sábado, 10 de julho de 2010

Filtro Solar (Sunscreen) - Legendado

ESTÃO JOGANDO A NOSSA MATA NO LIXO!

ESTÃO JOGANDO LIXO NA NOSSA MATA! por Rita Souza

Enquanto o mundo inteiro se mobiliza pela preservação das florestas (qualquer uma – incluindo as virtuais), medidas eficientes para conter o aquecimento global, campanhas caríssimas incentivando o consumo consciente, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, incentivam a reciclagem do lixo gerado pelo próprio consumo; a utilização de energia limpa sem explicar o que é energia suja; o incentivo ao plantio de árvores, na África e na internet; a preservação dos recursos hídricos, etc., etc., etc., o Município de Volta Redonda, que tem apenas 02 (DUAS) Unidades de Conservação - A Floresta da Cicuta e o Parque Natural MUNICIPAL Santa Cecília do Ingá - literalmente joga lixo sobre os seus últimos remanescentes de mata atlântica, que ocupam apenas 18% deste município.




Como se não bastasse a vergonha escancarada do mal falado LIXÃO, encravado nas entranhas da Floresta da Cicuta, nos ínfimos 15% que pertencem a Volta Redonda, cujo chorume contamina diária e ininterruptamente há cerca de 35 anos o Rio Brandão, corpo hídrico que corta a Floresta da Cicuta e deságua no Rio Paraíba do Sul (aquele da transposição), agora o Parque Natural Municipal Santa Cecília do Ingá é a bola da vez, ou seja, a floresta da vez!

Somando-se as duas Unidades de Conservação, temos apenas 342 (trezentos e quarenta e dois) campos de futebol de mata atlântica protegida... Bem, pelo menos era o que se esperava. Êpa! Volta Redonda detém apenas 19,5 hectares da Floresta da Cicuta, portanto são apenas 230 (duzentos e trinta) campos de futebol de áreas protegidas nas terras voltarredondenses.

Uma pergunta que não quer calar: não tem um lugarzinho melhor para instalar um CTR por aqui? Qualquer área degradada, abandonada, erodida, inservível, sem nascentes, rios e fragmentos de mata nativa serve.

Enfeitar a cidade com árvores caras, de expressivo valor paisagístico, flores ornamentais e algumas poucas espécies nativas é uma coisa. É valido. A cidade está linda! Parabéns! Criar áreas protegidas ou simplesmente proteger o que se tem para as próximas gerações é outra coisa...

Não confundam: jogar lixo na mata e jogar a mata no lixo... É a mesma coisa!



27 de maio – Dia Nacional da Mata Atlântica

Rita Souza – Ambientalista
souza_rita@yahoo.com.br

Aprovada política nacional de resíduo sólido

Aprovada política nacional de resíduo sólido

Custo do acidente da BP chega a US$3 bilhões

Custo do acidente da BP chega a US$3 bilhões

Custo do acidente da BP chega a US$3 bilhões Por: Guilherme Costa

Acionistas da empresa britânica BP reagiram mal aos relatos de que a companhia estaria buscando investimentos emergenciais de algum país da Ásia e Oriente Médio, um capital que ajudaria a cobrir os custos do vazamento no Golfo do México, que já superam os 3 bilhões de dólares.


Por causa do óleo, as praias da costa sul dos EUA ficaram vazias no fim de semana em que o país comemorou o Dia da Independência, enquanto a imprensa revelava que a BP está procurando um investidor estratégico entre os fundos soberanos dos países da Ásia e Oriente Médio.

Essa injeção de dinheiro poderia evitar que a BP seja vendida, e prepararia a empresa para as pesadas indenizações que terá de pagar por causa do vazamento, o pior na história dos EUA.

Às 6h48 (hora de Brasília) desta terça-feira(06), as ações da BP em Londres tinham alta de 2,4%, cotadas a 3,2965 libras. Mas alguns acionistas reclamavam da eventual entrada de um investidor estratégico.

“Não achamos que o parceiro estratégico seja absolutamente necessário”, disse um dos dez maiores acionistas da BP, pedindo anonimato. “Achamos que isso é simplesmente as pessoas tentando deixar a empresa em pânico e saírem correndo para algo a fim de ganhar enormes taxas com a venda de novas ações da BP. Os acionistas irão dizer ´não, obrigado´ a isso, e já comunicamos isso à companhia.”

Outro grande investidor concordou que a BP “provavelmente não precisava” de um investidor estratégico no momento.

Segundo reportagem do jornal Sunday Times, consultores da BP querem oferecer 5% a 10% do patrimônio da empresa a uma concorrente ou a um fundo soberano, pelo valor de até 6 bilhões de libras (9,1 bilhões de dólares). A BP não se manifestou.

Outros jornais disseram que há fundos soberanos da Ásia e Oriente Médio querendo adquirir parte da empresa, que precisa entregar 20 bilhões de dólares a um fundo independente que cuidará da restauração e das indenizações na costa sul dos EUA.

Desde o início do vazamento, em 20 de abril, a BP já perdeu mais de metade do seu valor de mercado. A empresa continua tentando conter o vazamento no seu poço submarino de petróleo, mas prevê que isso só deve acontecer a partir de agosto.

Enquanto isso, a BP usa um sistema de dutos para recolher parte do petróleo que jorra no mar. Ela disse que no sábado capturou ou queimou 3 milhões de litros, mas que o volume total do vazamento pode chegar a quase 12 milhões de litros por dia.

Na segunda-feira, a BP disse que já gastou 3,12 bilhões de dólares na reação ao acidente, sendo 147 milhões em indenizações a pessoas e empresas afetadas.

A BP pretende instalar um sistema adicional de recolhimento do petróleo, mas o mau tempo na região tem prejudicado as atividades.

*Via Info.

Cinco razões para você entrar em contato com a natureza

Foto: Sxc

Quem ainda precisava de argumentos para adotar um estilo de vida mais natural acaba de ganhar uma lista deles. São cinco tópicos listados pela Universidade de Harvard para convencer as pessoas que passar mais tempo em contato com a natureza faz bem para o corpo e para a mente.

As informações foram publicadas na Harvard Health Letter do mês de julho e mostram que, mesmo com tantas vantagens em conviver com a natureza, os americanos passam 90% de suas vidas em ambientes fechados.

A revista lembra que diversos estudos já comprovaram os benefícios para a saúde física e mental que o contato com o meio ambiente pode proporcionar e listou alguns deles. Confira:


1 – Elevação dos níveis de vitamina D

Chamada de “vitamina do sol”, essa substância é produzida a partir do contato dos raios solares com a pele e promove a absorção de cálcio pelo organismo. Além da importância na manutenção dos níveis do cálcio no sangue e na saúde dos ossos, a vitamina D tem um papel muito importante na maioria das funções metabólicas e também nas funções musculares, cardíacas e neurológicas.

Estudos epidemiológicos sugerem que a vitamina D pode ter efeitos protetores contra diversas doenças, desde a osteoporose ao câncer, passando pela depressão, ataques cardíacos e derrames. Já a deficiência da vitamina pode precipitar e aumentar a osteoporose em adultos e causar raquitismo, uma avitaminose, em crianças.

A boa notícia é que para produzir a vitamina D no seu organismo, você só precisa ficar ao ar livre algumas vezes por semana, de preferência nos horários em que sol está mais fraco, e expor seus braços e pernas por 10 a 15 minutos.

Foto: Sxc

2 – Mais exercício

É verdade que muita gente consegue se exercitar sem sair de casa, ou ainda em academias e clubes de ginástica totalmente cobertos. Também tem muita gente que consegue passar horas em contato com a natureza sem mexer um músculo – basta ir a uma praia para perceber. Ainda assim, os ambientes fechados costumam ser um convite ao sedentarismo, enquanto um parque repleto de árvores costuma dar um novo ânimo a uma caminhada.

Um estudo feito por pesquisadores britânicos com crianças que passavam cerca de seis horas por dia utilizando equipamentos eletrônicos (como TV´s e videogames) mostrou que elas eram duplamente ativas quando estavam ao ar livre. Portanto, se você quer se exercitar, um bom começo é sair de casa. Pode ser uma corrida na orla, um passeio de bicicleta no parque ou até uma limpeza no quintal, o que importa é colocar o corpo em movimento junto à natureza.

3 – Maior concentração

O escritor americano e autor do livro Last Child in the Woods, Richard Louv, utilizou o termo “transtorno de déficit de natureza” em seu último trabalho. E ele não é o único a acreditar que a falta de contato com o meio ambiente agrava problemas como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Pesquisadores tem relatado que crianças costumam se concentrar melhor após passarem um período ao ar livre.

Um estudo publicado em 2008 mostrou que crianças diagnosticadas com TDAH obtiveram melhor pontuação em testes de concentração após caminharem em um parque, em comparação com outras que caminharam em um bairro residencial e no centro da cidade.

Apesar de não serem conclusivas em relação aos adultos, as pesquisas sugerem que o contato com a natureza pode ser uma aliada aos homens e mulheres que querem uma melhor concentração. Não custa tentar.

Foto: Sxc

4 – Menor tempo de cicatrização e cura

Uma pesquisa realizada na Universidade de Pittsburgh em 2005 mostra que pacientes expostos a luz natural sentiam menos dores e sofriam de menos estresse, além de precisarem de uma menor quantidade de medicamentos durante o período de recuperação.

Outro estudo aponta que até a vista das janelas dos quartos de hospitais que exibiam árvores, em vez de muros, faziam a diferença durante a recuperação dos doentes. Os dados científicos apenas reforçam o velho conselho que diz que “tomar um ar fresco” faz bem para a saúde.

5 – Mais felicidade

Estudos mostram que a luz do sol tende a elevar o humor das pessoas, enquanto a prática de exercícios físicos libera endorfina, despertando uma sensação de relaxamento, euforia e bem-estar. Combinar as duas práticas em um ambiente ao ar livre certamente fará bem a qualquer um.

Pesquisadores da Universidade de Essex, na Inglaterra, estão realizando um estudo que aponta que praticar exercício em meio à natureza traz vantagens significativas para a saúde mental. A pesquisa aponta que os “exercícios verdes”, como estão sendo chamados, mostram resultados benéficos na auto-estima e no humor com apenas cinco minutos de prática.

Cuidados

Apesar de todas essas vantagens, é sempre bom lembrar alguns cuidados básicos que devem ser tomados durante esses momentos de atividades ao ar livre. Uso de protetor solar e de repelentes contra insetos, além de atenção à qualidade do ar no local da diversão são alguns deles.

Depois de tomar esses cuidados, basta calçar um tênis e procurar uma área arborizada próxima a sua casa. Agora você já tem razões de sobra para entrar em contato com a natureza.

*Via EcoDesenvolvimento.

Cinco razões para você entrar em contato com a natureza

Cinco razões para você entrar em contato com a natureza

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Duplicação da EF Carajás começa em junho

12/05/2010


A New Track Construction Machine (Máquina de Construção de Vias Novas) foi adquirida da Harsco para a duplicação da EFC

No dia 26 de junho próximo, a Vale estará finalmente iniciando a duplicação da Estrada de Ferro Carajás. O projeto era acariciado desde 2007, mas teve que esperar a retomada no mercado de minério agora em 2010 – e o esgotamento da capacidade da ferrovia – para ver programado, efetivamente, o seu início.

Em 2009, a EF Carajás transportou 96,3 milhões de toneladas, quase atingindo a capacidade máxima atual de 100 milhões de toneladas. A duplicação aumenta a capacidade da ferrovia para escoar o minério de Carajás e a torna capaz de receber o minério ainda não explorado de Serra Sul, no município de Canaã dos Carajás, que contem uma reserva maior ainda do que a de Carajás.

A duplicação estava inicialmente prevista para 560 km dos 892 km da ferrovia, entre São Luís (MA) e Carajás (PA). Mas agora chega a 604 km. É o suficiente para inteligar os 56 pátios de cruzamento ao longo de toda a ferrovia, criando uma segunda linha em toda a extensão. A exceção são as obras de arte – como a ponte sobre o Rio Tocantins, com 2.340 m de extensão – que conservarão via singela.

NTC

O equipamento para assentamento da grade já foi adquirido e está sendo finalizado na fábrica da Harsco na Carolina do Sul, nos Estados Unidos: é a New Track Construction Machine (Máquina de Construção de Vias Novas). Consiste em um trator ou outro veículo pesado que traciona o conjunto formado por uma estrutura onde fica o mecanismo de lançamento dos dormentes; um vagão com uma esteira para receber os dormentes, e um pórtico auto-propulsado. Este pórtico corre sobre trilhos soldados na lateral de vagões plataforma comuns, formando um trem rebocado pelo trator. O pórtico alça os dormentes nos vagões plataforma, onde estão dispostos em camadas do tamanho adequado, transporta-os até o vagão de recebimento, e os deposita na esteira. A esteira cria um fluxo constante de dormentes em direção ao mecanismo de lançamento, o qual assenta os dormentes no espaçamento correto sobre a plataforma previamente preparada. Se há muitos vagões de dormentes, os pórticos trabalham em duplas. Cada pórtico traz os dormentes para mais perto e o outro os carrega até o vagão de recebimento. Cada pórtico pode transportar 22 dormentes de uma vez, dependendo do tamanho dos dormentes. O espaçamento dos dormentes é regulado por uma roda de calibragem. Este e outros dados são armazenados em um sistema micro-processado da Harsco, chamado Jupiter.

Os trilhos devem estar colocados nos dois lados da plataforma antes da máquina chegar, e são soldados em barra contínua. Eles são alinhados por roletes presos ao trator e posicionados sobre os dormentes, no local assentamento correto, por um operador usando controles hidráulicos. Em seguida o “nipper-clipper”, ou mecanismo de colocação automática de grampos, fixa os grampos pré-embarcados. Assim, enquanto a frente do conjunto avança sobre a plataforma vazia, os vagões de dormentes na traseira se deslocam sobre trilhos recém-colocados, prontos para receber o lastro. O conjunto, sem contar os vagões de lastro, tem 45 metros de extensão .

O equipamento opera de forma contínua, dependendo apenas do abastecimento dos dormentes (que serão de concreto no caso da EF Carajás) e dos trilhos (que serão soldados em estaleiro em barras longas de 386 metros). Nos Estados Unidos, onde é largamento usado, a NTC pode assentar 2 km de via em 10 horas de trabalho sem interrupção.

As informações sobre o equipamento foram objeto de uma palestra do gerente do projeto de duplicação mecanizada de Carajás, Antonio Dirceu Ribeiro, durante o II Encontro de Ferrovias, havido no final de abril em Vitória (ES). Além do NTC, que vai assentar a grade, a Vale está adquirindo socadoras de linha e de AMV, reguladoras de lastro e levantadores contínuos, todos os AMVS serão de ponta movel e que a via estará preparada para receber trens de 40 toneladas por eixo.

A duplicação da ferrovia soma-se a uma série de melhorias que vem sendo feitas nos último quatro anos, como o aumento do peso por eixo para 37,5 toneladas, o emprego de trem tipo de 330 vagões e a utilização de locomotivas de 5.500 hp. Um investimento adicional e urgente, segundo se comentou no evento, terá que ser a substituição – por concreto – de toda a dormentação de madeira da linha original Carajás, que está com a vida útil esgotada depois de 26 anos de uso.

Ibama autoriza duplicação da EF Carajás

05/07/2010 - Valor OnLine


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a Vale construir os canteiros de obras para a duplicação da Estrada de Ferro Carajás. De acordo com o Ibama, a licença de instalação foi assinada pelo presidente do órgão, Abelardo Bayma, e está relacionada aos canteiros de obras principais da ferrovia nos municípios maranhenses de Santa Rita e Bom Jesus das Selvas.

Este ano, a Vale deve investir US$ 2,654 bilhões em logística para suportar o plano de expansão da área de transportes de minério de ferro. Estes recursos equivalem a 20,6% do volume total previsto a ser investido pela mineradora neste ano. Até 2015, a companhia prevê a ampliação da capacidade de logística dos atuais 100 milhões de toneladas por ano para 230 milhões de toneladas anuais.

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Faltam profissionais no País

05/07/2010 - Webtranspo


Com uma malha de 29 mil quilômetros de trilhos, que representam 25% da matriz de transporte nacional, de acordo com dados da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), o setor ferroviário – baseado nos projetos atuais e futuros – dá indícios de recuperação; entretanto, surge a questão: há mão de obra especializada suficiente para atender as necessidades do segmento?

Especialistas alegam falta de profissionais no mercado brasileiro; Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), concorda, mas afirma que a oferta é pequena quando se toma como base projetos relacionados à infratestrutura para a Copa do Mundo e Olimpíadas. Para os projetos atuais não há o que se preocupar, diz o executivo.

Com a previsão de crescimento na demanda, a Abifer assinala para a recuperação do efetivo de profissionais demitidos desde que a chegada da crise internacional. De acordo com Abate, haverá uma reposição gradativa dos mais de três mil contratos encerrados nas 35 empresas associadas.

“O objetivo é repor esse efetivo até 2011 – elevando de dez mil para 13 mil a quantidade de trabalhadores – para atender a retomada da produção das empresas que deve ultrapassar o volume de três mil vagões produzidos neste ano”, projeta o presidente.

De modo geral, para a ANTF, toda essa movimentação do setor deverá elevar a oferta de empregos diretos e indiretos. A associação trabalha com a expectativa de elevar o total de 36.567 empregos em 2009 para mais de 44 mil até 2011.

Qualificação ferroviária

Ele salienta que a falta de profissionais qualificados no mercado pode prejudicar o avanço da indústria, no entanto, destaca que o cenário atualmente pode este não é problema principal.

“O cenário atual da formação de profissionais não impede o crescimento do setor. O que existe é uma carência para suprir a demanda futura”, destaca Abate, afirmando que não há falha na formação atual no setor que projeta um faturamento de R$ 2,6 bilhões para este ano, similar ao verificado em 2008, antes da crise.

Segundo o executivo, as concessionárias e fabricantes estão tendo um importante papel na formação, incrementando a parte técnica dos cursos existentes nas universidades tradicionais. Grande parte criou cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas e incentivam a especialização.

“Os programas criados vão desde o mais simples (maquinistas) até o nível mais alto (gestão). Existem cursos muito bem executados que auxiliam o refinamento dos nossos profissionais”, observa Abate. Segundo ele, o trabalho realizado preenche uma deficiência do ensino tradicional.

Questionado sobre a recorrente falta de engenheiros ferroviários, o presidente da Abifer relata que o problema é mais amplo. “No Brasil, falta engenheiros para todas as áreas. Trata-se de uma falha estrutural do ensino no País”.

Segundo o presidente, a formação de engenheiros novos deixa a desejar. De 150 mil alunos que iniciam os cursos, apenas 30 mil finalizam o processo de aprendizado. “Desses, apenas 30% deixam os bancos escolares com a qualidade curricular requerida pelo mercado”, observa.

Para atender à demanda, as empresas têm investido em ações voltadas à formação de pessoal e qualificação, além de propor às universidades como PUC, USP e Fundação Dom Cabral, a extensão das vagas voltadas à Engenharia Ferroviária.

Custo do trem-bala é imprevisível

06/07/2010 - Folha de S. Paulo


Os estudos geológicos para aferir o custo do trem-bala entre SP e Rio foram insuficientes e teriam que ser refeitos. Há custos subestimados e outros superestimados e, por isso, é impossível saber quanto custará a obra, segundo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União).

Ainda de acordo com o TCU, apenas 4,4% da quantidade mínima de sondagens para estimar o preço da obra foram realizados.

Mesmo assim, o tribunal aprovou os estudos de viabilidade do trem-bala feitos pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

A ANTT estimou a obra em R$ 21 bilhões, 63% do total do projeto (R$ 33,1 bilhões). Nesta semana sairá o edital de licitação da obra.

"Novos estudos devem ser realizados [...] Nas atuais condições, há grande redução da competitividade e inaceitável nível de risco e incertezas com elevado potencial de alteração de custos das obras", afirma um trecho do documento.

Aprovação

Mesmo com essa recomendação da área técnica, os ministros aprovaram os estudos. Em casos semelhantes, o TCU já determinou que projetos fossem revistos. Pesou, desta vez, a pressão que o governo vem exercendo contra o órgão, acusado de atrapalhar o crescimento do país.

Caso o estudo fosse refeito, a licitação não aconteceria neste ano, como quer o governo. Há pouco mais de um mês, o relator do processo, Augusto Nardes, afirmara que não era possível aprovar a viabilidade do projeto ao presidente da comissão de fiscalização do trem-bala no Congresso, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).

"O governo fez algumas mudanças até o ponto que ficou aceitável. Mas a parte das obras é a principal reclamação dos interessados. O risco pode ser grande e foi jogado para as empresas. Com esse risco, será que vai ser possível viabilizar o projeto?", afirmou o deputado.

Como o edital e a própria obra ainda serão fiscalizados, os ministros optaram por não criar um novo embaraço ao projeto. Em 2007, o TCU fez um número alto de exigências que inviabilizaram o projeto original. Um novo estudo foi feito e só ficou pronto em 2009.

Traçado

A justificativa da ANTT para o TCU foi que o traçado definitivo da linha será dado pelos construtores e, por isso, não foi feito um projeto básico que estimaria com precisão o custo.

Mas, para os técnicos, que consideraram a justificativa insuficiente, os concorrentes não terão tempo de fazer os estudos.

As próprias empresas responsáveis pelo estudo geológico informaram que eles eram insuficientes. Em vários municípios ao longo dos 550 km de trajeto, nenhuma sondagem foi feita.

Na cidade do Rio, onde está previsto passar com túnel por baixo de uma refinaria e da Baía de Guanabara, foram feitos três furos de sondagem. "Este nível de informação é compatível para um projeto de um viaduto de 120 metros", diz o relatório.

Outro exemplo é trecho entre Lorena e Jacareí (SP). A previsão é a colocação de aterro num trecho de 61 km, que custaria R$ 264 milhões. Mas não há estudos suficientes para saber se dá para fazer aterro ou se será necessário construir viadutos. Se for viaduto, o custo passa a R$ 4,2 bilhões, segundo o órgão.

Já os túneis em rocha tiveram os custos superestimados em três a oito vezes, segundo o relatório, o que acrescentou mais R$ 2 bilhões ao preço estimado.