sexta-feira, 27 de julho de 2012

O PALAVRÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

Falar palavrão pode empacar sua carreira, diz pesquisa


Usar termos de baixo calão no ambiente de trabalho prejudica a imagem do profissional, mostra pesquisa. Mesmo assim, xingamentos são comuns.

Camila Pati, de EXAME


Xingamento no trabalho pode até ser encarado como falta de inteligência, segundo pesquisa

São Paulo- Uma promoção na carreira pode ir por água abaixo quando o assunto é palavrão. Pelo menos é o que aponta pesquisa recente do Career Builder.

Ao todo, 57% dos entrevistados pelo site de recrutamento americano afirmam que seus funcionários podem perder a chance de uma promoção quando usam xingamentos considerados inadequados para o ambiente de trabalho.

A grande maioria (80%) considera que palavrões colocam em xeque a reputação profissional do funcionário. Mas isso não é tudo.

Para 71% deles, falar palavrão no trabalho pode revelar falta de controle emocional e segundo 68%, pode indicar falta de maturidade. Para pouco mais da metade dos entrevistados, esse tipo de comportamento pode sinalizar até menos inteligência.

Mesmo assim, os palavrões são comuns. Metade dos profissionais ouvidos afirmaram já ter xingado durante o expediente de trabalho. Quase todos (95%) disseram ter perdido a compostura na frente de seus colegas de trabalho, enquanto 51% foram além e admitiram ter dito palavrões ao lado de seus chefes diretos.

Um quarto dos chefes ouvidos disse já ter ofendido seus funcionários. Os clientes, no entanto, geralmente são poupados da perda de controle, apenas 7% usaram palavrões na frente deles.
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Falar palavrão no trabalho (realmente) pega mal?

Especialistas explicam que nem sempre palavrões são inaceitáveis, mas em algumas ocasiões, podem render até processos

Amanda Previdelli, de EXAME





Philip Morris é acusada de humilhar funcionário e terá que pagar indenização de R$ 30 mil

São Paulo – Muito comum no dia a dia das pessoas, o palavrão às vezes sai do ambiente casual e entra no escritório. Especialistas concordam que o uso de uma linguagem mais vulgar depende muito da personalidade de quem fala e do contexto em que as pessoas estão inseridas.


Para Romaly de Carvalho, professora de etiqueta empresarial, a norma é clara: “Só pode xingar e falar palavrão em jogo do Brasil na Copa do Mundo”, brinca. “Somos todos humanos, tem gente que fala mais, que tem o hábito. Palavrão não é adequado, mas em um momento de descontração é compreensível e pode até ser engraçado”, completa.

Sérgio Sabino, da consultoria Michael Page, concorda, mas é mais crítico em relação ao uso de palavras impróprias no trabalho: “O seu comportamento tem de ser como representante no ambiente corporativo. Falar palavrão não é o fim do mundo, acontece, mas você tem de tentar se comportar como um exemplo.”.

Para ele, existem situações mais informais no trabalho, como cafés e almoços, nas quais você conhece os interlocutores e pode agir com menos formalidade. “Mas no escritório o respeito tem de ser regra.”

Romaly não discorda, e ressalta que há ocasiões em que ser agressivo pode render processos: “Você não usa palavrão na hora da bronca, por exemplo. De jeito nenhum”, afirma.

A professora ainda comenta que falar palavrão não é para qualquer um. Além de depender da personalidade de quem fala e do contexto, pessoas que não estão em cargos mais elevados na hierarquia devem tomar cuidado. “Só corre menos risco quem está em cargo alto. Quem não está lá ainda pode comprometer a carreira”, diz.

Além disso, ela diz que é preciso perceber a cultura da empresa: “Alguns escritórios mais formais admitem menos, profissões mais liberais ou que lidam com criatividade tendem a ser mais informais”.

É comum também que palavrões sejam utilizados em discursos motivacionais nas empresas. Mas Sabino acredita que não vale a pena recorrer a esse recurso. “Eu não posso correr o risco de ofender alguns para motivar outros. Sem contar que não há garantia que aqueles que não se ofenderam efetivamente se sentiram mais motivados pelo meu discurso grosseiro”, explica.

Se você for mulher, as pessoas tendem a ser ainda mais exigentes. “O mundo corporativo até está mais igualitário, mas quando a mulher fala palavrão, a surpresa é maior”, diz Sabino. Romaly concorda: “Falar palavrões pode denegrir a imagem da profissional”.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

..Vaso sanitário inovador transforma dejetos em adubo e combustível



Os pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang anunciaram que o protótipo do No-Mix Vacuum começará a ser utilizado em 2013 nos banheiros da instituição acadêmica de Cingapura, um dos países mais desenvolvidos da Ásia.


"A Universidade está produzindo seu próprio vaso sanitário para o ano que vem. Várias companhias, incluindo imobiliárias e até um parque temático já mostraram interesse no sistema de evacuação desde que foi anunciado (no final de junho)", contou à Agência Efe Lester Kok, do Departamento de Comunicação do centro.

O vaso ecológico é equipado com dois recipientes que recolhem separadamente os dejetos líquidos e sólidos, além de um sistema de sucção similar ao utilizado em aviões.

A urina é transportada a uma câmara onde se decompõe em nitrogênio, fósforo e potássio, utilizados como adubo, enquanto os excrementos chegam a um biorreator que os processa e transforma em biocombustível de metano.

O gás metano é inodoro e pode ser utilizado para substituir o gás natural no fogão e ainda pode ser empregado como gerador de eletricidade.

"O sistema No-Mix Vacuum não exige que o vaso sanitário esteja conectado aos encanamentos da rede de hidráulica e ao esgoto", explicou Kok.

O vaso sanitário usa apenas 200 ml de água para evacuar a urina e um litro para os dejetos, o que representa 90% de economia em relação ao sistema convencional, que utiliza de quatro a seis litros a cada vez.

Com uma média de cem usos por dia, o banheiro idealizado pelos pesquisadores de Cingapura utiliza 160 mil litros a menos em um ano, suficiente para encher uma piscina de 160 metros cúbicos.



Vaso sanitário ecológico que transforma a urina e as fezes em fertilizante e combustível.O professor Wang Jing-Yuan, diretor do projeto, afirma que o sistema que leva o material, que também transforma as sobras de comida e outros resíduos orgânicos em fertilizante e energia, representa um método de reciclagem mais eficiente e barato, já que realiza esse processo de forma automática.

"Separando os dejetos humanos domésticos e processando-os in situ, economizaremos a verba dos processos tradicionais de reciclagem, já que o sistema inovador utiliza um método mais simples e barato para produzir fertilizantes e combustível", defende Wang, doutor em tecnologia ambiental pela Universidade da Carolina do Norte (Estados Unidos).

A universidade singapuriana negocia agora com as autoridades da cidade-Estado a instalação de protótipos nas casas de uma área residencial que se planeja construir e acredita que cidadãos de outros países possam adotar os banheiros ecológicos nos próximos três anos.

Segundo os pesquisadores, o sistema também foi pensado para hotéis e construções afastadas que não contam com rede hidráulica e saneamento e precisam de certa autonomia.

O dispositivo No-Mix Vacuum faz parte de um programa iniciado há dois anos com um financiamento de dez milhões de dólares singapurianos, (cerca de US$ 7,8 milhões), concedido pela Fundação Nacional de Pesquisa de Cingapura.

A Universidade Tecnológica de Nanyang apresentou o projeto na feira de ciência e tecnologia WasteMet Asia 2012 em 4 de julho em Cingapura e assinou um acordo de colaboração com o Centro de Engenharia da Terra da Universidade de Colúmbia (Estados Unidos). EFE



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