domingo, 29 de dezembro de 2013

Dilma vê 'guerra psicológica' na economia


A presidente Dilma (de branco) dentro do barco Amazônia Azul na volta de um passeio na Bahia durante o recesso de fim de ano























29/12/2013 - 20h34

FERNANDA ODILLA

DE BRASÍLIA
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No último pronunciamento em rede nacional do ano, a presidente Dilma Rousseff afirmou na noite deste domingo que a área econômica de seu governo é vítima de "guerra psicológica" por parte de setores do empresariado, ainda que admita haver o que "retocar" e "corrigir" na economia.
A fala, de 12 minutos, ignorou o principal fato político do ano, as manifestações de rua de junho que derrubaram abruptamente a popularidade do governo. Citou superficialmente que "ouviu reclamos" da sociedade e que está "implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos".
Dilma usou um roteiro de campanha eleitoral em seu discurso, enaltecendo programas federais e instando a audiência a pensar "no que aconteceu de positivo nos últimos anos na vida do Brasil".
Mas boa parte do discurso, o 17º do seu mandato, foi dedicada a promover uma visão otimista da economia, principal área a sofrer críticas em sua gestão –2013 viu a inflação novamente fechar acima do centro da meta do Banco Central, o PIB está projetado pelo governo para magros 2,3% e a política fiscal é bombardeada até por aliados.

Apesar de ter deixado claro que o pessimismo não pode contaminar a economia e que está atuando "nos gastos" e no combate inflacionário, Dilma ponderou que "não existe um sistema econômico perfeito" nem um "país com uma economia perfeita".
"Em toda economia haverá algo por fazer, algo a retocar, algo a corrigir", disse ela, que previu um 2014 melhor para o bolso dos brasileiros.
Citando "redução de impostos" e "diminuição da conta de luz", a presidente disse que tem recebido "duras críticas daqueles que não se preocupam com o bolso da população". "Se mergulharmos em pessimismo e ficarmos presos a disputas e interesses mesquinhos, teremos um país menor", afirmou, em outro momento.
Também fez seu ataque mais duro, sem nominar o pedaço do empresariado ao qual se referia. "Se alguns setores, seja porque motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas", disse.
Também sem citar o mensalão, cujos protagonistas da antiga cúpula do PT no governo Lula foram presos em 2014, Dilma afirmou que não abriu mão em apoiar o combate à corrupção.
Como de praxe neste tipo de balanço, Dilma listou o que considera sucesso em sua gestão, e que estará em sua propaganda na campanha à reeleição em 2014: Mais Médicos, Ciência sem Fronteiras, Pronatec (programa de formação profissional), Minha Casa, Minha Vida e o Brasil sem Miséria.
"Nos últimos anos somos um dos raros países do mundo em que o nível de vida da população não recuou ou se espatifou em meio a uma grave crise. Chegamos até aqui melhorando de vida, pouco a pouco, mas sempre de maneira firme e segura", disse.
O pronunciamento deste domingo foi o sétimo do ano e o 17º desde 2011. Ela já superou os números do antecessor, que fez 11 no primeiro mandato (2003-2006) e 10 no segundo (2007-2010).
Danilo Verpa/Folhapress
A presidente Dilma (de branco) dentro do barco Amazônia Azul na volta de um passeio na Bahia durante o recesso de fim de ano

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