quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Documento “vazado” destaca evidências das mudanças climáticas

Ambiente

17/12/2012 - 10h52
por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil



Apesar de ainda ser um trabalho em andamento, o quinto relatório do IPCC apresenta dados preocupantes e aponta que a concentração de CO2 na atmosfera é a grande responsável pelo aquecimento global.

Quando o blog Watts Up With That divulgou, sem autorização, uma cópia do próximo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sua intenção era enfraquecer a entidade e toda a tese de que o aquecimento do planeta se deve às emissões de gases do efeito estufa resultantes das atividades humanas.

Foi um tiro no pé. Pois, apesar do autor do blog, Alec Rawls, se esforçar para destacar alguns pontos que teoricamente dariam suporte para suas próprias teorias contrárias à participação do homem nas mudanças climáticas, uma análise mais calma do relatório mostra justamente o oposto: as evidências de que o clima está se transformando são inequívocas e é extremamente provável que isso seja culpa nossa.

Segundo o documento, as temperaturas médias globais vêm subindo desde o começo do século XX e esse aquecimento foi particularmente acelerado depois dos anos 1970. Cada uma das últimas três décadas foi significantemente mais quente do que todas as outras desde 1850.

A temperatura combinada da terra e do mar teria sofrido um aumento de 0.8°C no período de 1901 a 2010 e de cerca de 0.5°C entre 1979 e 2010.

“Existem evidências consistentes de que há um aumento na rede de energia do sistema terrestre graças a um desequilíbrio. É virtualmente certo que isto é causado por atividades humanas, fundamentalmente pelo aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO2)”, afirma o relatório.

O IPCC aponta que o CO2 é a principal causa das mudanças climáticas, muito mais relevante para o aquecimento do que outros fatores naturais. A concentração atual de CO2 na atmosfera é a maior em 800 mil anos.

O documento identifica também que houve mudanças nos eventos climáticos extremos, mas salienta que o nível de confiança sobre o que mudou varia conforme o tipo de fenômeno e com a região onde ele ocorre.

Para a questão do aumento das chuvas intensas, por exemplo, as estatísticas apontam que existe um crescimento da sua frequência desde 1950. Porém, com relação às secas, é mais difícil observar uma tendência de longo prazo, devido às inconsistências geográficas.

O relatório registra ainda que os oceanos avançaram entre 2,8mm a 3,6mm ao ano desde 1993. A subida pode ser acompanhada nos últimos dois séculos, sendo que se acelerou depois de 1900.

“Desde 1970, o aquecimento e a expansão oceânica e o degelo foram os contribuintes dominantes do aumento do nível do mar, juntos explicando 80% do avanço observado”, afirma o relatório.

A previsão é que o mar suba entre 0,29 metros e 0,82 metros até 2100.

O IPCC destaca que é grande a confiança nos modelos climáticos atuais e que eles conseguem simular com precisão os múltiplos cenários previstos. Vários aspectos climáticos, como precipitações em larga escala, comportamento do gelo do Ártico e temperaturas oceânicas, seriam bem representados nessas ferramentas.

Esse tipo de conclusão é possível graças a simulações realizadas que podem ser comparadas com dados reais. Por exemplo, cientistas conseguem realizar um experimento no qual um modelo recria a flutuação da temperatura terrestre nos últimos 50 anos e depois comparam os resultados com o que se sabe realmente aconteceu.

“O ponto mais interessante do ‘vazamento’ do relatório é a revelação do quão grande é o sentimento de negação entre os céticos climáticos. Se eles são capazes de distorcer um documento da forma que fizeram, imagine como são malucas as interpretações que fazem das evidências científicas”, afirmou à rede ABC Steven Sherwood, pesquisador da Universidade de Nova Galês do Sul e membro do IPCC.



* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.



(CarbonoBrasil)



Energias renováveis para cidades sustentáveis

Ambiente

17/12/2012 - 10h43
por Eduardo Athayde, diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil

Saiba o que Nova York, Rizhao, Tel Aviv, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia têm em comum quando o assunto é sustentabilidade.

Imagem aérea mostra painéis solares instalados no telhado de uma casa na Alemanha. Foto: Miguel Villagran

A palavra sustentável foi usada pela primeira vez como estratégia de equilíbrio para o desenvolvimento urbano por Lester Brown, fundador do WWI-Worldwatch Institute, no início da década de oitenta, para conceituar como sociedade sustentável “aquela capaz de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer os direitos das futuras gerações”. Hoje, a urbanização caótica causa um gigantesco ônus à qualidade de vida e à saúde humana e ao ambiente, contribuindo para a instabilidade social, ecológica e econômica, exigindo soluções sustentáveis nas cidades.

Mundialmente, a maior parte do uso da energia e das emissões de carbono provém de cidades que estão descobrindo modos mais eficientes de gestão, melhorando a qualidade de vida e impactando menos a saúde humana. Nos Estados Unidos, cidades aderiram ao Acordo de Proteção ao Clima realizado por governos municipais. Em Nova York, prefeito Bloomberg, que está cobrando de pedágio urbano, quer fazer da cidade dele a primeira “cidade sustentável do século 21″, usando a renovação do Empire State Building, um ícone da cidade, para exemplos de eficiência energética, construção verde e produção de eletricidade limpa. Em Rizhao, cidade costeira chinesa, 90% de todas as residências de mais de 3 milhões de habitantes, já usam aquecedores de água solares, e o governo local instalou painéis solares para alimentar a iluminação de rua e os semáforos.

Tel Aviv, a maior área metropolitana de Israel, toda água do banho e da descarga vai para o maior complexo de tratamento do Oriente Médio, o Shafdan, movido a energia limpa, onde o esgoto é bombeado para dentro da terra e novamente retirado, passando por tratamentos físicos, químicos e biológicos, para ser purificada e recuperada. Os relatórios do WWI, usados em todo o mundo como referência para a sustentabilidade, mostram como a eficiência energética e a economia de gases de efeito estufa a partir de tecnologias de construção: isolamento de tubos, vedação de ar, revestimentos reflexivos de telhado, pigmentos e janelas isolantes, estimando que as melhorias na eficiência da construção, com menor teor de emissões, podem levar a uma redução de 41% no uso de energia e uma redução de 70% nas emissões de gases de efeito até 2030.

No Brasil, ações urbanas começam a fazer parte das novas gestões das cidades. No Rio, o projeto “Estudantes pela Sustentabilidade”, apoiado pela Siemens, uma corporação transnacional que já descobriu que a sustentabilidade faz parte transversalmente dos seus negócios, que a América Latina é a região mais urbanizada no mundo em desenvolvimento e que atualmente 196 milhões de pessoas vivem em cidades brasileiras – um lucrativo locus para seus negócios sustentáveis – reuniu equipes de estudantes de diferentes países para desenvolver a próxima geração de líderes em sustentabilidade. São Paulo lançou a campanha “Assina Prefeito”, do Programa Cidades Sustentáveis, visando intensificar a divulgação nas redes sociais para que mais prefeitos tomem conhecimento e assinem a carta compromisso por cidades justas e sustentáveis.

Em Pernambuco, a Cidade da Copa prepara a implantação de usina de geração solar fotovoltaica conectada à rede elétrica da Companhia Pernambucana de Energia. Na Bahia, a arrojada Arena Fonte Nova que voltará a ser o prédio que mais “vibra” no estado, usando o conceito “fonte nova”, perceberá o filão dos econegócios que está entrando para lançar, por exemplo, tecidos termoelétricos capazes de produzir energia a partir do calor liberado pelo corpo humano durante jogos, caminhadas intensas ou pela prática de exercícios físicos e recarregar celulares e outros aparelhos portáteis. Realidades do dia a dia nesta década.

Um ícone esquecido do Brasil, o cartão postal mundialmente famoso e localmente mal tratado Forte de São Marcelo, na Bahia, conhecido historicamente como o umbigo da America Latina por estar na curva inferior da “barriga” do continente, atravessou os séculos incólume como capitão-mor do porto da Baia de Todos os Santos. O velho forte sente diariamente a energia maremotriz que passa por ele quatro vezes todos os dias durante os fluxos de enchente e vazante, torcendo para que descubram que tanto a energia solar que o ilumina como a energia das marés, se capturadas, podem abastecer a sua cidade. Satisfazendo as necessidades do presente sem comprometer os direitos das futuras gerações o forte aguarda, pacientemente, o despertar dos gestores para os potencial sustentável da cidades.

* Publicado originalmente no Blog do Planeta e retirado do site Mundo Sustentável.



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Satisfação das necessidades fundamentais


por Leonardo Boff*

O ser humano é, por natureza, um ser de muitas carências. Precisa de grande empenho para atendê-las e assim poder viver, não miseravelmente, mas com qualidade. Atrás de cada necessidade, se esconde um desejo e um temor: desejo de poder satisfazê-la de forma a mais satisfatória possível e o temor de não consegui-lo e aí sofrer. Quem tem, teme perder: quem não tem, desejater. Assim é a dialética da existência.



Mestres das mais diferentes tradições da humanidade e das ciências do humano convergem mais ou menos nas seguintes necessidades fundamentais:

Temos necessidades biológicas: numa palavra, precisamos comer, beber, morar, nos vestir e ter segurança. Grandeparte do tempo é empenhado em atender a tais necessidades. As grandes maiorias da humanidade as satisfazem de forma precária ou por falta de trabalho ou porque a solidariedade e a compaixão são bens escassos. A primeira petição do Pai-Nosso, é pelo pão cotidiano porque a fome não pode esperar.

Mas não pedimos a Deus que cada dia faça milagres e assim nos dispense de produzir o pão. Pedimos que os climas e a fertilidade dos solos sejam favoráveis e que haja a cooperação na produção e distribuição dos alimentos. Só então exorcizamos o medo e atendemos o nosso desejo básico.

Temos além disso, necessidade de segurança: podemos adoecer e sucumbir a riscos que nos tiram a vida. Podem provir da natureza, das tempestades, dos raios, das secas prolongadas, dos deslizamentos de terra, de todo tipo de acidentes. Podem provir, principalmente, do próprio ser humano que não só tem dentro de si o instinto de vida mas também o instinto de morte; pode perder a autocontenção e eliminar o outro. Tudo isso nos produz medo. E temos esperança de contorná-lo. O fato de termos vivido nas cavernas e depois casas mostra nossa busca de segurança.

O fato é que nunca controlamos todos os fatores. Sempre podemos ser vítimas ou inocentes ou culpadas. E é então que gritamos por Deus, não para que nos tire da beira do abismo, mas que nos dê coragem para evitá-lo e sobreviver.

Temos, em terceiro lugar, necessidade de pertença: somos seres societários. Pertencemos a uma família, a uma etnia, a um determinado lugar, a um país, ao planeta Terra. O que torna penoso o sofrimento é a solidão, o não poder contar com um ombro amigo e uma mão acolhedora. Como somos frutos do cuidado da nossas mães que nos seguraram nos braços, queremos morrer segurando a mão de alguém próximo ou de quem nos ama.

Na fundo do abismo existencial clamamos pela mãe ou por Deus. E sabemos que Ele nos atende porque é sensível a voz de seus filhos e filhas e sente o pulsar de nosso coração amedrontado. Ser reduzido à solidão é ser condenado ao inferno existencial e à ausência de qualquer comunhão. Por isso, importa garantir osentimento de pertença, caso contrário nos sentimos como cães abandonados evagantes no mundo.

Em quarto lugar, temos necessidade de autoestima. Não basta existirmos. Precisamos que nossa existência seja acolhida, que alguém por palavras e atos nos diga: “seja bem-vindo ao nosso meio, você conta para nós”. A rejeição nos faz ter, ainda vivos, a experiência de morte. Precisamos, pois, ser reconhecidos como pessoas, nas nossas diferenças e singularidades. Caso contrário, somos como uma planta sem nutrientes que vai mirrando até morrer. E como é importante quando alguém nos chama pelo nome e nos abraça. Nossa humanidade negada nos é devolvida e podemos seguir com esperança e sem medo.

Por fim, temos necessidade de autorealização. Esse é o grande anseio e desafio do ser humano: de poder realizar-se a si mesmo e de tornar-se humano. Que é o humano do ser humano? Não sabemos exatamenteporque até o inumano pertence ao humano. Somos um mistério para nós mesmos. Não é que nada sabemos do humano. Ao contrário, quanto mais sabemos, mais se alargam as dimensões daquilo que não sabemos. Temos saudades das estrelas de onde viemos.

Mas sabemos o suficiente para descobrirmo-nos seres de abertura, ao outro, ao mundo e ao Todo. Somos seres de desejo ilimitado. Por mais que busquemos o objeto que sacie nosso desejo, não o encontramos entre os seres à nossa volta. Desejamos o Ser essencial e topamos apenas com entes acidentais. Como, então, conseguiremos a nossa autorealização se nos percebemos como um projeto infinito?

É nesse afã que ganha sentido falar de Deus como o Ser essencial e o obscuro objeto de nosso desejo infinito. Só Ele preenche as características do Infinito, adequadas ao nosso projeto infinito. Autorealizar-se, portanto, implica envolver-se com Deus. Envolver-se com Deus é despertar a espiritualidade emnós, aquela capacidade de sentir uma Energia poderosa e amorosa que perpassa toda a realidade. É poder ver na onda, o mar e na gota d’água, a imensidão do Amazonas. Espiritualidade é sentir a fome e a sede de um derradeiro aconchego onde, em fim, todas nossas necessidades serão satisfeitas, onde morrem todos os temores e descansaremos.

Enquanto não elaborarmos em nós esse Centro, sentimo-nos sempre na pré-história de nós mesmos: seres inteiros mas inacabados e, no termo, frustrados.

Ao entrarmos em comunhão com o Ser essencial pela entrega silenciosa e incondicional, pela oração e pela meditação, abrimos um manancial de energias incomparável e insubstituível. O efeito é a pura alegria, a leveza da vida, a bem-aventurança possível aos caminhantes.

* Leonardo Boff é filósofo, teólogo, escritor e comissionado da Carta da Terra.

** Publicado originalmente no site Adital.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

DEZEMBRICES

Enviado pela amiga Adriene Alves, achei interessante.


11/12/2012 - 03h30


Vinha distraída, voltando do mercado, quando pisei num treco. O porteiro do prédio me fuzilou com o olhar.

Compreendi imediatamente o seu ódio. Eu tinha trucidado duas lampadazinhas do cordão de luzes natalinas que ele estava pendurando na planta --esse insuportável trabalho extra que inventaram para os porteiros desde que a China passou a iluminar nossos dezembros.

Sei bem o que é quebrar uma lampadazinha do meio dessas temerárias correntes de luz. Desde que elas invadiram nosso mercado, não há um ano que eu não passe pelo desespero de enrolá-las.

Depois de tudo pronto, uma lâmpada sempre queima no meio, interrompe a corrente e me deixa na angústia entre começar tudo de novo ou ter metade da árvore apagada.

Pedi muitos perdões ao porteiro, o coitado já tinha metade da palmeira enrolada, e saí dali temendo ter contribuído para o aumento do ódio que aquele homem vai acabar sentindo do Natal.

Suspeitei também ter cometido, de minha parte, um ato falho. Sempre adorei as luzinhas, mas hoje, quando começo a ver a cidade acender, sinto um pouco de agonia. Parece o sinal de largada para a correria. Dezembro é um mês que começa acabando, um mês em ciclone, liquidificador de todos os ingredientes do ano à espera do balanço final. É preciso entregar o que não foi entregue, fazer o que não foi feito, falar o que não foi dito. Nada pode ficar para o ano que vem.

Uma amiga me ligou: "A gente não vai se encontrar até o final do ano?!". Não nos falamos há meses, mas dezembro precisa se encarregar do nosso encontro. E dá-lhe correria pra organizar a agenda, finalizar trabalhos, comprar presentes, organizar a ceia, os e-mails, visitar a família, comprar um biquíni, fazer a mala e tudo o mais que parece que precisa ser feito.

Todo ano prometo que não vou cair na cilada, mas, quando vejo, já estou ticando uma lista de afazeres que passo a carregar no bolso.

É que, no fundo, gosto de rituais, dessa ideia conjunta de finalização e recomeço. Apesar da triste histeria dos shoppings e dos amigos secretos obrigatórios, as celebrações de final de ano ainda têm o estranho poder de renovar esperanças. Acredito em janeiro, me faz crer que farei tudo o que quero fazer. Muita coisa volta a sobrar para dezembro. Mas teimo, confio no janeiro seguinte e sigo em frente. Não tem jeito, me enroscarei de novo nas angustiantes luzinhas do Natal porque acho que elas servem mesmo é para iluminar o Ano Novo.

Chefes preferem contratar colega de bar a candidato mais preparado



Uma pesquisa constatou que a maioria dos empregadores privilegia seus sentimentos pessoais sobre a capacitação dos candidatos na hora da contratação

Infomoney

Tenho certeza de que uma vez eu consegui um emprego porque a pessoa que me entrevistou foi com a minha cara. Olhando para trás, tenho certeza de que não era a mais qualificada para trabalhar no programa de televisão em que fui contratada”. O depoimento é de Susan Adams, colaboradora do site da Forbes.

Sua experiência exemplifica o que um acadêmico da Northwestern University confirmou: os empregadores nem sempre escolhem os candidatos mais qualificados. O professor Lauren Rivera explica que os recrutadores contratam pessoas que tiveram as melhores impressões pessoais. “Eles contratam as pessoas que poderiam ser suas amigas”, resume Rivera.

Para chegar à constatação, o estudo observou contratações em bancos de investimentos classe A, escritórios de advocacias e empresas de consultoria. Rivera realizou mais de 120 entrevistas com recrutadores e empregadores durante dois anos. O resultado foi que os entrevistados, muitas vezes, privilegiam seus sentimentos pessoais para a seleção, como o entusiasmo e conforto, sobre a capacitação dos candidatos com habilidades superiores ou técnicas.

Em outras palavras, eles contrataram profissionais que poderiam ter uma relação de afeto, como a amizade. “Em muitos aspectos, eles fizeram a seleção de maneira parecida com a escolha de amigos e parceiros românticos”, explica o autor do estudo.

Entre inúmeras entrevistas reveladoras, Rivera lembra que um gerente de banco de investimentos disse que escolhia conforme a uma situação inusitada. “Um dos meus principais critérios de avaliação é o que eu chamo de ‘O teste do aeroporto’: com qual candidato eu gostaria de ficar preso em um aeroporto em Minneapolis durante uma tempestade?”.


Capacidades analisadas (além das profissionais)

Segundo o estudo, entre as empresas pesquisadas, a demanda pela adaptação cultural foi a mais valorizada nos escritórios de advocacia, onde mais de 70% dos chefes disseram que “se ajustar na empresa” era algo importante para um profissional contratado. Em bancos de investimentos e empresas de consultoria, esse fator é avaliado por 60% e 40%, respectivamente, dos recrutadores.

Rivera constatou também que os passatempos, hobbies e esportes também são itens que podem diferenciar os candidatos. Ele cita a confissão de um banqueiro sobre sua preferência em uma entrevista: “ela [profissional contratada] jogava squash. Qualquer um que jogue squash eu amo”.



segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O chimpanzé e o formigueiro


17 DEZ 2012


Os chimpanzés não são o que aparentam com aquele olhar simpático e inocente. São capazes de extrema crueldade e ataques de fúria mesmo com humanos que os adotaram, como mostram dezenas de estudos de antropólogos. Na Uganda, há dezenas de registros de bebês devorados por eles. Primeiro comem os dedos e os pés, em seguida arrancam os testículos para neutralizar qualquer contra ataque.

Nenhuma surpresa. Eles possuem 88% do código genético dos humanos e provavelmente os 12% restantes os impedem de construir armas nucleares e químicas, de exterminar populações inteiras e matar pelo ódio cego, entre outras barbaridades. Outra diferença é que eles são assim há milênios enquanto a raça humana fez um upgrade na busca pela autodestruição.

Esse instinto cruel em aceleração gera pequenos assassinatos como a corrupção, a ganância desenfreada e mesmo o olhar indiferente com a miséria e coisas comuns tipo lograr o caixa do supermercado ou dirigir carros irresponsavelmente e até mesmo fazer vista grossa para a violência dos filhos na escola.

Gastamos um Everest de papel tentando explicar porque ele fez o que fez, buscamos em vão explicações nos maus tratos na sua infância ou outro tipo de abuso e até mesmo a facilidade de obter armas, quando outro Everest bem na nossa cara grita: os pais e os pais dos pais criam Adams Lanza na mesma velocidade com que uma rainha bota ovos no formigueiro e nós gritamos que Adam é doente, quando todo o formigueiro está acometido pelo mesmo mal. Epidemia, em suma.
Adam Lanza

Nenhuma surpresa com Adam Lanza. Sim, sim, eu sei que muitos dirão que exagero e que na essência a humanidade é boa, mas é justamente o contrário. Em grau menor ou maior, somos todos Adam Lanza esperando um motivo para explodir. Sugestivamente, o nome do cara que deu início a tudo.

Fernando Albrecht
www.FernandoAlbrecht.com.br

Quem serão os profissionais mais disputados de 2013

Veja quais profissões e competências estarão em alta e o que você pode fazer para estar nessa lista


ClickCarreiraquarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Com a proximidade do final do ano, é comum despontar na mídia previsões sobre o que vai acontecer nos próximos doze meses. No mercado de trabalho não é diferente. Já se fala, por exemplo, que com a possível retomada de crescimento da economia brasileira a geração de empregos formais voltará a aquecer em 2013. Outra boa notícia - esta suportada por pesquisas e estudos que vêm sendo desenvolvidos sobre o futuro do mercado de trabalho - é que, ao longo da próxima década, também deve aumentar a demanda no país por profissionais com visão de negócios voltada para temas como inovação, qualidade de vida e sustentabilidade. Além disso, oportunidades para carreiras profissionais que inclusive ainda nem existem também devem ser criadas.

Para quem ainda está decidindo qual profissão seguir, uma boa referência é a pesquisa “Perspectivas Estruturais do Mercado de Trabalho na Indústria Brasileira – 2020”, que aponta nove profissões do futuro, conforme os maiores índices de perspectivas profissionais. Realizado pela FGV-RJ a pedido da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o estudo mostra que a procura maior será por profissionais nos ramos de engenharia, compras, comercial, gestão de qualidade e tecnologia da informação (clique aqui para acessar os resultados da pesquisa).

Entre os profissionais que serão mais disputados pelo mercado de trabalho já em 2003 estão, na opinião de Leonardo de Souza, diretor da Michael Page, engenheiros civis, mecânicos e eletricistas. Ele inclui ainda nessa lista os profissionais de projetos, os que trabalham na área de Pesquisa & Desenvolvimento e aqueles com experiência na arquitetura de sistemas de e-commerce/internet. “Além das competências técnicas para cada uma dessas profissões, é cada vez mais importante que os profissionais tenham competências de liderança para a condução de equipes, visão de negócio, mobilidade para mudanças e habilidade em outros idiomas”, afirma Souza.

Mas antes de sair apostando todas suas fichas nas profissões tidas como as mais promissoras, vale seguir algumas recomendações. Andrea Huggard Caine, diretora de Certificação Profissional da ABRH-Nacional, ressalta, por exemplo, a importância de as pessoas trabalharem com algo que realmente gostem. “Isso é fundamental porque dá brilho nos olhos, aumentando a probabilidade de o profissional dar certo e, consequentemente, ser bem remunerado.” Ainda sobre a remuneração, ela observa que o salário não é a única moeda a ser considerada para a escolha entre uma ou outra profissão. “Ambiente de trabalho, aprendizado contínuo, crescimento acelerado, exposição à liderança, possibilidade de participar de projetos interessantes e trabalhar com inovação, bons benefícios e certa estabilidade também são moedas a colocar na balança.”

Sobre as competências necessárias para ser um desses profissionais do futuro, Andrea destaca que é preciso ser articulado e saber fazer conta. “Pode parecer óbvio, mas nem sempre são coisas tão fáceis, porque a forma de se expressar no trabalho é diferente do que muitas vezes fazemos na universidade.” Fora os cálculos específicos de cada área, ela sugere que os profissionais também saibam o básico de estatística e finanças. “Quem não entende estatística não consegue analisar pesquisas, métricas e informações com qualidade. E quem não entende o básico de finanças não consegue entender os fundamentos de qualquer empresa.”

Independentemente da profissão, para aumentar as chances de ser bem-sucedido, também é preciso se manter sempre bem informado e atualizado. Para isso, Andrea indica a leitura de revistas de atualidades e a conversa com pessoas que já estejam trabalhando há algum tempo em posições mais representativas. “Observe a linguagem e a forma que os outros estruturam pensamentos. E aprenda a aprender. Isso vai lhe dar autoconfiança”, finaliza.

4 Coisas para Fazer por sua Carreira Antes que o Ano Acabe

Especialistas listam quais as ações essenciais para fazer nesta reta final do ano pela sua carreira...


E, finalmente, novembro chegou ao fim. Daqui até a contagem regressiva para a meia noite do dia 31 de dezembro, aposte, vai ser um pulo. Mas o espaço diminuto de tempo não pode ser justificativa para deixar as resoluções de carreira pra depois (do ano novo, do carnaval, do próximo ano novo).


“Não é preciso esperar o ano que vem. O novo pode acontecer na hora que você definir”, diz a consultora organizacional Meiry Kamia. Confira quais são as atividades indispensáveis para fazer antes que o ano dê sua badalada final:


1) Tome as rédeas do tempo

“Quando o tempo é curto, é preciso focar nos urgentes”, afirma Meiry. Por isso, administração do tempo deve ser palavra de ordem neste período. Dica de ouro nesta contagem regressiva para o fim do ano: liste Quais são as atividades prioritárias e corra atrás delas.



2) Dê um gás

Passadas as festas de fim de ano, começa a maratona das avaliações de desempenho para muitas empresas. Por isso, a dica é focar ao máximo nos resultados neste período, de acordo com Renan De Marchi Sinachi, da Leme Consultoria. “As pessoas têm memória curta. Esta é a hora de caprichar na execução do seu trabalho”, afirma.



3) Converse com seu chefe

Aproveite este período também para conversar com seu chefe sobre os planos da empresa para o próximo ano – e, como consequência, para a sua carreira.

Coloque sua atuação em 2012 na berlinda. O primeiro passo para isso, segundo Mariella Gallo, é mapear quais os projetos você esteve envolvido, quais resultados você entregou, quais competências adquiriu e em que pontos ainda precisa melhorar. Com base nisso, “o profissional pode investigar qual o tipo de habilidade será exigida dele no próximo ano”, afirma a especialista.



4) Fique um passo à frente no seu plano de desenvolvimento

Para além da lista de desejos que teima em rodear nossa cabeça nesta época do ano, elabore um plano de ação para o desenvolvimento da sua carreira e procure estar um passo a frente das demandas.
“As pessoas fazem muita coisa para responder às demandas e nunca antecipam as tendências”, afirma Sinachi. “A escolha é sua: você pode se posicionar junto à manada ou atuar no desvio padrão”.

Em outros termos: seja proativo na hora de planejar sua carreira para 2013. Não foque apenas naquilo que a empresa precisa, mas, principalmente, nos objetivos que você quer para a sua vida profissional. “É essencial programar a nossa vida pensando no curto, médio e longo prazo”, diz Meiry.

Mas, na mesma medida, segundo o especialista da Leme Consultoria, é essencial ter planos do tamanho do seu bolso – ou do tamanho que ele pode chegar. Por isso, fazer um planejamento financeiro para 2013 também deve estar nas prioridades da sua carreira nestes últimos suspiros de 2012.