quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Manual previne violência contra crianças e adolescentes

ENSP, publicada em 08/08/2011
Filipe Leonel

O Ministério da Saúde iniciou uma oficina para habilitar profissionais de saúde na prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes. O objetivo é capacitar um grupo de facilitadores na atenção a esse público em situação de violências. A iniciativa se apoia em um material didático, elaborado pelo Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli da ENSP (Claves) e formulado em linhas de cuidado, que será distribuído em todo o país para que os profissionais de saúde possam atender à demanda da violência contra criança e adolescente.

Linha de cuidado para atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências é o título do material, organizado pelas pesquisadoras Joviana Quintes Avanci, do Claves; Ana Lúcia Ferreira, da UFRJ; e Maria de Lourdes Magalhães, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). A publicação é voltada para a orientação de gestores e profissionais de saúde, buscando um atendimento mais qualificado desde a entrada da criança e do adolescente no serviço de saúde até sua total reabilitação do agravo ocasionado pela violência.



O material é composto de nove capítulos que orientam as formas de abordagem com as famílias que vivem nessa situação. E ainda norteiam o profissional em relação aos sinais e sintomas ocasionados a partir da situação de violência. Seu propósito é sensibilizar e orientar os gestores e profissionais de saúde para uma ação contínua e permanente na rede de proteção social, voltada à atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência.

Manual pode ser acessado na Biblioteca Multimídia da ENSP

De acordo com Joviana Avanci, pesquisadora do Claves e uma das organizadoras, a violência afeta crianças e adolescentes de forma diferente, e o manual alerta para essa distinção. "Enquanto as crianças estão mais sujeitas à violência doméstica, o adolescente está mais exposto a situações fora de sua casa. A violência dos pais contra os filhos e o testemunho por parte da criança das discussões dentro do lar são os casos mais comuns de registros relacionados às crianças de até 12 anos. O adolescente, por outro lado, sofre mais em termos de homicídios e agressões físicas na comunidade. Foi possível verificar nas pesquisas que o bullying também é bastante comum".

Ainda de acordo com a pesquisadora, as oficinas promovidas pelo MS são mais uma oportunidade de o profissional de saúde se apropriar do tema e incorporá-lo aos serviços. "A violência não é um assunto fácil de ser abordado, e seus agravos podem passar despercebidos. O tema merece um cuidado diferenciado, e a iniciativa do Ministério de capacitar os profissionais de saúde é de fundamental importância para o sistema de saúde".

A publicação Linha de cuidado para atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências pode ser encontrada na página do Ministério da Saúde e está disponível para download no arquivo anexo.
http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/materia/?origem=1&matid=26828

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