do combustível nuclear, usam urânio para gerar energia e têm reservas do minério.
Segundo, as hidrelétricas baratas já foram ou estão sendo construídas. O preço dessas usinas deve crescer e tende a se equivaler ao das usinas nucleares, cuja curva de custos não tem oscilado.

NACIONALIZAÇÃO
Conforme a Abdan (Associação Brasileira de Desenvolvimento de Atividades Nucleares), a meta é chegar a 2030 com um índice de nacionalização de equipamentos das usinas de 60% (Angra 3 é 30% nacional).
A Abdan e o Ministério de Ciência e Tecnologia já encomendaram levantamentos das empresas nacionais que podem fornecer equipamentos para as novas usinas.
O país também pretende triplicar a capacidade atual de exploração de urânio.
Atualmente, o Brasil detém a sétima maior reserva mundial do minério, com pelo menos 280 mil toneladas de urânio provadas.
A estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) quer que a mina de Caetité, na Bahia, amplie sua produção de 800 toneladas em 2012 para 2.700 toneladas em 2015, quando entra em operação a usina Angra 3.
Essa usina representará um acréscimo no consumo de concentrado de urânio de cerca de 290 toneladas a cada 14 meses.
(Retornar ao início)

Energia Eólica já compete com biomassa e domina leilão de alternativa
Folha de São Paulo 27/08/2010

As fontes de geração de energia eólica dominaram ontem o segundo Leilão de Fontes Alternativas, organizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O resultado confirmou a tendência de redução dos preços por megawatt-hora para esse tipo de fonte de energia. O leilão ocorreu em São Paulo.
O preço médio de venda dessa fonte para contratos de 20 anos foi de R$ 134,23/MWh, deságio de 19,6% sobre o preço-teto. Nesse tipo de contrato, os projetos de eólicas competiram com as usinas de açúcar e álcool e venceram de longe.
Dos 51 projetos, apenas 1 térmica, localizada na região Sudeste, conseguiu vender energia nesse leilão, a R$ 137,92. As demais 50 usinas são eólicas. A maior parte fica na região Nordeste. O restante será instalado na região Sul.
O preço também foi menor do que os de projetos de PCHs (pequenas centrais hidrelétricas). Os contratos de 30 anos fechados por empreendedores de PCHs tiveram preço preço médio de R$ 146,99/MWh, deságio de apenas 5,17%.
No leilão de energias alternativas, a venda alcançou cifra de R$ 17,5 bilhões. Esse valor corresponde ao volume de energia que será entregue aos consumidores ao longo da vigência dos contratos, de 20 a 30 anos. Todas essas usinas terão de iniciar o fornecimento em 2013, segundo a Aneel.
A principal empresa a negociar energia eólica no leilão de fontes alternativas foi a espanhola Iberdrola. A estatal Chesf veio em seguida.
(Retornar ao início)

Empresários querem iniciar obra da usina de Belo Monte neste ano
Folha de São Paulo 27/08/2010
O contrato de concessão da usina hidrelétrica mais polêmica do país, Belo Monte, foi assinado ontem, sob o otimismo dos empresários de que as obras devem começar ainda este ano.
Segundo Carlos Raimundo Nascimento, presidente da Norte Energia, a meta é começar as obras após o Ibama emitir a licença -última pendência para a construção.
Nascimento afirmou já contar com R$ 560 milhões de uma SPE (Sociedade de Propósito Específico) com 18 empresas -estatais, empreiteiras, fundos de pensão e investimento-, feita para construir a usina, no rio Xingu, no Pará.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a usina, que demorou três décadas para sair do papel, só é um empreendimento viável pela interferência do governo.
"O Estado entendeu que, se não entrasse no compartilhamento de responsabilidades, sozinha era difícil alguma empresa assumir essa obra."
O governo participou do leilão da usina e agora compõe parte da Norte Energia, por meio de Eletrobras e outras.
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, falou que haverá fomento à política de desenvolver conteúdo local para a obra.
Belo Monte terá financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e aportes da Norte Energia.
A usina tem previsão de ser concluída em 2015, e será a segunda maior hidrelétrica do país, atrás de Itaipu.
(Retornar ao início)

Belo Monte receberá R$ 560 mi este ano
Valor Econômico 27/08/2010

O consórcio Norte Energia, responsável pela construção da hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu (PA), prepara um aporte de R$ 560 milhões até o fim do ano para iniciar as obras. Segundo Carlos Nascimento, presidente do consócio, cerca de R$ 260 milhões serão usados na conclusão de estudos e montagem da empresa. Os R$ 300 milhões serão aplicados na construção do canteiro de obras. As declarações foram feitas ontem, durante cerimônia de assinatura do contrato de concessão de Belo Monte, no Palácio do Planalto.
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o dia de ontem deve ficar marcado na história do setor elétrico. "O que está acontecendo é o fim de um período em que as pessoas tinham medo de governar, o fim de um período em que as pessoas tinham medo de debater. Nós estamos tornando possível algo que durante 30 anos parecia impossível."
Com onze mil megawatts (MW) de potência, o equivalente a 10% da capacidade de geração do Brasil, Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás de Três Gargantas, na China (22,5 mil MW) e de Itaipu (14 mil MW). Quando estiver no pico das obras, Belo Monte vai gerar 18 mil empregos diretos.
O início das obras, no entanto, depende de licença prévia do Ibama, liberação que o consórcio Norte Energia espera receber nas próximas semanas. Lula disse que o novo projeto de Belo Monte é menos agressivo ambientalmente do que o original. "O projeto original, no mínimo, era 50% maior do que este projeto, o lago era muito maior. Na medida em que a gente começa a compreender que a questão ambiental também não é uma questão secundária, passamos a compreender que era possível fazer um projeto melhor, mais adequado, e tivemos mais gente do nosso lado", afirmou o presidente.
Segundo Lula, o governo mudou a concepção de debate dos projetos, o que facilitou a assinatura do contrato, ao quebrar preconceitos e barreiras. O presidente disse que havia uma época em que o Estado não dava a menor importância para aqueles que estavam do lado de uma hidrelétrica "gritando que estavam sendo prejudicados e, em vez de conversar, muitas vezes o Estado os tangia de lá com aparatos policiais."
A aceleração das obras depende não apenas da liberação de licenças ambientais, mas do ritmo da entrega dos equipamentos pesados. As negociações para o fornecimento das turbinas envolvem dois consórcios de empresas. Diferentemente da usina de Jirau, no rio Madeira, onde boa parte das turbinas que serão instaladas vem da China, Belo Monte vai priorizar a fabricação nacional dos equipamentos.
No mês passado, o diretor da Chesf, José Ailton de Lima, havia anunciado que mantinha conversações com os europeus Alstom, Voith Siemens e Andritz. As três possuem fábricas de turbinas no Brasil. As negociações ainda envolveriam a argentina Impsa, e mais dois grupos, um do Japão e outro da Rússia.
O presidente destacou que o fortalecimento da Eletrobras foi fundamental para o novo momento vivido pelo setor. "Não adiantava nada a gente ter uma empresa pública que era proibida de participar de leilão, era proibido construir, que existia apenas para receber a dívida de Itaipu. Hoje é uma empresa que tem capacidade de aportar recursos, tem capacidade de assumir compromissos."
(Retornar ao início)

Impsa e Iberdrola tomam conta de leilão
Valor Econômico 27/08/2010

A Iberdrola, maior companhia de energias renováveis do mundo, fincou o pé definitivamente no mercado de geração eólica no Brasil - e de forma agressiva. A empresa espanhola foi uma das maiores vendedoras de energia do leilão de fontes alternativas realizado ontem pelo governo federal e ajudou a derrubar os preços dessa fonte de energia no país. Em número de megawatts negociados, a Iberdrola só perdeu para a Impsa, que, por meio de sua controlada Energimp ,foi a maior vendedora com estratégia traçada junto com o fornecimento de equipamentos da fabricante argentina.
O leilão negociou ao todo 714 megawatts de energia provenientes de eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. Somente em eólicas, o montante vendido foi de 644 megawatts médios, de 50 diferentes parques e que juntos terão capacidade instalada de 1.850 MW. Os investimentos estimados pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) para erguer essas dezenas de parques é de R$ 4,5 bilhões.
Até o fechamento desta edição ainda não havia terminado o leilão de reserva, onde também as eólicas estavam disputando. De qualquer forma, os resultados do leilão de fontes alternativas apontaram para uma queda significativa dos preços se comparado à licitação que aconteceu em 2009. O preço médio ficou R$ 134,23 o MWh, uma queda de cerca de 10% em relação ao ano passado em um leilão que durou cerca de cinco horas e meia. Os preços fechados ontem começam a fazer a eólica se aproximar do custo de algumas usinas hidrelétricas e já estão mais em conta do que os custos de pequenas centrais hidrelétricas ou da energia da biomassa, que ficam cerca de R$ 10 por MWh mais caros.
De acordo com o diretor executivo da ABEEólica, Pedro Perreli, a disputa dos fornecedores permitiu que os preços caíssem ainda mais, mas foi também o tamanho dos competidores que definiu a agressividade na disputa. A Iberdrola Renovables tem hoje no mundo um parque de mais de 11 GW. Se a empresa fosse um país, ela seria hoje a quinta maior potência do mundo em energia eólica, segundo dados da ABBEéolica. Pelos números de 2009 ela ficaria atrás dos Estados Unidos, China, Alemanha, Espanha. Com esse tamanho, a empresa consegue baixar preços já que compra equipamentos em lotes.
A empresa vendeu ontem no leilão, em parceria com a Neoenergia (na qual também é sócia), cerca de 110 MW médios de energia, de nove parques eólicas e terá uma receita anual aproximada de R$ 130 milhões.
Os preços dos equipamentos junto com o potencial dos parques eólicos são fundamentais para definir o preço da energia. Neste aspecto, a Impsa também tem vantagem já que é fornecedora de equipamentos. A empresa já tinha sido uma das maiores negociadoras do leilão passado, em que a Iberdrola esteve ausente. Ontem, os argentinos sob a Energimp negociaram 120 MW de energia de nove diferentes parques, entre eles três sob o nome de Asa Branca. Foram oito os empreendimentos Asa Branca que venceram o leilão, mas pertencem a donos diferentes.
Mas os novatos também fizeram parte do leilão de ontem. A Galvão Energia, empresa ligada à de construção Galvão Engenharia, fez sua estreia ontem e vendeu quatro parques, se comprometendo a investir R$ 400 milhões nos próximos três anos. A Ersa, empresa de energias renováveis do Pátria Investimentos, também foi vencedora no leilão. A empresa também vendeu quatro parques eólicos, que somam 78 MW, e ainda uma PCH de 20 MW. Os investimentos da Ersa vão chegar a R$ 440 milhões. Ao todo, os empreendimentos vendidos ontem vão ter uma receita nos próximos 20 e 30 anos de R$ 17,5 bilhões.
(Retornar ao início)

Vale Ferrovias

Vale faz acordo com Ferrosur Roca por 756 km de ferrovias
Brasil Econômico 26/08/2010

A mineradora brasileira Vale firmou um acordo com a Ferrosur Roca (Ferrosur), operadora ferroviária de carga geral na Argentina, para transferência da concessão de um trecho ferroviário de 756 km.
O trecho liga Zapala, na província de Neuquén, a General Cerri, na província de Buenos Aires, Argentina.
Em comunicado, a Vale explica que este "é um importante passo para a consolidação da solução logística do projeto Rio Colorado".
O acordo está sujeito a aprovação das autoridades nacionais competentes na Argentina. Além disso, o projeto também tem que ser aprovado pelo conselho de administração da Vale.
O Rio Colorado compreende o desenvolvimento de uma mina de potássio e infraestrutura de ferrovia, porto e fornecimento de energia, com capacidade nominal inicial estimada de 2,4 Mtpa de potássio (cloreto de potássio, KCI) e potencial para futura expansão para 4,35 Mtpa.
(Retornar ao início)


Vale fecha acordo de transferência de trecho de ferrovia na Argentina
Valor Online 26/08/2010

A Vale assinou acordo com a operadora ferroviária de carga geral argentina Ferrosur Roca S.A para transferência da concessão de um trecho ferroviário de 756 quilômetros que liga Zapala, na província de Neuquén, a General Cerri, na província de Buenos Aires.
"Este acordo é um importante passo para a consolidação da solução logística do projeto Rio Colorado. O acordo está sujeito à aprovação das autoridades nacionais competentes na Argentina", diz a nota divulgada pela mineradora.
O projeto compreende o desenvolvimento de uma mina de potássio e infraestrutura de ferrovia, porto e fornecimento de energia, com capacidade nominal inicial estimada de 2,4 milhões de toneladas anuais de potássio e potencial para futura expansão para 4,35 milhões de toneladas por ano. A Vale ressaltou ainda que Rio Colorado ainda está sujeito à aprovação do Conselho de Administração da companhia.
(Retornar ao início)

Conselho da Vale confirma Guilherme Cavalcanti como diretor financeiro
Valor Online 26/08/2010

O conselho de administração da Vale aprovou nesta quinta-feira a nomeação do executivo Guilherme Cavalcanti ao cargo de diretor de finanças e relações com investidores da mineradora. Ele sucederá Fabio Barbosa, que deixou a empresa no fim de junho, após ocupar o posto financeiro por cerca de oito anos.
Com passagens pelos conselhos de administração da Log-In Logística e da Net e pela direção de Tesouraria da Globo Participações, Cavalcanti era diretor de finanças corporativas da Vale desde setembro de 2005, além de atuar como membro do comitê executivo de gestão de riscos.
(Retornar ao início)
Vale vai reduzir preço do minério em cerca de 10% a partir de outubro – O Estado de São Paulo 27/08/2010

Primeira redução de preços do minério de ferro desde que a mineradora adotou o sistema de revisão a cada três meses, decisão acompanha movimento de queda no mercado chinês; a empresa já havia aplicado um aumento acumulado de 170% este ano

Depois de aplicar aumentos de 170% ao longo do ano, a Vale vai reduzir o preço do minério de ferro em cerca de 10% a partir de outubro. Resultado de uma política de revisão trimestral de preços adotada este ano pela mineradora, os novos valores usam como referência a cotação do mercado à vista da China, que caiu nos últimos meses.
O índice preciso só será fechado na próxima terça-feira, mas o Estado apurou que as contas já apontam uma redução de preços entre 9% e 10%. "Deve ficar nesse patamar, a menos que aconteça alguma mudança drástica, algo que a esta altura parece muito difícil", diz José Carlos Martins, diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia da Vale.
Como um quinto do aço produzido no mundo é feito com minério de ferro da Vale, a decisão da empresa brasileira tem forte impacto nas economias da Europa e da Ásia, principalmente. A mineradora não vai tornar públicos os novos preços - a partir de primeiro de outubro cada cliente receberá sua fatura com os valores atualizados.
Será a primeira vez que o novo sistema de revisão da Vale produz uma redução no preço do minério. Analistas calculam que o valor médio do minério mais vendido pela Vale deve cair de US$ 150 para cerca de US$ 135 a tonelada. "Nossos clientes pagarão menos do que os valores cobrados no mercado à vista da China, que está entre US$ 146 e US$ 147 por tonelada", afirma Martins.
Resultados. A redução, pequena diante dos aumentos aplicados este ano, não deverá ter impacto nos resultados da companhia. Para este ano, a estimativa dos analistas do setor é que o faturamento com minério de ferro mais do que dobre em relação ao ano passado, atingindo a marca de US$ 30 bilhões. O faturamento total deve fechar em mais de US$ 40 bilhões.
"Apesar das incertezas na economia mundial, a China continua consumindo muitas commodities e a gente espera que a Europa continue estável", afirma o executivo da Vale.
Analistas do setor lembram que o fim de mais de um ano de greve na Inco, empresa canadense hoje controlada pela mineradora brasileira, deve fortalecer os resultados da companhia. "Estamos retomando e a intenção é atingir a capacidade plena de produção até o fim do ano", afirma o executivo.
Briga. Implantado no começo do ano, o sistema de revisão de preços a cada três meses foi muito criticado pelas grandes siderúrgicas. Ele sepultou o regime de reajuste anual, que vigorava há 40 anos. No padrão anterior, a Vale e seus principais concorrentes, as mineradoras australianas, sentavam para discutir preços com as grandes siderúrgicas no começo do ano e os valores acertados permaneciam em vigor pelos doze meses seguintes, até a próxima negociação anual e serviam como referência para todas as outras mineradoras.
O sistema tradicional começou a mostrar fraqueza com a crise mundial de 2008. A economia mundial entrou em recessão, o consumo de aço caiu brutalmente e as grandes siderúrgicas passaram a descumprir seus contratos com as mineradoras, para comprar no mercado à vista minério de ferro mais barato do que nos contratos anuais.
Quando a China esgotou seus estoques de minério de ferro e voltou a comprar, puxando novamente a demanda mundial pelo produto, as mineradoras deram o troco e decidiram trocar o sistema de reajustes anuais por revisões mais frequentes. No caso da Vale, os preços são atualizados de acordo com a média do mercado chinês, maior consumidor mundial do produto.
Pancadas. As siderúrgicas chinesas ameaçaram boicotar a Vale, os fabricantes de aço da Europa foram à União Europeia e acusaram a mineradora brasileira e as australianas de prática de cartel. A Vale também se queixou à União Europeia, afirmando que quem estava fazendo cartel eram as siderúrgicas do continente. Nos últimos meses, a temperatura entre os velhos parceiros diminuiu.
"Acho que o sistema está funcionando bem, e para eles vai funcionar melhor ainda agora que os preços vão cair", afirma Martins. "Mas ninguém deixou de comprar minérios quando os preços subiram."
Sobre as primeiras pancadas no preço do minério da Vale, que dobrou de preço no começo do ano e voltou a subir 35% em julho, o executivo diz que os preços estavam muito defasados. "O primeiro reajuste era sobre os preços fixados um ano antes, em abril de 2009, durante a crise", afirma. "O segundo ocorreu pelo sistema novo. Os preços da China subiram, os nossos acompanharam. Agora caíram, os nosso também."

A dança dos reajustes
170% é o aumento acumulado do minério de ferro desde o começo do ano
10% deve ser o corte nos preços do minério de ferro da Vale a partir de 1º de outubro
US$ 135 por tonelada, deverá ser o preço da tonelada de minério de ferro depois da redução
(Retornar ao início)

CSN tem até 27/08/2010 para corrigir plano de Meio Ambiente

CSN tem até amanhã para corrigir plano – Diário do Vale 26/08/2010

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da secretaria de Estado do Ambiente, concedeu prazo até amanhã para que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresente correções ao plano de ações, considerando prazos efetivos para solucionar os cerca de 90 passivos indicados pela auditoria internacional e que integram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) cujos investimentos somam R$ 250 milhões em compensações ambientais nos próximos três anos.

Além disso, a siderúrgica terá que apresentar um seguro-garantia de igual valor para o caso de não cumprimento das exigências, a despeito de estar sujeita a multas contratuais que variam de 5% a 70% desse valor, se descumprir os compromissos.

A reunião entre o Conselho Diretor do Inea e a consultoria da CSN, nesta quarta-feira, teve início às 10h e só terminou no início da noite, quando foram negociados, sobretudo, prazos para o cumprimento das exigências do TAC, que são pré-condição para renovação das licenças ambientais da siderúrgica.

Os representantes da siderúrgica manifestaram a preocupação de que algum prazo pudesse não ser cumprido em função de atraso dos fornecedores de equipamentos.

Para que isso não ocorra, ficou estabelecido que as medidas de conformidade serão de curto, médio e longo prazos. O Inea fixou prazos curtos para o cumprimento de medidas de controle da qualidade do ar e destinação de efluentes. Contudo, nesses períodos, as operações da siderúrgica permanecerão sob controle rigoroso da equipe técnica do Inea.

O cronograma físico-financeiro a ser apresentado pela CSN será encaminhado, na próxima segunda-feira, ao Conselho Estadual de Controle Ambiental (Ceca), órgão colegiado da Secretaria de Estado do Ambiente, que dará parecer final. A previsão é de que o TAC seja efetivamente assinado na próxima terça-feira.

As exigências à CSN resultaram de uma severa auditoria, inclusive com auditores internacionais, entre setembro e dezembro do ano passado, após o vazamento de um material oleoso da unidade de carboquímicos que atingiu o Rio Paraíba do Sul há pouco mais de um ano, quando a empresa foi multada em R$ 5 milhões.

A auditoria identificou não conformidades com os padrões ambientais vigentes na siderúrgica, instalada há mais de 50 anos, que estão sendo corrigidos com Plano de Ações iniciado desde o acidente.
(Retornar ao início)

A profecia

Estado de Minas 27/08/2010

Estudo mostra que cidades do Alto Paraopeba, como Congonhas, podem enfrentar caos urbano se não investirem R$ 2 bi em infraestrutura. Motivo: crescimento acelerado

Os municípios do Alto Paraopeba, em especial Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Jeceaba, Belo Vale, Entre Rios de Minas, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí, que até 2025 receberão investimentos da ordem de R$ 20 bilhões em mineração e siderurgia, precisam investir R$ 2,2 bilhões em infraestrutura para evitar o caos e suportar o crescimento econômico que está sendo levado até eles por empreendimentos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Ferrous, Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB), Gerdau e Vale. A necessidade de aplicação desses recursos, que deverão ser destinados à duplicação de estradas, construção de pontes e viadutos, melhoria da infraestrutura urbana, um grande shopping center, obras de saneamento básico, construção de moradias, escolas e até de um hospital regional, é urgente. É preciso dar suporte ao crescimento da região e evitar que os problemas já enfrentados pela população local se intensifiquem.

Essas são as principais conclusões do Plano Regional Estratégico para a Região do Alto Paraopeba, um estudo elaborado pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais (Cedeplar), da UFMG, a pedido do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru). O estudo será divulgado hoje em reunião pública em Conselheiro Lafaiete. Em 25 de abril, reportagem do Estado de Minas expôs o drama das cidades encardidas pelo pó do minério. É o caso de Congonhas, que enfrenta poluição, crescimento desordenado, falta de infraestrutura urbana, de saúde e educacional, especulação imobiliária e destruição do patrimônio histórico e artístico por causa da atividade mineradora.

Dos R$ 2,2 bilhões que precisam ser investidos nos municípios, pelo menos R$ 700 milhões deveriam ser aplicados nos próximos três anos, estima o prefeito de Congonhas e presidente do consórcio intermunicipal, Anderson Cabido. “A necessidade de aplicação desses recursos já começou. Vivemos uma situação de sobrecarga nos serviços de saúde, educação e no trânsito”, diz. Além disso, segundo ele, a população dos municípios sofre também com a intensa especulação imobiliária.

FUNDO REGIONAL A expectativa é que os recursos para as obras sejam levantados com a criação de um fundo de desenvolvimento regional junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recursos das mineradoras e dos governos federal e estadual. Cabido acredita, porém, que, se as empresas do segmento pagassem “uma Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) mais justa”, os municípios não seriam tão dependentes das mineradoras e de “ajuda externa” para equacionarem o problema do crescimento desordenado. “A Cfem é decisiva”, acredita.

De acordo com Felippe Ferreira, diretor de projetos regionais da Sedru, para que o Alto Paraopeba cresça de forma planejada e integrada em longo prazo, o estudo do Cedeplar dá prioridade a um olhar regional, mais amplo do que aquele que se limita ao âmbito municipal. “ É necessária uma visão macro dessa região, que futuramente será o segundo polo industrial do estado”, justifica. Segundo a estimativa do Cedeplar, nos próximos 20 anos a população dos sete municípios onde a atividade de mineração e siderurgia será intensificada vai sair de 213 mil para 245 mil habitantes. “Em algumas cidades, como Congonhas, a expectativa é que o número de habitantes vai ser duplicado.”
(Retornar ao início)
Alto Paraopeba precisa de R$ 2,1 bi para escapar do caos – O Tempo 27/08/2010

Gargalos nos vários setores podem acontecer dentro de dois anos

Investimentos de R$ 2,1 bilhões separam sete municípios da região do Alto Paraopeba, em Minas Gerais, do caos logístico. Saúde, educação, habitação e segurança correm o risco de entrar em colapso, apesar do crescimento econômico que a injeção de cerca de R$ 20 bilhões em projetos de mineração e siderurgia vai levar à região.
Os sete municípios que formam o Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap) e que serão os mais atingidos são Belo Vale, Jeceaba, Entre Rios de Minas, São Brás do Suaçuí, Congonhas, Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete.
O cálculo dos recursos necessários à região faz parte do Plano de Desenvolvimento Regional para o Alto Paraopeba, encomendado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru) por R$ 250 mil ao Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo será apresentado hoje, em Conselheiro Lafaiete, a 96 km de Belo Horizonte.
O diretor de projetos regional da Sedru, Felippe Ferreira de Mello, admitiu que os investimentos para evitar o apagão no Alto Paraopeba devem sair dos cofres dos governos estadual, federal, iniciativa privada e prefeituras. "Isso é um estudo para a região crescer de forma sustentada. O Estado não vai aportar recursos de uma só vez porque é muito dinheiro. É um ponto de partida para as políticas", explicou.
As cidades da região receberão pesados investimentos de grandes empresas como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Vale, Gerdau e Vallourec. Tais projetos devem gerar mais de 65 mil empregos na região, aumentando a renda e a densidade demográfica no local. Com isso, a demanda por logística, moradia, mobilidade humana, saúde e educação vai aumentar consideravelmente.
O vice-presidente do Codap e prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Milton de Carvalho Rocha, afirmou que os gargalos nos vários setores podem acontecer dentro de dois anos, quando todos os investimentos das empresas estiverem implementados. "Em volume de recursos e produção futura de aço, seremos o novo Vale do Aço, com potencial maior, mais riqueza e prosperidade. Aqui tem mineração e siderurgia juntos".
Para o prefeito de Conselheiro Lafaiete, a cidade vai ter os maiores reflexos. "É para cá que convergem as maiores demandas e serviços públicos. Mas as receitas geradas vão para os municípios onde estão instalados os investimentos", protestou. De acordo com ele, em Congonhas, estão projetos grandiosos da Vale, CSN e Gerdau. A produção de tubos da Vallourec vai para Jeceaba.

A cidade histórica de Congonhas tem receita mensal orçamentária de R$ 23 milhões para 48 mil habitantes. Conselheiro Lafaiete tem R$ 8 milhões para 130 mil habitantes. O prefeito de Conselheiro Lafaiete, José Milton Rocha, comparou as receitas para mostrar o desequilíbrio regional ao enfrentar problemas. “Lafaiete tem arrecadação baixa não sendo compatível com a atual população e nem com a nova população”, explicou.
Entre os investimentos estão um hospital regional com R$ 14 milhões dos cofres estaduais que fica pronto em Lafaiete no ano que vem, uma unidade do Corpo de Bombeiros desde setembro do ano passado e a ligação da BR-040 até Ouro Branco, obra do governo do Estado com a Gerdau. (HL)

Imobiliário
Lafaiete teve explosão de preços
Nos últimos quatro anos, os preços dos imóveis em Conselheiro Lafaiete duplicaram. O cálculo foi feito pelo proprietário da Construcenter, Geraldo Kennedy Neiva, e José Geraldo Santos, da Santos Imóveis.
O período coincide com a primeira expansão da Gerdau Açominas, o anúncio da instalação da Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB) e a expansão da CSN.
De acordo com os consultores, em 2006, um apartamento de três quartos custava cerca de R$ 70 mil. Agora, o mesmo imóvel não é vendido por menos do que R$ 150 mil no centro e em bairros.
(Retornar ao início)

Maquinista é mão de obra rara

25/08/2010 - O Tempo


Além dos gargalos de infraestrutura, a mão de obra também tem aparecido como um entrave para suportar o crescimento previsto para o Brasil, que é de 7%. E uma profissão que tem feito falta no mercado de trabalho é a de maquinista de trem, pois não existe um curso especializado para a formação desse profissional. Há composições paradas nos pátios das ferroviários por falta de quem as operem. Com isso, o escoamento de várias produções tem atraso. Nos últimos dez anos, a demanda pelo transporte ferroviário cresceu 54%.

A saída encontrada por algumas empresas é formar sua própria mão de obra. É o caso da MRS Logística e da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), da Vale, que montam cursos para formar o seus maquinistas. Para este ano, a MRS Logística, que já contratou 150 pessoas para o cargo de maquinista, vai contratar outros 300 no segundo semestre. "A empresa está investindo cerca de R$ 6 milhões para capacitar esses profissionais", explica a gerente corporativa de desenvolvimento de recursos humanos, Laura Maria Pontual.

Segundo ela, as vagas serão abertas para Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, sendo que a maioria delas para Minas. "O aumento da produção em vários setores após a crise aumentou a demanda pelo transporte ferroviário", observa. Para concorrer ao cargo é preciso ter mais 18 anos, 2° grau completo e passar por prova de matemática, português e avaliação psicológica.

Laura acredita que nos próximos cinco anos, a MRS Logística deverá dobrar o seu transporte de cargas.

De acordo com o diretor de operações da FCA, Rodrigo Ruggiero, na falta de centros de formação específicos, o maquinista não fica disponível no mercado. "Como eles se formam em cursos realizados pelas empresas que os contratam, acabam trabalhando nelas mesmas", observa Ruggiero.

A FCA oferece curso para maquinistas há cinco anos. "Fazemos de maneira estruturada com trabalhos práticos e teóricos. O curso demora cerca de um ano", explica Ruggiero. Conforme afirma, a FCA possui mil maquinistas contratados e outros 186 que estão em fase de treinamento para adquirirem a certificação.

Um outro fator apontado por Ruggiero é que devido a velocidade em que a tecnologia está mudando, também tem sido necessários cursos para a reciclagem dos maquinistas.

Situação tende a piorar no país

Se já está difícil encontrar maquinistas hoje, a situação tende a piorar com o aumento do uso das ferrovias para escoar cargas. De acordo com a operadora ferroviária MRS Logística, que atua em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, nos últimos dez anos, a carga movimentada pelas empresas na malha ferroviária brasileira aumentou 54%.

O próprio país tem como meta investir ainda mais nesse meio de transporte. Tanto que o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) projeta investimentos até 2020 para aumentar a malha ferroviária brasileira dos atuais 28 mil quilômetros para 40 mil quilômetros. Fato esse que aumenta ainda mais a demanda por maquinistas.

Em Minas Gerais, onde o modal ferroviário é usado com intensidade pelo setor minero-siderúrgico, recentemente ele ganhou espaço para o transporte de grãos sobre trilhos, o que pede mais investimentos na área. “Hoje, além da soja, temos também uma enorme demanda para o transporte de açúcar”, observa o diretor de operações da Ferrovia Centro Atlântica, Rodrigo Ruggiero.

E para atender esse crescimento, a FCA possui um programa que pretende buscar o desenvolvimento agrícola sustentável da região Noroeste de Minas Gerais. Denominado de Pró-Noroeste, tem como finalidade melhorar as condições de competitividade além da produção como também de logística. Para isso, foram recuperados 150 km de ferrovia entre Corinto e Pirapora.

“A região possui um grande potencial para o plantio de grãos e é necessário uma logística para o seu escoamento”, reforça o diretor da FCA, que acredita que atualmente não tem como se pensar em desenvolvimento de um país sem que ele tenha uma malha ferroviária funcional.

Empresas comprarão os próprios trens

A demanda pelo modal ferroviário está crescendo tanto que já tem siderúrgicas pensando em comprar os próprios trens para escoar a produção. A Arcelor Mittal pretende investir – junto com as empresas pequenas como Minerita e JMN – cerca de US$ 50 milhões na compra de trens e na instalação de terminais na região de Serra Azul, região Norte de Minas Gerais.

O plano é comprar quatro trens com 132 vagões, além de investir na construção de dois terminais ferroviários, em Brumadinho e Sarzedo, região metropolitana de Belo Horizonte.

O objetivo é operar suas próprias composições e pagar à MRS, que detém a concessão da ferrovia que liga Minas ao Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, apenas o valor referente ao direito de passagem nos trilhos, uma espécie de pedágio. Hoje, as empresas têm de pagar o frete integral e se queixam de que o valor pago à MRS é o dobro do que a concessionária cobra de seus sócios, entre eles Usiminas, Vale e CSN.

Segundo o ex-presidente da Arcelor Mittal Serra Azul e consultor para assuntos logísticos da empresa, José Francisco Viveiros, as composições poderão ser encomendadas tanto no Brasil como no exterior, já em 2011. Para colocar o projeto em prática, as empresas terão que esperar o decreto do novo marco regulatório do setor ferroviário.