sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ERROS QUE O PROFISSIONAL DEVE EVITAR EM RELAÇÃO À SUA CARREIRA!

Se você tem consciência de que a sua carreira é um grande patrimônio, deve prestar atenção se não está cometendo um desses erros. Eles podem ser a diferença entre o sucesso e o insucesso de sua carreira ou de seu empreendimento.

1º Negligenciar a gestão da própria carreira
É comum achar que gerenciar a carreira é algo que pode ser deixado para depois, mas isso é um grande equívoco. O ambiente está em constante mutação e a carreira deve acompanhar essa mudança. Por exemplo: se o que sabíamos há alguns anos atrás nos deixavam competitivos, talvez hoje seja insuficiente até mesmo para nos manter em um emprego, ou para conduzirmos um negócio. Os padrões, as normas e a forma de nos relacionar também estão constantemente se adaptando. É preciso estar sempre atento em relação à carreira, projetar e analisar cenários em busca de oportunidades que podem ser aproveitadas e de ameaças que devam ser minimizadas ou neutralizadas. Gerencie sempre a sua carreira com base em um plano.

2º Achar que a cabe a empresa a gestão da carreira de seus colaboradores.
É importante esclarecer logo de início, que não estou considerando que as empresas não devam ter um plano de carreira. Devem sim! É importante conhecer seus colaboradores, identificar seus pontos fortes e fracos, e saber se estão preparados para assumir novos desafios, ou se precisam desenvolver-se e em que aspectos. No entanto, o profissional precisa ter claro que cada um age de acordo com seus objetivos e prioridades: À empresa importa saber se o capital humano está preparado para atender às suas necessidades atuais e futuras, enquanto que ao profissional importa saber se está no rumo certo para uma carreira bem sucedida (que o satisfaça), ou o que falta para que isso ocorra.

3º Considerar que o dinheiro gasto com a própria carreira é despesa e não investimento.
Tudo que adquirimos para nos proporcionar melhorias futuras é investimento. Essas melhorias podem ser tangíveis como um salário mais elevado, uma renda futura, ou intangíveis, como: maior qualidade de vida, mais conforto, mais satisfação e segurança. É importante ressaltar que, os investimentos, principalmente, os de médio e longo prazo devem ser planejados, e estarem atrelados a um resultado futuro, e não simplesmente atender a um modismo. Lembre-se, além do dinheiro, você investe seu tempo e seu esforço.

4º Deixar a vida te levar.
É comum ver pessoas que só estão preocupadas apenas com o momento presente. Não tem planos, metas, prioridades, e acabam deixando suas vidas nas mãos de outros, só se dando conta do erro cometido quando são "descartadas". Muitos fazem isso por que é mais cômodo e se algo der errado, a culpa é sempre do "outro", no entanto, quando as coisas acontecem (uma demissão, falência, ou qualquer outro insucesso), do que adianta ficar se justificando, atribuindo a culpa aos outros, se a conseqüência vai recair em cima da própria pessoa. Cada um (adulto, é claro!), deve assumir a responsabilidade sobre a sua vida, pois é dele o maior interesse em torná-la bem sucedida.

5º Achar que já se conhece o suficiente.
O autoconhecimento é um processo contínuo e que não tem fim. Muitos acham que têm desempenho elevado, se relacionam bem com todos, mas não entendem o porque de nunca serem promovidos, das pessoas os deixam de lado, ou de estarem sempre envolvidos em conflitos. Se conhecer, é determinante para uma carreira bem sucedida!

Esses não são os únicos erros que podem prejudicar uma carreira, mas certamente fazem parte da lista dos mais importantes. É ingenuidade achar que as pessoas não cometem equívocos, mas se forem capaz de evitá-los, certamente terão mais êxito no âmbito profissional.

Luis Claudio Bassetto
Consultor em Gestão de Pessoas e Gestão de Carreiras

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS DEVE SE TORNAR POLÍTICA DE ESTADO

24/ 08/ 2010

A secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, anunciou nesta terça-feira (24/08) que prepara, em conjunto com o Conselho Estadual do Meio Ambiente, um decreto que torna o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) política de Estado. O objetivo, segundo ela, é assegurar recursos por regulamentação para manter iniciativas que contemplem a conservação e recuperação do meio ambiente.

“Esse decreto será enviado para o governador Sérgio Cabral ainda este ano. Trata-se de uma forma de garantir investimentos anuais para o PSA”, afirmou Marilene Ramos, durante a cerimônia de abertura do 1º Encontro Estadual de Águas e Florestas, realizado em Paracambi.

Estratégico para a conservação dos recursos naturais, o Pagamento por Serviços Ambientais tem como objetivo principal transferir recursos, monetários ou não, para voluntários que ajudam na prática de conservação ou produção de tais serviços. Um exemplo é o programa Produtores de Água e Floresta. Promovido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria do Ambiente, a iniciativa remunera produtores rurais para o reflorestamento e a conservação de áreas verdes e mananciais hídricos.

De acordo com o presidente do Inea, Luiz Firmino Martins Pereira, iniciativas como este programa e o ICMS Ecológico permitem que o pequeno produtor veja o meio ambiente como um aliado, não como um problema, e vão permitir a união dos produtores à causa ambiental, com a participação do Poder Público.

Durante a solenidade, Marilene Ramos fez um balanço do programa de implantação de aterros sanitários no Estado, afirmando que a Secretaria Estadual do Ambiente planeja agilizar os preparativos para a instalação do aterro sanitário de Seropédica.

“A erradicação dos lixões e a instalação de aterros sanitários para atender aos consórcios de municípios constitui uma prioridade para o Governo do Estado. A nossa meta é acabar com os lixões de todo o Estado em um prazo de três anos”, destacou Marilene Ramos.

Organizado em parceria entre o Instituto Terra de Preservação Ambiental (ITPA), Instituto BioAtlântica (IBio) e Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), o PSA está inserido no programa REDE de Águas e Florestas. Financiado pelo Subprograma Projeto Demonstrativo (PDA), do Ministério do Meio Ambiente, o objetivo principal do REDE é sistematizar o conhecimento e articular experiências da sociedade civil e do poder público no Estado do Rio de Janeiro.

A iniciativa também pretende integrar as informações produzidas pelas três entidades gestoras a fim de aprimorar a capacidade técnica e logística de restauração e conservação de áreas prioritárias para a produção de águas, além de estabelecer o monitoramento participativo do ICMS Ecológico. Atualmente, o REDE é voltado para representantes de todos os setores da sociedade – poder público, empresas privadas, associações sem fins lucrativos e pessoas físicas.

Na quarta-feira (25), dois painéis indicarão para os cerca de mil inscritos quem são os patrocinadores e executores, até hoje, dos projetos de PSA no Brasil, além dos motivos e estratégias aplicadas na restauração da Mata Atlântica. Os debates terão a participação de palestrantes das entidades organizadoras, dos municípios envolvidos e de empresas. No final do evento, está prevista a assinatura da Carta de Águas e Florestas do Estado do Rio de Janeiro.

“O encontro acontece em um momento estratégico, uma vez que o Estado do Rio de Janeiro está definindo as bases legais para o desenvolvimento de políticas dirigidas aos sistemas de Pagamentos por Serviços Ambientais. Ele também permite que o assunto seja amplamente debatido junto à sociedade”, diz Ana Camphora, coordenadora do REDE de Águas e Florestas.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Municípios se preparam para eliminar lixões

ENSP, publicada em 22/07/2010

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que deve ser sancionada no próximo dia 2 pelo presidente Lula, determina a eliminação dos lixões em quatro anos no Brasil. Para cumprir a lei, prefeitos de 14 municípios que lideram cidades das regiões Sul, Sudeste e Nordeste estiveram nesta segunda-feira (19) com o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Silvano Silvério. Eles vieram prestar contas de convênios que têm com o MMA para a construção de ações compartilhadas para a gestão conjunta do lixo.

O secretário recebeu representantes de Santana do Livramento, Bagé, Candiota, Capão da Canoa e Caxias, no Rio Grande do Sul; Nova Odessa, Sumaré, Socorro e Amparo, em São Paulo; Casa Nova, na Bahia; São Joaquim de Bicas e Betim, em Minas Gerais; Palmeiras e Ingazeira, em Pernambuco. "Cada pólo está em fase diferente no processo de criação de consórcios para a solução de problemas dos resíduos sólidos, que prevê aterros, galpões de triagem, compostagem", disse Silvano Silvério.

O diretor de Ambiente Urbano do MMA, Sérgio Gonçalves, explica que o país tem dois anos para criar o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que vai aprofundar as diretrizes gerais que foram desenhadas pela PNRS. Por sua vez, os planos municipais e locais vão detalhar o seu modo de execução. A Política Nacional aprovada pelo Senado valoriza as iniciativas de gestão compartilhada das soluções para o lixo e estimula a cooperação técnico-financeira entre os poderes federal, estadual e municipal.

Durante o dia de trabalho, os gestores públicos e técnicos do departamento de Ambiente Urbano trocaram informações sobre a situação atual da execução do objeto dos convênios, sendo cinco deles para apoio à elaboração de Planos Regionais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e outros oito para apoio ao fortalecimento dos Consórcios Públicos Intermunicipais. Também tiverem a oportunidade de tratar das dificuldades encontradas, trocar informações sobre avanços e buscar novas estratégias para a continuidade dos trabalhos.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA)

http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/index.php?origem=2&matid=22309

Falta de engenheiros aumenta importação de mão de obra

Em 2010, País deve receber cerca de 5 mil profissionais do setor, um crescimento de 39% em comparação com o ano passado

Klinger Portella, iG São Paulo | 24/08/2010 05:44

Quando chegou ao Brasil, há 25 anos, o engenheiro inglês Barrie Lloyd Jones tinha um contrato de trabalho temporário de três anos para ocupar a posição de superintendência em uma empresa do setor de petróleo e gás. Vinha para suprir uma carência de mão de obra especializada e, desde então, não deixou mais o País. “De todos os lugares que eu visitei, o Brasil é o melhor”, diz o engenheiro, que já trabalhou em 13 países diferentes.


Há três meses, Jones montou sua empresa de equipamentos de perfuração para exploração de petróleo, na região de Macaé (RJ) e enfrenta os mesmos problemas que seus antigos patrões: a falta de mão de obra especializada no País. “Estou com muito trabalho, porque temos poucos brasileiros especializados na área”, diz ele, que conta com dois estrangeiros em sua equipe. “Minha vontade é usar muito pouco estrangeiro. Quero montar uma equipe de pelo menos dez especialistas brasileiros”, completa.

A dificuldade encontrada por Barrie Lloyd Jones retrata uma realidade do mercado brasileiro e uma tendência cada vez mais forte por aqui. Com a potencial escassez de mão de obra de engenheiros para os projetos futuros que se escancaram – com Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, pré-sal e o boom imobiliário – a chegada de engenheiros estrangeiros ao Brasil cresce a cada ano – e não deve parar de crescer, de acordo com números oficiais tabulados pelo iG.

José Pastore, professor de Relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), diz que haverá uma defasagem de profissionais pelos próximos quatro anos, que será parcialmente compensada com a importação de mão de obra. “Depois disso, as faculdades terão condições de suprir a demanda interna.”

Segundo dados da Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre 2008 e 2009, o número de autorizações concedidas a engenheiros estrangeiros saltou 27%, de 2.712 para 3.542. Entre janeiro e julho deste ano, a entrada de estrangeiros no País já superou os números de 2008, com 2.804 autorizações. Caso mantenha o mesmo ritmo de crescimento nos próximos cinco meses, o Brasil encerrará 2010 com a entrada de 4,8 mil engenheiros estrangeiros, um crescimento de 39% em comparação com o ano passado.

Entrada de engenheiros no Brasil


E os números podem ser ainda maiores. Segundo Mônica de Mello, sócia proprietária da Welcome Expants, empresa de consultoria que recebe estrangeiros no Brasil, há uma demanda crescente por engenheiros por parte do setor de petróleo e gás, com foco na exploração do pré-sal. Entre janeiro e julho, a empresa de Mônica, que atua na região de Macaé (RJ), recebeu 35 pessoas – 95% delas são engenheiros – e um novo grupo chega até setembro. “A perspectiva é de, pelo menos, mais 150 pessoas até o fim do ano”, diz.

Uma das empresas internacionais que atua na área de petróleo e gás no Brasil – que pediu para não ser identificada – tem planos de trazer, nos próximos dois anos, mais de mil engenheiros estrangeiros para o País, segundo apurou o iG.

Um estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC) realizado com 24 diretores de recursos humanos de grandes empresas do setor de engenharia e construção no mundo constatou que a mobilidade internacional é importante para os negócios em 80% das companhias. Para o futuro, dizem os entrevistados, o número subirá a 95%.

Segundo o levantamento da PwC, 70% dos engenheiros estrangeiros são contratados para projetos de curto prazo e em novos mercados. Além disso, 40% dos profissionais vindos de fora chegam com objetivo de desenvolver os engenheiros locais.

Embora seja adotada como alternativa à escassez de mão de obra especializada no Brasil, a importação de profissionais tem seus contras. “Nós estamos em período de expansão mundial e todos os países precisarão de mão de obra”, diz Ivan Witt, diretor da consultoria de recursos humanos Stter RH. “Além disso, existe uma barreira cultural, que é difícil de ser vencida”, completa. Ele acredita que mesmo países vizinhos, como Chile e Argentina, não teriam condições de supria a demanda do Brasil.

Procuram-se engenheiros

É consenso entre os especialistas que o Brasil enfrentará escassez de mão de obra de engenheiros nos próximos anos. Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que, se a economia apresentar um crescimento médio de 3,5% ao ano, o estoque de profissionais não será suficiente para atender a demanda por engenheiros já em 2015.



Importação de engenheiros deve seguir em alta por mais quatro anos, prevê Pastore

Mas o cenário pode se agravar ainda mais, já que, em 2010, por exemplo, o crescimento do Produto Interno Bruto deve bater a casa dos 6%. “O Brasil forma em torno de 32 mil novos engenheiros por ano. Só a indústria automobilística e a Petrobras precisam de 34 mil”, diz Ivan Witt.

Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo destaca que o Brasil está bem abaixo de outros países quando o assunto é formação de engenheiros. “A China forma em torno de 400 mil engenheiros por ano. A Índia, em torno de 280 mil. A Coreia, 80 mil”, afirma.

Os especialistas dizem que o baixo índice de formandos em Engenharia está associado a um período de pelo menos 20 anos em que a economia brasileira praticamente estagnou, reduzindo a demanda por profissionais do segmento. Além disso, parte dos engenheiros acabam deslocados a outras atividades, cuja remuneração era mais atrativa, como o setor financeiro. Segundo dados do Ipea, apenas dois em cada sete estrangeiros trabalham em posições de Engenharia.

Com a retomada econômica observada nos últimos anos, entretanto, cresce a demanda por engenheiros e os salários tornam-se mais atrativos. Hoje, o salário médio inicial para um engenheiro é de R$ 4,5 mil. Há quatro anos, o valor era bem menor: R$ 1,5 mil.

Maioria não vai às compras com sua ecobag

20 de agosto de 2010
Categorias: Consumo sustentável, Desenvolvimento Sustentável, Ecofashion, Economia verde, Ecoprodutos, Greenwashing, Lidando com o lixo, Poluição, Reciclagem, Sacolas plásticas, Soluções para sua cidade

Pesquisa conduzida por uma confecção que faz sacolas ecológicas, a Gatto de Rua, expôs um problema que diretores do Wal-Mart já haviam me falado anteriormente: o aumento no número de pessoas que têm ecobags não necessariamente significa uma diminuição do consumo de sacolas plásticas na mesma proporção.

De todas as pessoas consultadas, apenas 34% possuem as sacolas ecológicas . Dessas, 71% não estavam utilizando sua ecobag na hora da compra. Os principais motivos apresentados foram: esquecimento, pouca praticidade para carregar a sacola e a opção de alguns consumidores em reciclagem das sacolas plásticas para outros fins.

Isso mesmo: a maioria das pessoas que têm ecobags não as levam para as compras! Essas sacolas são usadas como bolsas comuns e até (somente) como acessório de moda.

Alooou pessoal. De que adianta usar uma sacola que estampa palavras como: “consumo sustentável”, “não sou de plástico”, “consciência ambiental”, se ela não está diminuindo realmente o consumo de plástico, como era a sua proposta original? Só por que ser “verde” virou moda? Vamos acordar.

Dicas
Para quem quer ser usuário assíduo de todos os tipos de ecobags

Para os que decidem comprar coisas “no meio do caminho” – ou seja, saíram de casa sem ter o intuito de comprar –, aos que nunca lembram de pegá-las antes de sair e também aos que não acham as ecobags práticas:

* Sempre tenha uma ecobag mais prática na bolsa. Há várias que podem ser dobradas ou enroladas e não ocupam muito espaço. Isso serve mais para as mulheres, eu sei, mas homens também podem dar um jeito. É só ter uma ou duas sacolinhas plásticas no bolso do casaco ou da calça. Se cabe uma carteira, cabe uma sacolinha imperceptível.

* Deixe sua ecobag bem em vista, em locais que você sabe que irá olhar antes de sair para as compras. Quem sabe, a ecobag pode até virar decoração na sua sala ou na sua cozinha. Não preciso lembrá-los de que existem algumas simplesmente lindas.

* Se você vai ao supermercado ou à feira com aqueles carrinhos de metal que evitam (e como!) problemas na coluna do vivente, abra sua ecobag dentro dele e sempre deixe por lá. Assim, você nunca esquecerá.

http://wp.clicrbs.com.br/blogarpuro/2010/08/20/maioria-nao-vai-as-compras-com-sua-ecobag/


Usar ecobag ajuda mais do que assinar manifesto
André Vieira
Do Diário do Grande ABC
Há 11 anos ele abandonou o uso do carro próprio. Desde de 1993, faz a separação do lixo em casa. Na sua cozinha, não entra quase nada de comida pronta. Para adoçar pratos e bebidas, só açúcar orgânico. Quando procura o outro extremo do paladar, vai de sal marinho.

O que para muitos poderia ser sacrifício, para Maurício Waldman, um dos mais antigos ambientalistas do Estado, é só hábito, que não tem nada de radical, não soa ecochato e nem de salvador do planeta.

"Toda vez que usamos sacola retornável e separamos o lixo para o catador levar, contribuímos bem mais do que assinar manifesto em favor do panda", simplificou.

Autor do livro Lixo: Cenários e Desafios, apresentado oficialmente ontem durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, Waldman falou ao Diário sobre a necessidade cada vez mais urgente de se melhorar a gestão dos recursos sólidos.

"O Brasil é 3,06% da população mundial e 3,5% do PIB global. Mas somos, de acordo com estudos, origem de 5,5% ou 6,9% do total mundial do lixo urbano. Não adianta culpar os países ricos, o problema também é nosso! Só reduzir, reutilizar e reciclar não serve. É preciso repensar o modelo de consumo", afirmou.

Envolvido com os temas ambientais desde a década de 1970, Waldman enxerga evolução no comportamento da sociedade.

Contudo, ao mesmo tempo em que mudança aponta uma saída, mostra também como é longo o caminho.

"A conscientização cresceu. Muitos setores do empresariado avançaram. Nos anos 1990 se fabricavam 64 latinhas com 1 quilo de alumínio. Hoje, se fabricam 74, um avanço indiscutível."

Longe dos holofotes que iluminam os que vêm a público angariar prestígio divulgando suas ações ambientais, o exército de homens e mulheres que trabalha coletando, separando e transportando o lixo, pode ser marginalizado para muitos, mas é vital para a sobrevivência das cidades, segundo Waldman.

"É obrigatório lembrar dos catadores. As pessoas que dizem que a gestão do lixo está um caos não fazem idéia de como as coisas estariam sem o trabalho deles."

Para o especialista, como no título de sua publicação, entender o cenário e o desafio que o lixo apresenta para a qualidade de vida de todos é uma tarefa para Poder Público, indústria e sociedade.

"Os segmentos da economia que mais crescem relacionam-se com a preservação ambiental: energia solar, agricultura orgânica e a reciclagem. Apenas atrasados insistem na sacolinha e nos descartáveis. Não existe vida sem mudança."


Professor realizou trabalhos no Grande ABC

O Grande ABC também é parte da longa da trajetória do professor e pesquisador Maurício Waldman, 44 anos, reconhecido como um dos especialistas mais respeitados quando o assunto é gestão de resíduos sólidos.

Nos dois primeiros anos da década de 1990, Waldman foi coordenador de Meio Ambiente em São Bernardo. Em Ribeirão Pires, trabalhou em cursos de capacitação sobre lixo, água e afro-educação.

Em 2006, voltou à região, mas dessa vez defendendo tese sobre a gestão dos recursos hídricos, enfocando também os mananciais do Grande ABC, com destaque para a Represa Billings.

Waldman é graduado em sociologia, mestre em antropologia e doutor em geografia, todos pela USP (Universidade de São Paulo).

Sua atuação profissional está concentrada em três esferas: no ativismo ecológico, na administração pública e no meio acadêmico.

Entre atividades realizadas no Brasil e no exterior, Waldman também se destaca pela publicação de livros e consultoria em relações internacionais, religião, topologia, antropologia, cidadania e racismo.

Atualmente, Waldman, que foi assessor do histórico ambientalista Chico Mendes, defensor das causas da floresta Amazônica, é pós-doutorando na área dos resíduos sólidos junto ao Instituto de Geociências da Unicamp, onde também é professor da disciplina Geografia da África Negra.

POLÍTICA NACIONAL
O tema abordado no seu mais recente livro, Lixo: Cenários e Desafio, deverá receber mais atenção dos governos a partir da nova Política Nacional dos Resíduos Sólidos - sancionada pela presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no começo de agosto.

Entre outras regras, a norma prevê a extinção dos lixões e o aumento dos índices de reciclagem. (André Vieira)


Trechos

"Decorrência da manifesta vocação das sociedades humanas para transformar o meio natural, o lixo é indissociável das atividades desenvolvidas pelo homem, tanto no tempo quanto no espaço. Assim sendo, sem que nesta afirmação exista qualquer exagero, já nos primórdios da humanidade o lixo constítuia um foco obrigatório de atenções."
Página 11

"Exibindo nos dias atuais uma performance que a mais audaciosa das profecias jamais ousou vaticinar, pela primeira vez na história o homem se sente ameaçado, no âmago de sua alma, pelo lixo. (...) Tomada de incerteza quanto à sua capacidade de solucionar um problema engendrado, no final das contas, por ela mesma, a sociedade contemporânea tornou-se presa da sensação de impotência em dar conta da questão."
Página 45

"(...) O plástico parece ter invadido todas as redes sociais e econômicas. Até as feiras de rua, bastião de formas tradicionais de aquisição de alimentos, também capitularam diante do material. Atualmente, os fregueses levam junto com suas compras tanto plástico-filme quanto se estivessem retornando de um moderno supermercado. A insidiosa invasão do plástico em todos os espaços planetários tornou-se um descalabro mundial. Objetos feitos com esse material estão boiando em praticamente todas as águas marinhas do globo terrestre."
Página 58

"Em síntese, os almejados ‘R'' de Repensar, Reduzir e Reutilizar, apenas poderão se impor - ombro a ombro com práticas ecológicas efetivas abraçadas pelo conjunto da população - mediante um corpo de leis que imponha ações restritivas, coercitivas e/ou punitivas para o setor produtivo e uma atuação do Estado na qual ele demonstre agilidade e efetivo interesse público em fazer com que sejam cumpridas."
Página 214

http://www.dgabc.com.br/News/5826052/usar-sacola-retornavel-contribui-mais-do-que-assinar-manifesto.aspx

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Saiba mais sobre os ODM-SP nab http://odmsp.blogspot.com/

http://sosabelhas.wordpress.com/about/

Rede Mobilizadores COEP ( Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida )
www.mobilizadores.org.br/coep - www.mobilizadorescoep.org.br

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