segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O bom-senso é fundamental

01/06/2012 por Fabio Luiz

A coisa mais importante para um profissional em sua carreira é a ética. “Ética é inegociável” dizia Pedro Moreira Salles então presidente do Unibanco em 2008 quando falava com seus funcionários. Acho que ele dizia isso porque, da mesma forma que uma mulher não pode ficar “meio grávida” também não se pode ser “meio ético”.

Você é ético ou não é. E acredito que ser ético é o maior patrimônio que um profissional pode ostentar em sua carreira e em sua vida. Performar, entregar as metas, cumprir prazos são coisas transitórias. Você pode não conseguir isso hoje e voltar a conseguir amanhã. Perca a ética uma única vez e você terá comprometida sua posição para sempre.


Ma há um outro valor bastante importante na vida profissional. E se não é tão crucial quanto a ética é igualmente visível quando falta: o bom-senso.

Convencionamos chamar de bom-senso um conjunto de qualidades que são muito difíceis de serem vistas juntas em uma mesma pessoa. Pode ser aquela parada para ouvir melhor uma idéia antes de tomar uma decisão. Pode ser a atitude de ponderar melhor sobre os fatos antes de seguir adiante. Pode até ser decidir não seguir adiante em uma situação potencialmente infrutífera para os negócios. É difícil de materializar o que seja o bom-senso, mas é muito fácil vê-lo em ação e mais fácil ainda notar quando ele não está presente.

Estamos em ano eleitoral. O TSE definiu que os candidatos não podem fazer propaganda eleitoral antecipada nas redes sociais. E enquanto está fazendo cuprir a lei, que proíbe a prática publicitária antes do período regulamentar, esqueceu que dentro de suas dependências os servidores não podem usar as redes sociais por questão de política de acesso à internet. Como os servidores devem fiscalizar os candidatos? Saindo do trabalho e indo à lan houses? De casa, depois do expediente? Obviamente falta bom senso.

A culpa não é do TSE. A lei brasileira é ultrapassada e, ao mesmo tempo que proíbe a prática, não previu a popularização (ou sequer o surgimento) das redes sociais. E agora que estas são realidade ninguém sabe, legalmente, como lidar com elas.

Uma conhecida minha conseguiu uma entrevista de emprego em uma empresa relativamente longe de sua casa. Seria necessário pegar dois ônibus para comparecer e como a entrevista foi marcada para as 14hs ela teve que antecipar seu almoço (e mudar toda programação do seu dia) para chegar à tempo. Quando ela chegou à empresa foi solicitado que aguardasse na recepção, onde havia apenas 2 cadeiras já ocupadas. Aguardou em pé por mais de 40 minutos até receber a informação de que a pessoa que lhe entrevistaria estava em uma reunião e atenderia assim que pudesse.

Mais de uma hora se passou antes que ela conseguisse sentar. E foram mais 30 minutos até que alguém lhe informasse que a pessoa responsável pela entrevista não poderia atendê-la. Ainda que estivesse, provavelmente, com seu currículo em mãos o entrevistador pediu para que ela deixasse o telefone. Ele ligaria para agendar um novo horário. Ela saiu sem fazer a entrevista e não lhe ofereceram sequer um copo de água em troca das mais de 2 horas de seu dia empenhadas para nada. Amargando o tempo de condução e a frustração ela me contou essa estória.

Eu lhe dei os parabéns! Foi muito bom para ela ter escapado de trabalhar em uma empresa que trata tão displicentemente as pessoas e que tem profissionais com pouco ou nenhum bom-senso. E recomendei que, da parte dela, use o seu próprio bom-senso e agradeça ao entrevistador, quando ligar, mas diga que prefere não fazer a entrevista lá.

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