segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O chimpanzé e o formigueiro


17 DEZ 2012


Os chimpanzés não são o que aparentam com aquele olhar simpático e inocente. São capazes de extrema crueldade e ataques de fúria mesmo com humanos que os adotaram, como mostram dezenas de estudos de antropólogos. Na Uganda, há dezenas de registros de bebês devorados por eles. Primeiro comem os dedos e os pés, em seguida arrancam os testículos para neutralizar qualquer contra ataque.

Nenhuma surpresa. Eles possuem 88% do código genético dos humanos e provavelmente os 12% restantes os impedem de construir armas nucleares e químicas, de exterminar populações inteiras e matar pelo ódio cego, entre outras barbaridades. Outra diferença é que eles são assim há milênios enquanto a raça humana fez um upgrade na busca pela autodestruição.

Esse instinto cruel em aceleração gera pequenos assassinatos como a corrupção, a ganância desenfreada e mesmo o olhar indiferente com a miséria e coisas comuns tipo lograr o caixa do supermercado ou dirigir carros irresponsavelmente e até mesmo fazer vista grossa para a violência dos filhos na escola.

Gastamos um Everest de papel tentando explicar porque ele fez o que fez, buscamos em vão explicações nos maus tratos na sua infância ou outro tipo de abuso e até mesmo a facilidade de obter armas, quando outro Everest bem na nossa cara grita: os pais e os pais dos pais criam Adams Lanza na mesma velocidade com que uma rainha bota ovos no formigueiro e nós gritamos que Adam é doente, quando todo o formigueiro está acometido pelo mesmo mal. Epidemia, em suma.
Adam Lanza

Nenhuma surpresa com Adam Lanza. Sim, sim, eu sei que muitos dirão que exagero e que na essência a humanidade é boa, mas é justamente o contrário. Em grau menor ou maior, somos todos Adam Lanza esperando um motivo para explodir. Sugestivamente, o nome do cara que deu início a tudo.

Fernando Albrecht
www.FernandoAlbrecht.com.br

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