sábado, 6 de julho de 2013

Economia é ciência?

04/07/2013 - 03h00



Não há resposta certeira à pergunta do título. Contudo, sua discussão é proveitosa para entender a natureza da economia.

A constatação inicial é que os economistas tratam seu estudo de formas distintas. Pérsio Arida, em texto clássico, caracteriza a ortodoxia como uma tentativa de replicar a metodologia da física, o que faria o conhecimento econômico progredir por uma fronteira bem delimitada. A heterodoxia não aceita tal noção.

Questões teóricas perduram por séculos sem solução: a moeda é endógena ou exógena? A poupança precede o investimento ou não?

A equiparação à física é precária. Uma ciência dura ou natural se caracteriza por descrever com objetividade e distanciamento os fenômenos que analisa, obtendo leis (regularidades) e explicações que permitem fazer boas previsões.

O problema de caracterizar a economia como uma ciência dura é menos por sua conhecida capacidade de fazer previsões ruins. Isso poderia significar somente que seu estágio de desenvolvimento é inicial.

Mais relevante, a economia tem uma face prescritiva inexistente na física, indicando ao governo como agir. Comparação melhor é com a engenharia, que prescreve métodos de construção ou fabricação.

Porém é mais fácil julgar o trabalho de um engenheiro: se uma construção sua cai, sem dúvida ele errou. No caso dos economistas, um péssimo ministro da Fazenda pode virar um rico consultor. É que as prescrições econômicas têm uma dose de ideologia (crença) e interesse. É por isso que costumam ser avaliadas.

Por exemplo, uma grande preocupação com a inflação e o rigor fiscal atende à crença de que esses seriam requisitos da confiança dos investidores. No entanto, é também um jeito de fazer com que o principal interesse dos mais pobres (ganhar mais) seja deslocado para o longo prazo, enquanto é imediata a busca de inflação baixa, que preserva a riqueza de quem já tem renda alta.

Por outro lado, o foco na elevação dos salários reais revela a crença na demanda como motor da economia, mas também o interesse na distribuição de renda.

A ideologia também explica por que, ao contrário da física, a teoria econômica e suas recomendações pouco mudam. Ideologias são articulações de ideias que se caracterizam pela fixidez. Há quase 300 anos a maioria dos economistas sugere flexibilização do mercado de trabalho, austeridade fiscal etc.

É bom lembrar que, antes de ser um campo de estudo, a economia é um sistema: um conjunto de coisas que se relacionam obedecendo a certas regras.

O ser humano criou vários sistemas interessantes. O xadrez é complexo, mas fechado e dado. O carro é um sistema complexo e que muda. Só que as mudanças são planejadas e controladas por uma montadora.

A economia é o mais incrível: complexo, aberto e descentralizado, formado pela interação de um sistema produtivo e um monetário.

No capitalismo, a moeda sem lastro foi uma novidade decisiva para o sistema econômico, que fez a demanda --por produtos, inovações e investimentos-- passar a ser o motor principal do desenvolvimento produtivo, livrando a humanidade de ter que previamente acumular excedentes (poupança).

O dinamismo também trouxe mais volatilidade, o que exigiu o sistema evoluir. Por exemplo, crises bancárias levaram ao monopólio da emissão de moeda pelo Estado, que também criou o banco central para tentar evitar que problemas de liquidez derrubem o sistema econômico. Esses processos continuam a ocorrer: a crise do euro sugere a unificação fiscal de seus países.

Quer dizer, se a economia evolui pouco como teoria, o mesmo não vale para o sistema econômico. O seu estudo é útil, pois permite entender suas possibilidades, seus limites e riscos e como ele pode ser manejado para atender aos interesses que defendemos. Para tanto, uma boa dose de pragmatismo é saudável.

Nesse sentido, não gosto da abordagem ortodoxa pois se refere a um sistema pré-capitalista, em que a presença da moeda não muda as características de uma economia de escambo, e se baseia em idealização do sistema econômico pouco afeita à contraposição com a realidade.

Porém, dado o viés ideológico, é difícil mudar o entendimento econômico de alguém. Convém ao menos ter claro que a economia não é uma ciência dura. Tal equiparação é frequentemente uma forma de tomar como necessárias prescrições que são apenas crenças e defesa de interesses.



Marcelo Miterhof, 38, é economista do BNDES. O artigo não reflete necessariamente a opinião do banco.



quinta-feira, 4 de julho de 2013

PROFESSOR REPROVA CLASSE INTEIRA


Norberto Carlos Weinlich

Professor e Consultor Organizacional



Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas'. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um "A".

Após calculada a média da primeira prova todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina... Para sua total surpresa.

O professor explicou: "o experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor.


1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;

2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;

3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;

4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividi-la;

5. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.




terça-feira, 2 de julho de 2013

"Manoel, o audaz", por Toninho Horta

Manuel el audaz - Zé Renato

Livre e Vivo

Paulinho Pedra Azul - completo

Pátria, por Rolando Boldrin / Saga da Amazônia, por Vital Farias (05/04/...

Teu Triste Olhar - Paulinho Pedra Azul - Sr Brasil 06/10/2011

Paulinho Pedra Azul - Jequitinhonha

Ave Cantareira- Paulinho Pedra Azul e Tadeu Franco-BH-agosto de 2012