sexta-feira, 29 de junho de 2012

Venda de CSA é cada vez mais difícil


Siderúrgica anunciou um prejuízo de R$ 7,97 bilhões no último ano fiscal

MARCIO BECK
Publicado: 27/06/12 - 22h58
Atualizado: 27/06/12 - 22h59

RIO — O prejuízo de R$ 7,97 bilhões no ano fiscal de 2011 (outubro de 2010 a setembro de 2011) divulgado na terça-feira pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) torna ainda mais difícil a venda da parte da ThyssenKrupp no empreendimento e quase impossível a recuperação do investimento feito até agora, dizem analistas do setor de siderurgia. O grupo siderúrgico alemão contratou o Goldman Sachs e o Morgan Stanley para examinar opções estratégicas para a unidade Steel Americas, formada por Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) — localizada no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio — e uma usina nos Estados Unidos.

Os analistas também afirmam que não há perspectivas, nem a curto nem a médio prazo, de melhoria na demanda internacional por aço. O excedente mundial de aço — em torno dos 530 milhões de toneladas — equivale ao consumo mundial de vários meses. E as indústrias que são suas principais consumidoras, como a automotiva, reduzem a atividade com a crise mundial.

— Ela (ThyssenKrupp) pode até conseguir vender (a CSA), mas não vai ser por um valor expressivo — afirma Pedro Galdi, da SLW Corretora. — Um investimento como esse demora anos para atingir a maturidade, e o cenário mudou completamente desde que a planta começou a ser construída. Se alguém for comprar, vai ser olhando muito a longo prazo.

O analista sênior da Geração Futuro Rafael Weber concorda que o preço será afetado.

— Não acho que eles não vão conseguir vender, mas vai ter um deságio grande, certamente — opina Weber.

Para Daniella Maia, analista-chefe da Ativa Corretora, as empresas ficam receosas de fazer uma aposta em um futuro incerto.

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