sexta-feira, 7 de junho de 2013

A MISSÃO DA EDUCAÇÃO

06/06/2013 - 03h00



É comum o argumento de que o ensino de baixa qualidade é a causa final da dificuldade do Brasil de se tornar desenvolvido.

Em épocas de prosperidade, isso é usado para alertar contra a ilusão do consumo. Como a economia é cíclica, as crises sempre chegam, dando a chance para a constatação implacável: "Viu no que dá não fazer o dever de casa?".

Há ainda um uso diversionista do tema. Ninguém discorda que a educação precisa melhorar no Brasil. Contudo, não é isso que está em jogo no debate econômico. O apelo à educação é um expediente de quem crê que o Estado não deve ter políticas monetária e fiscal ativas e nem intervir nos esforços produtivos.

O ativismo econômico atrapalharia sua ação naquilo em que ele seria de fato crucial: a educação. População educada, carga tributária baixa etc. bastariam para estimular o empreendedorismo e, assim, o desenvolvimento.

Entretanto, a educação não é tão crucial ao desenvolvimento econômico, como obstáculo ou alavanca. Se preciso, não faltam engenheiros europeus dispostos a trabalhar no Brasil. Se ela fosse um impulso tão decisivo, a Rússia seria hoje altamente desenvolvida, pois o comunismo fez um dos mais impressionantes esforços de educação e ciência já vistos.

A educação é mais resultado do que requisito do desenvolvimento. É claro que as coisas se retroalimentam, mas o arranque vem mais do aspecto econômico. Na Coreia, a educação é um sucesso, mas foi o capitalismo coreano que puxou o desenvolvimento. De qualquer forma, não há um dilema em questão. A educação tem um valor em si e é dessa maneira que vale a pena tratar do tema.

Pouco entendo de educação. Ainda assim, peço licença para fazer algumas reflexões diletantes. Agir diletantemente tem o sentido de fazer algo com amor ou de forma pouco sistematizada. As reflexões a seguir sofrem das duas coisas.

Uma das razões que me fizeram cursar outra faculdade foi a vontade de após a aposentadoria dar aulas na escola pública. Isso mostra um dos problemas do ensino básico no Brasil: não ser uma boa opção de emprego. Ser professor, sim, mas só quando não precisar mais trabalhar para ganhar a vida.

Nas gerações mais antigas de minha família, há pelo menos seis professoras de escola pública. A profissão era uma boa opção, ao menos para mulheres, quando o trabalho feminino não era tão comum. Hoje, apenas uma prima é professora.

Um país de renda mediana como o Brasil pode pagar um salário anual médio de R$ 100 mil para que o magistério seja uma profissão atrativa. Como o país tem cerca de dois milhões de docentes na escola básica, o gasto anual ao fim da mudança seria de R$ 200 bilhões, menos de 5% do PIB de 2012.

O aumento salarial ao menos em parte precisaria depender de novos concursos. Senão, há o risco de aumentar o gasto sem melhorar a qualidade dos professores. Talvez o papel direto da União na educação básica devesse aumentar, realizando concursos nacionais para contratar professores e criar um sistema de alocação que incentive o jovem de regiões mais ricas a se mudar.

O Brasil também pode tirar vantagens do atraso. Mesmo nos países ricos, é comum privilegiar os aspectos culturais do conhecimento. O Brasil pode saltar à frente intensificando a dedicação às ciências, enfatizando conteúdos mais atuais. Ensinar aos jovens noções básicas de mecânica quântica, relatividade, neurociência e geometrias não-euclidianas, entre outras coisas, não é tão difícil.

Tais alterações curriculares sofisticam o entendimento que temos do mundo, por exemplo, flexibilizando o determinismo da física newtoniana e o domínio da geometria euclidiana na racionalização do espaço.

Isso não quer dizer que se deva reduzir o espaço das humanidades. Por exemplo, no Brasil o esforço em línguas precisa crescer. Há também o que ser revisto em história, que tem sofrido com um peso excessivo do entendimento marxista.

Essas são mudanças tão difíceis que o seu equacionamento fiscal deve ser o menos problemático. Para citar um obstáculo, o conflito de ter dois corpos docentes seria enorme e duro de resolver. Outra dúvida é se o país tem hoje quantidade de pessoas preparadas para promover as mudanças de conteúdo.

A tarefa não é trivial. Mas ajuda a fazer escolhas ao menos ter claro por que a educação é prioridade: ela é uma missão civilizatória.

marcelo.miterhof@gmail.com



Marcelo Miterhof, 38, é economista do BNDES. O artigo não reflete necessariamente a opinião do banco.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Papa Francisco condena 'cultura do desperdício' em Dia do Meio Ambiente





Papa Francisco fala sobre a necessidade de distribuir melhor os alimentos no mundo
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 05/06/2013 09:58 Atualização: 05/06/2013 10:11

Segundo o Papa, a crise não está só no meio-ambiente, mas também entre os homens


O Papa Francisco condenou a "cultura do desperdício" por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quarta-feira, e convidou a combater o "desperdício de alimentos e a melhorar sua distribuição no mundo".

"Deus confiou ao homem e à mulher o cultivo e o cuidado da terra, para que todos pudessem morar nela, mas o egoísmo e a cultura do desperdício levaram ao descarte das pessoas mais fracas e necessitadas. Mais ainda, em muitas partes do mundo, apesar da fome e da desnutrição existentes, muitos alimentos são desperdiçados", disse durante a audiência geral na praça de São Pedro.

"Os alimentos jogados no lixo são alimentos roubados da mesa do pobre, de quem tem fome. A ecologia humana e a ecologia ambiental são inseparáveis", afirmou.

O chefe da Igreja Católica, grande defensor dos pobres, advertiu que "vemos agora a crise no meio ambiente, mas a vemos, sobretudo, no homem. A pessoa humana está hoje em perigo!", afirmou.

"Na cultura do desperdício, se morrem homens e crianças não é notícia; se a bolsa cai é uma tragédia", comentou indignado.

"Acaba-se por descartar as pessoas. Deixa-se de respeitar a vida, sobretudo se é pobre ou incapacitada, ou se ainda não é útil, como a criança que vai nascer, ou se não serve mais, como o idoso", acrescentou.



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Pizzaria no Reino Unido usa drone (objeto voador) para entregar pizza

Psicóloga sugere três filmes essenciais para o currículo de um bom profissional



Fim de semana pode ter momento reservado para assistir a histórias de superação e trabalho em equipe que podem inspirar a carreira


Com as tarefas do dia a dia, talvez a leitura de títulos que complementam o desenvolvimento profissional fique em segundo plano. No entanto, o fim de semana pode ter um momento reservado para assistir a filmes que inspiram a carreira. Essa é a sugestão de Márcia Luz, coach profissional e autora do livro “Agora é Pra Valer”, que trata da liderança transformadora.

A psicóloga, pós-graduada em Administração de Recursos Humanos, acredita que três títulos não podem faltar nos currículos de bons profissionais. São eles:

- “Mãos Talentosas - A História de Bem Carson” (de Thomas Carter, 2009 - Sony Pictures Entertainment): o filme conta a história de um garoto crescido em meio à miséria e ao preconceito mas que, apesar disso, enfrentou os desafios e se tornou um grande profissional. Dessa forma, o filme ensina que é possível superar adversidades e alcançar sucesso, mesmo em condições desfavoráveis.

- “Lucas, um intruso no formigueiro” (de John A. Davis, 2006 - Warner Bros Pictures): animação que, por meio de uma história que fala sobre bullying e reerguer algo destruído, ensina o verdadeiro significado do trabalho em equipe.

- “Procura-se um amor que goste de cachorros” (de Gary David Goldberg, 2005 - Warner Bros Pictures): para Márcia, o filme traz ótimas dicas de como lidar bem com um cliente, e o que se deve ou não fazer para realizar uma venda de sucesso, a partir de diversos diálogos desenvolvidos entre uma cliente e um vendedor de supermercado.