quinta-feira, 30 de maio de 2013

A TRADIÇÃO DOS TAPETES DE SAL DE CORPUS CHRISTI!


Por Rodrigo Barros


Adaptado do texto publicado originalmente em 23 de junho de 2011.


"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 - 59).
Corpus Christi é a celebração real e substancial do cristianismo. O nome vem do latim e significa Corpo de Cristo.

A festa tem por objetivo celebrar solenemente o mistério do sacramento do corpo e do sangue de Cristo, e é realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade sempre no primeiro domingo após Pentecostes, que por sua vez, é celebrado 50 dias depois do domingo de Páscoa.

A data foi escolhida, em referência à quinta-feira santa, quando se deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.

Uma das maiores tradições da data são os tapetes de Corpus Christi, instituídos pela Igreja para exaltar o amor ao Corpo de Cristo.

A história da origem dos inicialmente chamados de tapetes florais, já que o adorno era principalmente feito de flores, surgiu da experiência mística de Santa Juliana de Mont Cornillon, na Bélgica.

A então freira Juliana, a quem Jesus havia revelado a necessidade de que as pessoas reconhecessem sua presença real na Eucaristia, fez um pedido para o Bispo de Liége, Dom Roberto de Thorete, para que fosse instituída a Festa de Corpus Christi na diocese.

Concedida a autorização, em 1246, a freira passou a ornar as ruas por onde a procissão conduzindo o Santíssimo Sacramento passaria, a partir de 1247. Essa tradição se espalhou por toda a Europa.

A Festa chegou ao Brasil por meio dos colonizadores e a primeira cidade brasileira a preparar tapetes foi Ouro Preto, que passou a usar também serragem.

Como no Brasil, a diversidade de materiais é imensa, a criatividade rola solta: usa-se sal, borra de café, areia, tampas de garrafas e tudo o que ajude a enfeitar, como forma de homenagem ao Senhor, passou a ser utilizado na confecção dos tapetes.

Os fiéis montam os tapetes pelas ruas com dizeres e figuras relativas ao assunto por onde passa a procissão, seguida pelas pessoas que participam com fervor.

Como já é tradição na Arquidiocese do Rio durante a Procissão com Senhor Eucarístico pelas ruas do Centro da Cidade, todas as Paróquias, Capelas, Movimentos, Comunidades, Institutos, Colégios e Congregações Religiosas da Arquidiocese são chamados a participar deste gesto de unidade e amor à Eucaristia.

Acho importante a manutenção dessa tradição, afinal, nestes tempos em que as pessoas pensam mais em si do que no próximo, é possível resgatar o senso “nós” e a comunhão entre os povos!

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