segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Dólar sobe mais de 2% com piora nos mercados externos

10/08/2011 17h07 - Atualizado em 10/08/2011 17h22
Moeda terminou o dia vendida a R$ 1,6275, com ganho de 2,35%.
Expectativa dos investidores para economia mundial piorou.
Do G1, em São Paulo
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O dólar fechou em alta de mais de 2% frente ao real nesta quarta-feira (10), acompanhando a piora nos mercados financeiros no exterior. A moeda norte-americana terminou vendida a R$ 1,6275, com ganho de 2,35% sobre o fechamento da véspera.
A instabilidade internacional continuou a ditar o rumo da cotação do dólar no Brasil, mesmo que o fluxo de capitais para o país dê sinais de continuar consistente por causa da atuação de exportadores.
Na primeira semana de agosto, com os mercados globais já turbulentos por causa das preocupações com uma estagnação do crescimento econômico e com a dívida dos Estados Unidos e da Europa, o fluxo cambial no Brasil somou US$ 3,579 bilhões líquidos, segundo dados do Banco Central (BC). Exportadores interessados em aproveitar a alta do dólar foram os responsáveis pelo saldo positivo, confirmando a percepção de profissionais de mercado.
O canal de transmissão da volatilidade internacional para o mercado de câmbio no Brasil são os contratos futuros. Na terça-feira, os estrangeiros reduziram as posições vendidas em dólar futuro em 18,5 mil contratos, ou quase US$ 1 bilhão, e os investidores institucionais nacionais diminuíram a exposição em 27,2 mil contratos, ou US$ 1,4 bilhão.
Ao reduzir as posições vendidas em dólares, os investidores demonstram menor interesse em apostar na valorização do real. O movimento, em linha com a intenção do governo ao taxar operações com derivativos há duas semanas, também pode ser explicado por um temor maior dos investidores a respeito de uma alta do dólar, que traria prejuízo a essas posições.
"O mercado está extremamente arisco", disse o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer.
Ele aposta, no entanto, que a volatilidade tende a diminuir ao longo dos próximos dias, ecoando a avaliação dentro do BC . "Não acho que estejamos passando por uma crise do padrão que vimos em 2008, basta ter um pouco de paciência que o mercado diminui a amplitude entre a mínima e a máxima e volta a operar em um padrão normal".
Medidas para o câmbio

O economista da Rosenberg Consultores Associados, Rafael Bistafa, diz que a apreciação do dólar deve-se mais à deterioração das expectativas dos investidores para a economia mundial, em detrimento das últimas declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a respeito do câmbio.
Na terça-feira, em audiência pública na Câmara dos Deputados, Mantega defendeu o pacote cambial lançado pelo governo há cerca de duas semanas - que tributou com 1% de IOF a variação das posições vendidas em câmbio dos bancos, empresas e fundos e autorizou o Conselho Monetário Nacional (CMN) a regular o mercado de derivativos. Ele disse ainda que não se pode dar liberdade ao mercado financeiro, citando como exemplo os Estados Unidos.
"As declarações de Mantega perdem peso quando se analisa o atual quadro externo. Além disso, dificilmente o governo adotará uma nova medida cambial enquanto não conseguir operacionalizar as regras do último pacote. O mercado segue com muitas dúvidas", avalia.
Com informações da Reuters e do Valor Online

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