sábado, 26 de março de 2011

PONTA DA AREIA - Estrada de Ferro Bahia à Minas

E. F. Bahia-Minas (1891-1912)
Chemins de Fer Federaux de l'Est Bresilien (1912-1936)
E. F. Bahia-Minas (1936-1965)
Viação Férrea Centro-Oeste (1965-1966)
PONTA DA AREIA
Município de Caravelas, BA
E. F. Bahia-Minas - km 0 (1960) BA-0199
Inauguração: 1881
Uso atual: demolida sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolido)

HISTORICO DA LINHA: A E. F. Bahia a Minas começou a ser aberta em 1881, ligando finalmente Caravelas, no litoral baiano, à serra de Aimorés, na divisa com Minas Gerais, um ano depois. Somente em 1898 a ferrovia chegaria a Teófilo Otoni, e em 1918, a Ladainha. Em 1930 atingiu Schnoor. Em 1941, chegou a Alfredo Graça, e, em 1942, chegou em Arassuaí, seu ponto final definitivo. A ferrovia originalmente pertencia à Provincia da Bahia; em 1897 passou a ser propriedade do Estado de Minas Gerais, para, em 1912, passar a ser administrada pelos franceses da Chemins de Fer Federaux de L'Est Brésilien até 1936, retornando nesse ano a ser uma ferrovia isolada. Em 1965, foi encampada pela V. F. Centro-Oeste e finalmente extinta em 1966. Embora tenha havido planos para a união da ferrovia com a Vitória-Minas, tal nunca ocorreu e ela permaneceu isolada.

A ESTAÇÃO: A estação foi inaugurada em 1881. Ficava na localidade de Ponta da Areia, aparentemente criada para ser o km zero da ferrovia. Em 1881, inauguraram-se os primeiros 500 metros da ferrovia a partir dessa estação, num gesto simbólico. Somente em 09.11.1882 é que a ferrovia começou a operar, chegando à serra dos Aimorés. Em 1893... "Só há um trem obrigatório por semana, o qual parte da estação de Caravelas (Ponta de Areia) às 6 horas da manhã, nos domingos, e chega a Urucu às 6 horas da tarde. Volta de Urucu às 6 horas da manhã, nas segundas-feiras, e chega a Caravelas às 6 horas da tarde. Os trens de cargas são em dias indeterminados, de acordo com as necessidades do tráfego; partindo quase sempre depois da chegada dos vapores ao porto de Caravelas" (Pedro Versiani: Relatório do engenheiro fiscal da Estrada de Ferro Bahia e Minas, 1893). Já em 1908... "Devido a sérios distúrbios havidos em maio findo em Ponta da Areia, sede da estação inicial, do escritório central, das oficinas e mais dependencias desta Estrada, e no qual esteve envolvido quase todo o seu pessoal, não houve no ano findo (1908) a devida regularidade no tráfego desta estrada". (Mensagem apresentada a Assemblea Geral Legislativa do Estado da Bahia na abertura da 1a Sessão Ordinaria da 10a Legislatura pelo Dr. João Ferreira de Araujo Pinho, Governador da Bahia, 1909). O que teria havido? Uma revolta? Por qual motivo? As condições da estrada não eram boas: no mesmo relatório, havia reclamações do engenheiro fiscal quanto ao estado dos trilhos, "estragados pelo uso de 25 anos".


Acima, percurso da Bahia-Minas no município de Caravelas, onde começava a linha. A estação de Ponta da Areia está no estuário do rio Peruípe, a leste (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume VI, IBGE, 1958).

A estação, até os anos 1940, chamava-se Central. Somente nessa época é que teve o nome alterado para o da localidade. "De Caravela para Ponta de Areia, costumavam ir pessoas e cargas pequenas, como peixe. Lá, ancoravam navios que eram carregados com madeira bruta, que vinha de Aimorés, Argolo e Artur Castilho. Aquilo era tudo mataria. O Areriacararí era um navio de dois ou três porões, que saía pendendo de madeira. Tinha as pitombas, lugares que eram enchidos com madeira bruta. Em cada balcão daqueles, trabalhava-se com pranchas dia e noite, descarregando. Havia uma pessoa que ia emendando as toras em cordas, para embarcar nos navios" (Oronilides de Oliveira, ex-telegrafista da Baiminas). A estação foi fechada em 1966, com o fim das atividades da ferrovia. "Uma semana antes do carnaval de 1980 estive em Ponta de Areia para conhecer a estação. Infelizmente só havia ruínas.


O que sobrou das oficinas de Ponta da Areia, em fevereiro de 1980. ABAIXO: Ainda as oficinas, e o pouco que sobrou do antigo pier (Fotos Carlos Augusto Leite Pereira).



Segundo um funcionário da Aeronáutica que trabalhava na Base de Caravelas, e que tinha sido funcionário da E. F. Bahia-Minas, e transferido para a Aeronáutica após a extinção da ferrovia, o prefeito de Caravelas, do PMDB, queria fazer uma praça onde ficava o terminal de Ponta de Areia. Com medo do tombamento da estação por causa da música do Milton Nascimento, o prefeito autorizou a população a retirar todo material de construção que quizesse do prédio principal da estação. Assim tudo foi retirado. Fotografei o que sobrou: as ruínas da estação, do pier, das oficinas e a caixa d'agua" (Carlos Augusto Leite Pereira, 11/2007).

"Ponta de areia, ponto final/da Bahia a Minas, estrada natural/Que ligava Minas ao porto,/ao mar,/caminho de ferro/mandaram arrancar/Velho maquinista com seu boné/lembra o povo alegre/que vinha cortejar/Maria-fumaça não canta mais,/para moças flores,/janelas e quintais/Na praça vazia um grito, um ai,/casas esquecidas,/viúvas nos portais" (Ponta de Areia - Milton Nascimento e Fernando Brant)

(Fontes: Carlos Augusto Leite Pereira, 2007; Oronilides de Oliveira; Pedro Versiani: Relatório do engenheiro fiscal da Estrada de Ferro Bahia e Minas, 1893; Mensagem apresentada a Assemblea Geral Legislativa do Estado da Bahia na abertura da 1a Sessão Ordinaria da 10a Legislatura pelo Dr. João Ferreira de Araujo Pinho, Governador da Bahia, 1909; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)

A estação da Ponta da Areia, inteira. Autor desconhecido; data ignorada

Ruínas da estação de Ponta da Areia, em fevereiro de 1980. Foto Carlos Augusto Leite Pereira

Ruínas da estação de Ponta da Areia, ainda com a plataforma, em fevereiro de 1980. Foto Carlos Augusto Leite Pereira

A caixa d'água da estação de Ponta da Areia, em fevereiro de 1980. Foto Carlos Augusto Leite Pereira


Ruínas da estação de Ponta da Areia, em fevereiro de 1980. Foto Carlos Augusto Leite Pereira


Atualização: 24.08.2010



Elaborado por Ralph Mennucci Giesbrecht.

Amigos da São Paulo e Minas: O Leito Ferroviário da EFSPM

Amigos da São Paulo e Minas: O Leito Ferroviário da EFSPM:

"Locomotiva nº 10 da Estrada de Ferro São Paulo e Minas (foto autor desconhecido, acervo Rodrigo Flores) Bom.., passaram alguns dias e re..."

quarta-feira, 23 de março de 2011

Pressão no Trabalho

O que acontece com o cérebro quando sofre pressão no trabalho?
Doutor em neurociência pela USP, Julio Peres afirma que, sob estresse, o profissional pode adotar o mecanismo de “luta ou fuga”.
Por Rômulo Martins

Autor de “Trauma e superação: o que a psicologia, a neurociência e a espiritualidade ensinam” (editora Roca), Julio Peres, doutor em neurociência e comportamento pela Universidade de São Paulo, diz que a tentativa de incitar um comportamento competitivo e agressivo dentro do ambiente corporativo pode provocar o efeito contrário, prejudicando a performance dos profissionais.



“O grande desafio do indivíduo hoje é vencer o dilema ‘ganho individual versus ganho coletivo’”, afirma o doutor em neurociência, para quem o profissional bem-sucedido é aquele que busca um sentido maior à existência. Peres falou ao Empregos.com.br. Confira.

Empregos.com.br - Do ponto de vista da neurociência, o que acontece com o profissional quando sofre pressão no trabalho?
Julio Peres - Diante da contínua pressão no âmbito profissional, alterações cardíacas e viscerais apontam para níveis de hiperatividade do sistema nervoso autônomo (SNA), enquanto o estado subjetivo de alerta potencializa a geração de comportamentos de sobrevivência do tipo “luta ou fuga” (...) Em casos críticos, as expressões de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) podem alcançar estágios crônicos afetando a morte de neurônios especialmente do hipocampo, estrutura cerebral relacionada à memória. Assim, dificuldades de concentração, memória, estado de alerta contínuo, cardiopatias, irritabilidade e insônia são manifestações comuns em profissionais sob pressão demasiada.
Empregos.com.br - Em outras palavras, com o intuito de alcançar os resultados no trabalho, quando pressionado, o profissional pode ter mais dificuldade em atingi-los, correto?
Peres - Sim, a relação ansiedade/desempenhodeixa de ser vantajosa quando as pressões são demasiadas e, assim, a performance decai sensivelmente. Contudo, muitos executivos com traço de ansiedade contínua se consideram bem-sucedidos profissionalmente, apesar de não gozarem de boa saúde e declararem insatisfação com a vida pessoal. Esses profissionais tendem ao adoecimento e afastamento do trabalho em médio prazo. Presidentes e diretores de empresas que me procuraram observaram tal efeito paradoxal e implantaram novos sistemas de trabalho baseados nos diferenciais de comportamentos dos numerosos exemplos de indivíduos que prosperaram em suas vidas de maneira integral e consistente.
Empregos.com.br - Como o profissional pode minimizar os efeitos das pressões no trabalho?
Peres - Vale lembrar que a competição faz parte do dia a dia de quase todo indivíduo, não importando a sua atuação. Desde a infância, a ambientes esportivos, ligados ao setor da moda, ou mesmo de avanços tecnológicos e médicos, a competição faz-se presente em maior ou menor grau, sempre acarretando conflitos, angústia, insônia, tristeza. Isso varia de pessoa para pessoa, considerando personalidade, ambiente, circunstâncias (...)

A neurociência tem revelado que as pessoas que realmente se sentem bem, fazem o bem. A melhora consistente da qualidade de vida das pessoas sob pressão que buscaram a psicoterapia envolve geralmente cinco fatores: desenvolvimento de novos interesses e objetivos, apreciação e valorização da vida, melhor relação familiar e interpessoal, resgate da religiosidade e espiritualidade no dia a dia e a descoberta de força e recursos pessoais para superação de adversidades.
Empregos.com.br - Em algumas áreas de atuação, no entanto, é (quase) impossível ficar imune às pressões e ao estresse. Podemos dizer que a máxima de que a motivação nasce de dentro cai por terra?
Peres - De fato, vivemos atualmente sob fortes pressões e influências de consumo em um contexto cultural árido de significados para o sentido da vida. As novas tecnologias de entretenimento e a comercialização acelerada dos bens materiais disparam excitação, euforia e ansiedade, que ensombram a consciência dos valores essenciais à vida em harmonia. Novas “necessidades” são artificialmente criadas a cada dia, imbuídas da falsa promessa de felicidade. A cultura contemporânea do descartável incentiva diuturnamente comportamentos como a pressa, a praticidade e a obtenção imediata dos bens que, supostamente, trariam conforto e aplacariam a angústia do vazio, assim como a ausência de sentido para a existência.

Os relacionamentos interpessoais são igualmente influenciados pela oferta dos meios ágeis de comunicação, que favorecem interface superficial com grande número de pessoas (redes de relacionamento via internet), incitando contatos por interesse em vantagens imediatas e relações também descartáveis. Pessoas “coisificam-se” sucessivamente como produtos, ao passo que os vínculos afetivos se tornam cada vez mais frágeis. Em meio ao mar da inconsciência e a pressa da vida diária é fundamental buscar um sentido maior à existência. A consciência ampliada nesse sentido é o berço da maior e mais poderosa fonte de motivação.
Empregos.com.br - Uma atitude positiva por parte das empresas pode minimizar os efeitos das pressões no trabalho no colaborador mesmo que este lide com situações hostis?
Peres - Modelos alternativos e vantajosos para melhor qualidade adaptativa podem permitir o cultivo de comportamentos mais saudáveis, que certamente beneficiarão os profissionais que compõem o “organismo” empresa. A ciência cognitiva tem mostrado que o grande desafio do ser humano é vencer o dilema “ganho individual versus ganho coletivo” para geração de boas condutas que promovam desdobramentos positivos para o todo. A capacidade de superar essa tensão se relaciona com o desenvolvimento da consciência humana nessa nova linha de futuro que, além de dissipar o egoísmo destrutivo e os traumas causados pelo homem, resolve o problema básico da sobrevivência individual e torna o mundo melhor de se viver.

Conheça 10 razões para começar a investir cedo

Você acha que ainda é muito jovem para se preocupar em investir seu dinheiro? Pois saiba que o quanto antes começar a pensar nisso, maiores são suas chances de garantir um futuro mais tranquilo, sem precisar dispor de valores muito altos todos os meses.

Para os especialistas em finanças pessoais, uma das maiores vantagens de começar a investir ainda jovem é usar a seu favor a força dos “juros sobre juros”, garantindo os rendimentos gerados pelo capital investido pelo maior tempo possível. Confira 10 motivos para começar a investir ainda jovem:

1. Menor “sacrifício financeiro” para atingir seus objetivos
Imagine que você defina como meta ter “um milhão de reais” ao se aposentar e estipule sua idade de aposentadoria em 60 anos. Se você começar com 20 anos, precisará economizar um valor menor por mês (e terá menos impacto em seu estilo de vida) e terá mais tempo para aproveitar a força da capitalização composta.

2. Aproveitar o poder da capitalização composta
A força dos “juros sobre juros” jamais deve ser subestimada. Quanto mais tempo o dinheiro fica investido, mais os rendimentos gerados por ele vão sendo incorporados ao capital, que, por sua vez, gera mais rendimentos, em um efeito “bola de neve”, só que para cima.

3. Possibilidade de simplesmente ter mais dinheiro
Quem tem uma meta definida precisa se sacrificar menos para atingi-la, mas quem começa cedo e opta por ser agressivo nas suas aplicações tem o benefício adicional de simplesmente poder ter mais dinheiro no futuro.

4. Possibilidade de aposentadoria precoce
Se quem começa aos 40 anos tem a possibilidade de se aposentar aos 60 anos, é possível começar com 20 anos e se aposentar com 40 anos. O importante não é o quanto se ganha, mas, sim, o quanto sobra. Um jovem de 20 anos, que ganha salário e mora com os pais, muitas vezes consegue guardar mais dinheiro que um executivo de 40 anos com excelente salário e muitas despesas.

5. Mais tempo para correções de rota
O mercado financeiro, a economia e nossas vidas profissionais têm o estranho hábito de ignorar nossos planos e seguirem seus próprios rumos. Por isso, quanto mais tempo tivermos, mais poderemos reagir e readequar nossas ações às novas realidades que vão surgindo.

6. Diluir o “custo do aprendizado financeiro”
Muitas vezes, por desconhecimento ou inexperiência, tomamos decisões financeiras erradas e elas têm um preço. Por isso, começar cedo coloca o tempo a nosso favor. Assim, temos maior folga para aprender mais e nos recompor dos pequenos equívocos e deslizes que cometemos ao longo do caminho.

7. Agressividade sob medida
Investir em renda variável é fundamental para quem quer “turbinar” a rentabilidade de seus investimentos. E, tendo mais tempo, fica muito mais fácil suportar os “solavancos” do mercado de ações. Quem tem mais tempo pode ser mais agressivo (e consequentemente ganhar mais).

8. Menos estresse e mais qualidade de vida
Os especialistas ressaltam que aquele que começa a investir mais cedo terá mais dinheiro, e quem tem mais dinheiro tende a ter uma qualidade de vida melhor.

9. Regularidade também é importante
Só começar cedo não adianta, é preciso também ser regular. A dica é criar uma regra de guardar e investir, religiosamente, um percentual de sua renda mensal. Faça disso um hábito para a vida.

10. Dinheiro faz dinheiro
O fato é que quanto mais cedo você começar a investir, mais dinheiro terá; e quanto mais dinheiro tiver, mais dinheiro poderá conseguir. Ter dinheiro significa poder investir em sua carreira profissional ou em seu negócio, o que lhe trará ainda mais dinheiro e conforto. Os especialistas em finanças pessoais dizem que “a matéria-prima do dinheiro é o próprio dinheiro”.
Referência: InfoMoney

Por que estabelecer metas é importante para o planejamento financeiro?

Para conseguir manter o orçamento equilibrado, renegocie as dívidas, gaste menos do que ganha, corte os supérfluos, tenha metas e estabeleça um planejamento... A teoria você já sabe, mas colocar todas as regras das finanças pessoais em prática não é tão fácil assim. E um desses fatores, se esquecido, pode deixar essa tarefa ainda mais difícil.
Por que os objetivos são tão importantes? Porque poupar requer esforço. Se você tem uma meta, você tem um incentivo para fazer valer esse esforço.
Um caminho a seguir
A importância de se ter metas está justamente no autoincentivo. O prazo está atrelado à sua meta. E ele tem a função de dar visibilidade a ela. Com um prazo definido, você saberá quanto deve poupar por mês para alcançar a meta. Se por um lado o prazo de alcance dos objetivos auxilia a planejar o orçamento, se muito longo ele pode gerar certos desestímulos. Por isso, para grandes metas, como comprar uma casa, por exemplo, vá devagar. Toda grande meta deve ser fracionada em etapas menores, para facilitar e estimular o planejamento.
Saber o que entra e o que sai
Estabelecer metas, adotar prazos, distinguir as etapas. Todos esses passos que fazem parte do planejamento financeiro devem ser adotados com uma boa dose de bom senso. Estabelecer metas é colocar os pés no chão. E para manter os pés no chão é preciso saber qual é a sua situação financeira real. Para os especialistas, esse é o primeiro passo no planejamento financeiro. Ele vem antes das metas e as define. É importante analisar o orçamento, anotar as despesas e receitas. Sem esse conhecimento não dá para se planejar.

Referência: InfoMoney