terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Artigo: Os chineses e a ferrovia


03/01/2013 - Diário de Cuiabá

*José Antonio Lemos dos Santos

Cuiabá vive o melhor momento econômico de sua história. O que antes era apenas uma perspectiva teórica, hoje salta aos olhos do mais obtuso paralelepípedo esquecido sob o asfalto da Cândido Mariano, mas ainda não é percebido por setores governamentais, em especial as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande que insistem em não projetar e gerenciar a cidade para esse futuro formidável que já brota intenso e forte. Cuiabá por séculos apoiou a ocupação, defendeu e vem promovendo o desenvolvimento da vasta região que centraliza e que hoje é uma das mais produtivas do planeta. Até outubro passado Mato Grosso carreou para a balança comercial brasileira mais de 10,0 bilhões de dólares de superávit! Impulsionadora da região e ao mesmo tempo impulsionada por ela, Cuiabá está exuberante com centenas de obras públicas e privadas bem vindas a nos complicar o trânsito e a encher o ar com a poeira do progresso, com inaugurações e lançamentos de grandes empreendimentos, hotéis lotados, empregos sobrando e comércio bombando.

Na semana passada, além dos milhares de jovens atletas participantes das Olimpíadas Escolares, Cuiabá e o governador Silval Barbosa receberam a visita de uma delegação da China que veio confirmar o interesse daquele país na construção da ferrovia Rondonópolis-Cuiabá-Santarém, reafirmando a viabilidade do eixo da BR-163 e o antigo projeto da Ferronorte como futuro corredor continental multimodal de transporte, passando pelo centro do continente, ligando os portos amazônicos e platinos e chegando aos do Atlântico. Trata-se da ferrovia mais viável do mundo. Muito mais que a grandiosa, necessária e urgente esteira exportadora de grãos, essa ferrovia é um caminho de ida e volta. Além de levar aos portos exportadores a imensa produção mato-grossense, a ferrovia deixará no mercado interno parte significativa dessa produção que fica no Brasil. Servirá ainda de opção para escoamento da produção da Zona Franca de Manaus e mesmo como rota alternativa para os produtos chineses penetrarem o continente. Mais importante, porém, é que a ferrovia abastecerá as cidades mato-grossenses com as mercadorias e insumos que hoje chegam pelas rodovias caras, ambientalmente danosas, ceifadoras de vidas e produtoras de mutilados quando isoladas, sem o apoio de outros modais.

Uma das mais importantes notícias para o mato-grossense, afinal, a ferrovia já está praticamente em Rondonópolis, perto de Cuiabá e a 760 Km de Sinop pelo traçado da Ferronorte, e nesse trecho servirá diretamente Rosário, Nobres, Nova Mutum, Lucas e Sorriso, todas aguardando ansiosas a chegada dos trilhos para aumentar a competitividade produtiva e a segurança das rodovias. E de Sinop ao norte, um outro colar de cidades importantes serão beneficiadas. Pelos atuais projetos governamentais o norte de Mato Grosso seria atendido só pela FICO, que precisa sair do “zero” em Goiás para chegar a Lucas após 1400 Km de percurso. O lógico é fazer primeiro o trajeto que atraiu os chineses, mais curto, barato e ambientalmente mais conhecido, por isso tudo mais rápido, como pede a urgência logística.

As novas concessões ferroviárias no Brasil permitirão o compartilhamento dos trilhos por diversas empresas, e os terminais específicos para o agronegócio não impedirão outros para outros tipos de cargas em intervalos menores. Talvez até de passageiros. Empresas diferentes trabalhando com cargas diferentes em terminais próprios, esse é um modelo que permite ampliar os benefícios diretos das ferrovias a um número maior de municípios, com menores fretes, aumentando a acessibilidade da população a bens e serviços, elevando sua qualidade de vida. E é para isso que deve servir o progresso.

*José Antonio Lemos dos Santos, arquiteto e urbanista, é professor universitário.









VLTs não terão mais exclusividade nas vias do Rio


06/01/2013 - O Globo

Em meio ao frenético vaivém no Centro, os transtornos relatados por motoristas e pedestres demonstram o quanto a confusão do tráfego afeta a vida das pessoas. Condutor de ônibus há quatro anos, Antônio Carlos Almeida, de 49 anos, diz que chega a ficar até duas horas e meia preso ao volante para cumprir o caminho entre Sepetiba e o Centro do Rio. Ele conta que os congestionamentos nas ruas do Centro estão entre os maiores problemas do trajeto:
VLTs não terão mais exclusividade nas vias do Rio

— Esses bondes que estão prometendo também tirariam muito carro da rua — diz ele.

O VLT, contudo, não deverá ter exclusividade de circulação nas vias por onde vai passar. Uma correção ao edital de licitação publicada na última sexta-feira classifica o bonde como o transporte “preferencial” nas ruas incluídas no trajeto. Antes, o texto afirmava que o VLT seria o único meio de transporte nestas vias. O novo edital excluiu ainda uma cláusula que previa que o consórcio vencedor da licitação pudesse explorar linhas alimentadoras de ônibus junto com o VLT. Questionado se os bondes decretarão o fim dos coletivos no Centro, o secretário de Transportes foi cauteloso:

— Não será possível ter ônibus ou veículo zero no Centro. Estamos planejando para saber se há necessidade de manter alguma linha que não seja o BRT — explicou Osorio.

Bilhetes deverão custar R$ 3

Segundo a Cdurp, projeções apontam que, com a revitalização, a Zona Portuária poderá ganhar mais 100 mil habitantes até 2020. Gente que usaria os bondes com os trabalhadores de outras áreas da cidade e da região metropolitana que circulam diariamente na região. Atualmente, das 6h às 9h, os ônibus municipais e intermunicipais despejam cerca de 334 mil passageiros no Centro.

Projetado para circular com carros articulados adaptados para atender a diferentes demandas, o VLT poderá, de acordo com o movimento, trabalhar com uma combinação de dois a oito carros. Cada carro terá capacidade para transportar até 450 passageiros, e o intervalo entre os VLTs deverá variar entre 5 e 15 minutos.

Do custo total do empreendimento, R$ 532 milhões virão do Programa de Aceleração do Crescimento da Mobilidade (PAC), do governo federal. O restante terá que ser adiantado pela iniciativa privada. Esses valores serão pagos pela prefeitura ao consórcio em 15 anos, a partir da entrada em operação das primeiras linhas. O prazo de concessão do VLT será de 30 anos e a previsão inicial é que o valor do bilhete fique em torno dos R$ 3.









VLT pode gerar economia de até R$ 410 milhões/ano no Rio


05/01/2013 - O Globo

O sistema de bondes que a prefeitura quer ver operando no Centro do Rio antes dos Jogos Olímpicos de 2016 tem potencial para gerar uma economia de até R$ 410 milhões ao ano para o bolso dos cariocas e para os cofres públicos. Os números são resultado de um cálculo financeiro que leva em conta o tempo de deslocamento nos transportes público e individual, o gasto com combustíveis, as emissões de carbono dos veículos que deixarão de circular na região, a redução do número de acidentes de trânsito e até mesmo gastos com a saúde da população. Os dados fazem parte do estudo da viabilidade técnico-econômica do projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) encomendado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto (Cdurp) para o edital de licitação do sistema, publicado em dezembro.

— O objetivo era avaliar o VLT nos aspectos técnicos, operacionais, econômicos e financeiros. Nesse contexto, o estudo detalhou os impactos na economia. A aposta da prefeitura é que o VLT vai racionalizar o transporte. No fim, o ganho será dos passageiros, que ficarão menos tempo na rua e gastarão menos combustível, e do poder público, que gastará menos com a conservação de ruas e com despesas em saúde — explica o presidente da Cdurp, Alberto Silva.

Como se propõe a tirar o maior número possível de ônibus e veículos particulares das ruas, o VLT ajudaria a enxugar o tempo de deslocamento de quem circula no Centro. Essa economia, segundo a Cdurp, seria de R$ 235 milhões ao ano. 209 mil veículos por dia

Já a economia com combustíveis seria de R$ 108 milhões ao ano. Dinheiro que deixaria de ser gasto pelo carioca preso no trânsito e pelas empresas de ônibus e transporte de carga e de serviços nas vias mais disputadas e congestionadas da cidade. Dados da CET-Rio mostram que a Avenida Presidente Vargas recebe entre 50 mil a 209 mil veículos por dia, dependendo do trecho. Cerca de 104 mil veículos por dia disputam espaço na congestionada Avenida Francisco Bicalho, que fica na área de influência do VLT. Coração do Centro, a Rio Branco recebe quase 37 mil veículos diariamente.

Os passageiros, por sua vez, esperam que a reorganização do transporte no Centro traga também mais qualidade para o serviço. Evitando, por exemplo, situações como de Magali Jordão, funcionária da Transpetro que anda com um rolo de fita adesiva na bolsa para se proteger das saídas de ar-condicionado dos ônibus que pega para chegar em casa.

— Não é só uma questão do tempo de viagem, que pode chegar a três horas. Os ônibus são velhos. As saídas de ar não têm mais a proteção que direciona o vento. Aí é preciso tapar com fita, que fica permanentemente na minha bolsa. Os ônibus também não respeitam horário — diz Magali, ao embarcar num coletivo.



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Ninguém gosta de quem vive se gabando


Repense a sua carreira e construa do jeito certo a sua marca pessoal
Camila Mendonça e Nina Neves (redacao.vocesa@abril.com.br) 30/11/2012



Crédito: Divulgação Dorie Clark, jornalista: "O melhor é que você faça do marketing pessoal parte de sua rotina" A jornalista americana Dorie Clark vai lançar em 2013 um livro no qual sugere um passo a passo para repensar a carreira e elaborar a marca pessoal.

É importante evitar exageros ao fazer marketing pessoal? Quais são os limites do autoelogio?Ninguém gosta de quem vive se gabando, por isso é importante entender que fazer marketing pessoal trata mais de demonstrar suas habilidades do que de apontá-las. Como estratégia, você pode fazer uma parceria com um colega para falar bem um do outro em uma conversa de trabalho — sobre qualidades reais, é claro. Elogios soam muito melhores vindos da boca de outra pessoa. Você também pode usar sinais sutis para mostrar seus conhecimentos, como usar a assinatura do e-mail para realçar que sua empresa foi vencedora de um prêmio importante.

Como avaliar as habilidades profissionais? A primeira questão a se perguntar é: "O que posso oferecer de diferente?". Sevocê está mudando de emprego ou de carreira, pense sobre as habilidades que desenvolveu e que os outros não têm. Essa será sua vantagem competitiva.

Como fazer marketing pessoal no dia a dia? O melhor é que você faça do marketing pessoal parte de sua rotina, assim ele se torna natural, em vez de opressivo e obrigatório. O uso da internet facilita muito a construção da marca pessoal, pois você pode criar um bom conteúdo para demonstrar o que mais sabe. Com as redes sociais é possível estabelecer uma marca pessoal forte. Usar ferramentas para administrar as postagens nas redes e programar um fluxo de textos para o blog é sempre uma boa ideia.

De que maneira é possível conseguir a autoconfiança necessária para mostrar qualidades profissionais? Normalmente as pessoas medem sua competência profissional com base nas pistas que você dá e na maneira que você se apresenta. Portanto, é importante projetar um ar de confiança, mesmo que ainda não se sinta confiante. Uma técnica que pode ajudar é ter a certeza de que está vestido para o papel que "interpreta" — ter segurança de que está trajado adequadamente para seu campo profissional já dará tranquilidade.