09/4/2013 - 10h39
por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil
por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil
Plataforma desenhada no formato de uma arraia manta promete recolher toneladas de plásticos dos oceanos ao mesmo tempo em que gera lucros para o empreendedor que comprar a ideia.
A cada ano, produzimos cerca de 300 milhões de toneladas de plástico e muito disso acaba indo parar nos oceanos, provocando grandes danos ambientais, inclusive matando a vida marinha, que confunde os resíduos com alimento.
Grande parte do lixo é proveniente das cidades, sendo levado pelos fluxos de água e se acumulando em cinco áreas de alta concentração, os chamados ‘giros’ dos oceanos.Para resolver o problema, além de reduzirmos fortemente o uso do plástico, é preciso uma melhoria no gerenciamento global de resíduos. Porém, isto não torna menos necessária a eliminação de todo o lixo que já se encontra nos cinco giros (imagem ao lado) oceânicos.
Até agora, as propostas para ‘limpar’ o plástico nos mares incluem o uso de navios, que gastariam enormes quantidades de combustível e força humana, ou redes que capturariam além do plástico, muitos animais marinhos.
Uma nova ideia surgiu em um trabalho acadêmico do estudante holandês de engenharia Boyan Slat. A proposta, que ainda está na fase investigativa, é: se o plástico se movimenta embalado pelas correntes marinhas, por que não fixar processadores de água no leito oceânico em um determinado ponto onde esses resíduos passam?
O processador, uma plataforma similar a uma arraia manta, teria a forma de um compartimento flutuante, sem redes, o que resultaria na liberação de formas de vida que viessem a cair no ‘filtro’, como o plâncton. Além disso, por ser flutuante, ao contrário das redes, a solução cobriria áreas muito mais amplas e não ficaria no caminho das espécies marinhas.
“Inspirado por meus mergulhos nas Ilhas de Açores, decidi que o melhor formato para a plataforma seria o de uma arraia manta. Ao permitir que as suas ‘asas’ fluam como uma manta, podemos garantir o contato dos ‘braços’ da plataforma com a superfície mesmo nos mares mais agitados”, comentou Slat em sua apresentação no TEDx Delft (veja o vídeo).
Apesar da hipótese não ter sido testada, o projeto prevê que mesmo espécies planctônicas – devido a sua densidade similar a da água do mar – podem se movimentar sob o compartimento junto com o fluxo da água.
As plataformas seriam completamente autônomas, recebendo energia do sol, das correntes e ondas.
Slat enfatiza que com ao renda gerada pela coleta do plástico nos cinco giros, seria possível lucrar mais do que se gastaria para executar o projeto.
A ideia do estudante agora conta com o apoio de um grupo de cerca de 50 engenheiros, modeladores, especialistas e de outros estudantes.
Uma campanha de crowd funding foi lançada visando extrair mais de sete bilhões de quilos de plástico dos oceanos em apenas cinco anos. O custo estimado para provar cientificamente o conceito é de US$ 80 mil.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)
A cada ano, produzimos cerca de 300 milhões de toneladas de plástico e muito disso acaba indo parar nos oceanos, provocando grandes danos ambientais, inclusive matando a vida marinha, que confunde os resíduos com alimento.
Grande parte do lixo é proveniente das cidades, sendo levado pelos fluxos de água e se acumulando em cinco áreas de alta concentração, os chamados ‘giros’ dos oceanos.Para resolver o problema, além de reduzirmos fortemente o uso do plástico, é preciso uma melhoria no gerenciamento global de resíduos. Porém, isto não torna menos necessária a eliminação de todo o lixo que já se encontra nos cinco giros (imagem ao lado) oceânicos.
Até agora, as propostas para ‘limpar’ o plástico nos mares incluem o uso de navios, que gastariam enormes quantidades de combustível e força humana, ou redes que capturariam além do plástico, muitos animais marinhos.
Uma nova ideia surgiu em um trabalho acadêmico do estudante holandês de engenharia Boyan Slat. A proposta, que ainda está na fase investigativa, é: se o plástico se movimenta embalado pelas correntes marinhas, por que não fixar processadores de água no leito oceânico em um determinado ponto onde esses resíduos passam?
O processador, uma plataforma similar a uma arraia manta, teria a forma de um compartimento flutuante, sem redes, o que resultaria na liberação de formas de vida que viessem a cair no ‘filtro’, como o plâncton. Além disso, por ser flutuante, ao contrário das redes, a solução cobriria áreas muito mais amplas e não ficaria no caminho das espécies marinhas.
“Inspirado por meus mergulhos nas Ilhas de Açores, decidi que o melhor formato para a plataforma seria o de uma arraia manta. Ao permitir que as suas ‘asas’ fluam como uma manta, podemos garantir o contato dos ‘braços’ da plataforma com a superfície mesmo nos mares mais agitados”, comentou Slat em sua apresentação no TEDx Delft (veja o vídeo).
Apesar da hipótese não ter sido testada, o projeto prevê que mesmo espécies planctônicas – devido a sua densidade similar a da água do mar – podem se movimentar sob o compartimento junto com o fluxo da água.
As plataformas seriam completamente autônomas, recebendo energia do sol, das correntes e ondas.
Slat enfatiza que com ao renda gerada pela coleta do plástico nos cinco giros, seria possível lucrar mais do que se gastaria para executar o projeto.
A ideia do estudante agora conta com o apoio de um grupo de cerca de 50 engenheiros, modeladores, especialistas e de outros estudantes.
Uma campanha de crowd funding foi lançada visando extrair mais de sete bilhões de quilos de plástico dos oceanos em apenas cinco anos. O custo estimado para provar cientificamente o conceito é de US$ 80 mil.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)